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A era que desenha um crime contra a história do CRVG

A inacreditável derrota para o Vitória por 2 a 1 no Barradão, mesmo jogando com um homem a mais desde os 33 minutos do primeiro tempo, é apenas mais um capítulo agoniante, em uma sequência de vexames que marcam uma das gestões mais desastrosas da história do Vasco. Não bastasse perder de virada em Salvador, o clube já havia passado pelo constrangimento internacional de ser derrotado em casa pelo Puerto Cabello, da Venezuela, um time de segunda linha por lá, que jamais teria condições de competir com um Vasco minimamente estruturado. Esses resultados deploráveis não são coincidência e sim consequência direta da incompetência, do despreparo e da desorganização interna da direção.

Pedrinho, que assumiu a presidência prometendo resgatar a identidade do Vasco, mostrou-se até aqui um gestor perdido, incapaz de tomar decisões com firmeza, refém de relações pessoais e completamente desconectado das necessidades do clube. A permanência de Felipe Loureiro como diretor técnico foi o retrato mais claro dessa tragédia administrativa. Felipe se manteve até aqui no cargo, fundamentalmente por ser amigo de infância do presidente. Não tem preparo, não tem resultados, não tem justificativa alguma para continuar onde está. A manutenção de seu cargo, após as declarações dadas pós jogo frente ao Operário-PR, foram inadmissíveis. Não podemos esquecer que as derrotas seguidas e as inaceitáveis performances, principalmente nos últimos dois jogos, são reflexos da sua incapacidade em comandar o futebol do Vasco. Ao menosprezar um atleta em público, com todas as letras, num discurso concatenado e irresponsável, atingindo, por conseguinte, um ativo do clube, Felipe contribuiu diretamente para a desvalorização do elenco e para um provável estremecimento de sua relação com o plantel.

As decisões técnicas e administrativas têm sido, em sua maioria, desastrosas. Contratações de jogadores foram feitas sem critério, sem convicção, sem análise de elenco, que já é inchado. É visível o nível de improvisação e péssimo profissionalismo que toma conta da formação do conjunto de dentro e de fora das quatro linhas, afinal já vamos para o quarto treinador em um ano (excluindo da conta o interino Felipe). O resultado disso está em campo: um time frágil, sem padrão, incapaz de competir com clubes menores do futebol brasileiro e, pior, sendo superado por equipes do nível da que enfrentamos quarta-feira passada.

A gestão ainda tomou a injustificável decisão de vender o mando de campo do jogo contra o Palmeiras para Brasília. Isso afastou o Vasco de São Januário por quase um mês, tirou o time do calor da sua torcida e prejudicou ainda mais a já combalida relação entre ela e a direção. É uma atitude pequena, medíocre, que só evidencia o quanto esta diretoria não compreende, ou ignora, o valor simbólico e esportivo de sua própria casa. A situação foi tão esdrúxula que o próprio estádio Mané Garrincha, utilizado como mando de campo do Vasco, ficou todo em verde, homenageando o Palmeiras, time visitante da partida, após o jogo. Isso expõe ainda mais a falta de respeito ao clube. Foi, em síntese, uma tola opção de gestão.

No campo financeiro a situação é ainda mais alarmante. A gestão atual lançou o Vasco em um processo de recuperação judicial (antiga concordata), tentando renegociar uma dívida de aproximadamente R$ 900 milhões (a dívida fiscal que chega a R$500 milhões não entra na recuperação judicial), anunciando há dias como receita do ano passado 473 milhões e após fechar um contrato, apenas concernente a cotas de TV e placas publicitárias (com algumas plataformas ainda não negociadas) de 1,2 bilhão para os próximos cinco anos.

A partir do momento que o Vasco entra em recuperação judicial, o clube passa a sinalizar ao mercado, que não possui condições mínimas financeiras de arcar com seus compromissos e se apresenta como um “mau pagador”, jogando nela, inclusive, débitos com instituições, que lhe disponibilizaram atletas, usufruídos atualmente pelo próprio clube. Essa situação não é bem vista externamente e pode afetar negócios futuros dos mais variados. A alternativa, irresponsavelmente buscada, ao invés de ser um sinal de reestruturação palatável, passa a ser um alerta negativo para quem quer transacionar com o Vasco. Não houve debate prévio, quando o assunto veio à torcida em reunião de Conselho, transmitida para o mundo todo. Não houve discussão. Não houve diálogo. A torcida/sócios, que deveriam ser informados com detalhes do significado dessa aventura, com justificativas sobre o passo a passo do processo, já veem o clube e a SAF imersos num contexto vulnerável, desnecessariamente, numa escolha que não teve sequer consulta formal ao quadro social.

A sensação é de absoluto abandono. A atual gestão transformou o Vasco num clube à deriva, onde decisões são tomada sem critério técnico, sem responsabilidade institucional, sem necessária ligação com a grandeza da camisa que se representa. A torcida que lota estádios, paga mensalidades na qualidade de sócios, compra produtos, é tratada como um estorvo, quando cobra, e não como a alma viva do clube (assim enxergada apenas em situações convenientes). Não há escuta, não há respeito, não há consideração. A atual diretoria age como se o clube fosse um quintal pessoal, como se tivesse o direito de dilacerar um patrimônio intangível, que é coletivo.

Nunca, em nenhuma era, o Vasco passou por uma crise política e institucional tão profunda, tão vergonhosa, tão devastadora. Nem nas piores administrações do passado se viu tamanha falta de rumo, tamanha desconexão com o que é ser Vasco. Essa gestão não fracassou apenas nos resultados: ela fracassou moralmente, institucionalmente, simbolicamente. Transformaram o Vasco num clube irreconhecível. O que está acontecendo não é apenas preocupante. É deplorável. É revoltante. E se não houver reação imediata, o clube seguirá ladeira abaixo, diante dos olhos de milhões.

Tiago Scaffo.

A Perda da Essência: Do Futebol de Raiz ao Modelo Importado

Houve um tempo em que o Brasil ditava o ritmo do futebol mundial. Não apenas pela excelência técnica de seus jogadores ou pelos quatro títulos mundiais conquistados (até então), mas pela forma única com que o esporte era vivido e compreendido em território nacional. Antes da chegada da Lei Pelé, em 1998, que mais de duas décadas depois desembocaria na Lei da Sociedade Anônima do Futebol (SAF), em 2021, o futebol brasileiro operava sob uma lógica muito mais conectada com sua cultura e realidade socioeconômica do que com um ideal abstrato de gestão empresarial.

Nesse cenário anterior, clubes eram, em essência, associações civis sem fins lucrativos, regidas pelo direito privado e protegidas por uma lógica comunitária e cultural. Embora marcados por problemas de governança e clientelismo político, mantinham um vínculo orgânico com suas torcidas, seus territórios e suas histórias. O futebol funcionava como uma extensão da vida social, era memória, identidade e resistência.

A Lei nº 9.615/1998, conhecida como Lei Pelé, representou uma ruptura. Substituiu a antiga Lei Zico (Lei nº 8.672/1993) e impôs uma série de mudanças com o discurso da profissionalização do esporte. Uma das principais alterações foi o fim do “passe”, mecanismo que garantia aos clubes formadores alguma retenção sobre os atletas. Embora isso tenha favorecido os jogadores do ponto de vista contratual, criou um vácuo legal que facilitou a atuação de empresários e intermediários no mercado, acelerando o êxodo precoce de talentos. O Brasil, que antes exportava craques depois de consagrá-los, passou a fornecer matéria-prima bruta, sob medida para os interesses da Europa.

Ao longo dos anos 2000, os clubes brasileiros, fragilizados financeiramente, enfrentaram crescente dificuldade de manter suas estruturas e plantéis. Em vez de revisitar e reformar o modelo associativo com base em critérios técnicos e culturais nacionais, optou-se por importar soluções jurídicas com base no modelo europeu. Esse processo culminou na aprovação da Lei nº 14.193/2021, que instituiu a Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Inspirada parcialmente em estruturas de clubes-empresa europeus, especialmente da Inglaterra e da Alemanha, a SAF foi vendida como a panaceia para a crise dos clubes brasileiros. Contudo, a aplicação desse modelo em solo nacional desconsidera elementos estruturais: a ausência de regulação federativa eficiente, o pouco controle sobre o capital investido e a fragilidade institucional das entidades esportivas.

A imprensa esportiva brasileira teve papel determinante nesse processo. Longe de ser um espaço plural de debate, consolidou-se como agente ideológico da europeização. Programas e colunistas passaram a repetir, quase como mantra, que o futebol brasileiro era “atrasado” e que somente a lógica empresarial, com capital externo, CEOs e planilhas, poderia salvá-lo. Não houve espaço para questionar a viabilidade desse modelo em um país com tamanha desigualdade regional, ausência de cultura de compliance esportivo e enorme disparidade de receitas entre clubes.

Esse processo encontra um caso emblemático na trajetória recente do Vasco da Gama. Clube de origem popular e tradição inclusiva (tendo sido protagonista no movimento contra o racismo e o elitismo no futebol nos anos 1920 com a célebre Resposta Histórica), o Vasco foi um dos clubes que mais sofreu com a imposição de uma narrativa de crise crônica e incapacidade gerencial. A venda de 70% da SAF vascaína para a empresa norte-americana 777 Partners, em 2022, foi amplamente apoiada por segmentos da mídia como uma medida “inevitável” para a modernização do clube. Curiosamente, grande parte da torcida vascaína, mesmo ciente da histórica parcialidade da imprensa contra o clube, acabou aderindo ao discurso, aceitando a SAF como “única saída”. Trata-se de um caso evidente de como a mídia, ao longo do tempo, não apenas informou, mas moldou a percepção e o comportamento coletivo, mesmo em ambientes de resistência.

O modelo europeu, exaltado como padrão de sucesso, tampouco é homogêneo ou infalível. A Espanha é o exemplo mais explícito de distorção: enquanto Real Madrid e Barcelona seguem como associações com forte apoio estatal e privilégios fiscais, os demais clubes foram forçados a se tornarem sociedades anônimas. O resultado é uma liga profundamente desigual. A Alemanha, por sua vez, mantém a regra do “50+1”, que exige que os sócios do clube tenham a maioria do controle acionário, uma salvaguarda contra a perda de identidade e controle popular. Mas esses modelos são ignorados no debate nacional, que prefere importar versões adaptadas à conveniência de investidores.

Ao transformar clubes em produtos e torcedores em consumidores, o Brasil abdicou de sua liderança cultural no futebol. A essência comunitária do esporte foi sacrificada em nome de uma modernidade que, na prática, reproduz desigualdades, concentra poder e aliena o torcedor de suas próprias instituições. O país que outrora inspirou o mundo com sua irreverência e genialidade dentro de campo agora tenta desesperadamente copiar fórmulas que não respeitam sua alma.

Mais do que uma falha de gestão, trata-se de um erro de identidade. E talvez seja justamente por isso que o futebol brasileiro, apesar da abundância de talentos, vive um vazio simbólico. Perdemos a referência não porque fomos superados, mas porque abrimos mão de ser quem éramos.

Tiago Scaffo.

Palavras, apenas palavras, pequenas palavras ao vento: A fala que expôs o despreparo

As palavras de Felipe Loureiro, após o empate contra o Operário, pela Copa do Brasil, dizem muito mais sobre o momento do Vasco do que o desempenho em campo. Ao ser questionado por um jornalista na entrevista coletiva sobre a situação do zagueiro Manuel Capasso, o técnico interino e também diretor técnico do clube respondeu com desprezo: “Se você gosta dele, não tem problema, eu não gosto.” Foi desnecessário. Foi arrogante. Foi desrespeitoso.

A frase, por si só, já seria grave, mas torna-se ainda mais preocupante por ter vindo de quem ocupa duas funções centrais no futebol de um clube do tamanho do Vasco. Capasso pode estar fora dos planos, pode ter recusado propostas, pode estar envolvido em desentendimentos entre diretoria e empresário, nada disso justifica ser atacado publicamente dessa maneira. Ele é jogador do clube, e um dirigente de qualquer nível deveria saber que o respeito à instituição começa pelo respeito às pessoas que a representam.

Felipe expôs um ativo do clube com ironia. Expôs também um repórter que apenas fazia seu trabalho. E, mais uma vez, mostrou que prefere os microfones à gestão. É a vaidade se sobrepondo à função. E é justamente aí que mora o problema: o Vasco precisa de comando, não de ego.

Em campo, mais do mesmo. O empate em 1 a 1 contra o Operário foi triste de assistir, salvo por um único momento de brilho: o lindo gol de Nuno Moreira que até aqui, a única contratação de 2025 que efetivamente deu certo. O restante foi um time sem identidade, sem intensidade, sem direção.

Fora de campo, o cenário é ainda mais revoltante. O torcedor vascaíno segue sendo o maior ativo do clube. É ele quem viaja, quem lota arquibancadas pelo Brasil, quem grita, chora, canta e nunca abandona. E o que tem recebido em troca? Desorganização, falas desrespeitosas, falta de resultados e promessas vazias. A diretoria parece alheia ao que vive a arquibancada. Não responde com futebol, não responde com transparência, não responde com respeito.

Felipe Loureiro precisa entender o que significa estar à frente do futebol do Vasco. Não é sobre vencer disputas verbais. É sobre reconstruir um departamento que vive um colapso técnico e institucional há anos. É sobre liderar com profissionalismo e compromisso, não com frases de efeito.

Porque, como já se ouviu, e é cada vez mais apropriado repetir: “Quem ganha a vida com a boca é cantor”. Felipe tem falado demais e entregue de menos.

O Vasco não aguenta mais palavras. Precisa de trabalho, e trabalho competente.

Tiago Scaffo.

Maratona exaustiva expõe Vasco e pressiona Carille enquanto diretoria ignora impacto esportivo

O Vasco da Gama vive um dos momentos mais desgastantes da temporada. Sob o comando de Fábio Carille, o time entra em uma sequência brutal de partidas entre o fim de abril e o encerramento de maio. Embora atue oficialmente como mandante em algumas dessas datas, o clube, por decisão da diretoria, abriu mão de São Januário em jogos importantes, ampliando o número de compromissos fora de casa. A logística adotada é alvo de críticas e eleva a pressão sobre elenco, comissão técnica e bastidores.

A maratona começa no dia 27 de abril, contra o Cruzeiro, em Uberaba (MG), pelo Brasileirão. No dia 1º de maio, enfrenta o Operário-PR em Ponta Grossa pela Copa do Brasil. Em seguida, mesmo como mandante, o Vasco abre mão de jogar em São Januário e encara o Palmeiras no Estádio Mané Garrincha, em Brasília (4/5), longe de sua torcida tradicional. A sequência continua com viagens internacionais e interestaduais: visita o Academia Puerto Cabello na Venezuela (7/5), o Vitória em Salvador (10/5) e o Lanús na Argentina (13/5). Só então retorna ao Rio para jogar em São Januário contra o Fortaleza, no dia 17, seguido pelo duelo de volta contra o Operário, no dia 20. Quatro dias depois, novo jogo sem ser o mandante: clássico contra o Fluminense no Maracanã (24/5). O mês se encerrará com dois jogos agendados, a princípio, para os dias 27 e 31 de maio: contra o Melgar, pela Copa Sul-Americana, e o Bragantino, pelo Campeonato Brasileiro, ambos em São Januário.

No total, entre 27 de abril e 31 de maio, o Vasco terá disputado onze partidas, sendo oito fora de casa, se incluirmos os mandos vendidos e o clássico no Maracanã, e apenas três em São Januário. O time se torna um verdadeiro visitante em sua própria temporada, pagando um preço alto por escolhas administrativas.

A decisão de vender mandos, como no caso do jogo contra o Palmeiras, tem sido duramente criticada por torcedores e especialistas. Justificada por interesses financeiros, essa prática compromete a competitividade da equipe. O Vasco abre mão do fator casa justamente em um dos períodos mais exigentes da temporada, com jogos decisivos em três frentes: Brasileirão, Copa do Brasil e Sul-Americana. Essa estratégia evidencia uma falta de planejamento esportivo e mostra despreparo da diretoria para equilibrar finanças com desempenho em campo. Ao colocar arrecadação imediata acima da estabilidade do time, a gestão isola jogadores e comissão técnica da atmosfera de apoio que só São Januário proporciona.

O técnico Fábio Carille, pressionado por resultados e pela desconfiança de parte da torcida, enfrenta o desafio de comandar o elenco em meio a viagens incessantes, pouco tempo de preparação e adversários qualificados. Embora tenha perfil experiente e pragmático, Carille ainda busca encaixe ideal e sofre com o desgaste físico e emocional de um grupo que mal consegue treinar entre os jogos. A Sul-Americana surge como principal esperança de título, mas a maratona imposta pela logística arriscada da diretoria pode cobrar caro nas rodadas finais da fase de grupos, especialmente diante de rivais diretos como Lanús e Melgar.

Maio pode definir o rumo da temporada do Vasco. A escolha da diretoria de abrir mão de São Januário em meio a um calendário já sufocante expõe o elenco a um risco técnico enorme. A maratona como visitante é mais do que uma sequência dura: é o reflexo de uma gestão que priorizou o caixa imediato e negligenciou a base do futebol competitivo, o apoio da torcida, o descanso dos atletas e a força do mando de campo.

Tiago Scaffo.

A Criação da Flapress e o Impacto Negativo ao Vasco da Gama: Um Prejuízo que Vai Além das Quatro Linhas

A chamada Flapress não é apenas um termo cunhado por torcedores inconformados. É a manifestação de um fenômeno real, sustentado por interesses midiáticos que colocam o Flamengo em um pedestal, ao mesmo tempo em que rebaixam ou ridicularizam seus adversários históricos, principalmente o Club de Regatas Vasco da Gama. A parcialidade escancarada da imprensa esportiva brasileira, sobretudo da Rede Globo, ao longo das últimas décadas, é um ataque direto à isonomia do futebol nacional.

E ninguém enfrentou essa máquina com mais coragem e veemência do que Eurico Miranda. Presidente mais polêmico e combativo da história vascaína, Eurico travou uma verdadeira guerra contra a Rede Globo a partir dos anos 2000, denunciando publicamente a manipulação da narrativa esportiva, o favorecimento escancarado ao Flamengo e os prejuízos que isso causava ao Vasco dentro e fora de campo. Não se calou diante dos desmandos e não se rendeu ao poder financeiro e midiático da emissora, mesmo quando isso custou espaço, exposição e, em muitos momentos, visibilidade ao clube.

A briga com a Globo foi mais do que uma questão contratual, foi um embate político, institucional e simbólico. Eurico sabia que o Flamengo era utilizado como ferramenta de manipulação popular. Um clube com enorme massa torcedora, explorado como produto emocional para manter audiências, fidelizar públicos e, principalmente, controlar narrativas. O Flamengo se tornou, nas mãos da Rede Globo, uma verdadeira massa de manobra política e social, um “povo” uniformizado, conduzido por manchetes e transmissões que vendem heróis, escondem falhas e empurram uma ideia de hegemonia fabricada nos bastidores, não no campo.

Enquanto isso, o Vasco da Gama, clube de origem popular, pioneiro na luta contra o racismo no futebol, vencedor da Libertadores e protagonista de diversos momentos históricos, foi tratado com descaso. As conquistas vascaínas foram minimizadas; suas crises, ampliadas; seus méritos, ignorados. A Flapress, essa engrenagem midiática a serviço de um único clube, contribuiu diretamente para a deterioração da imagem do Vasco, afetando seu prestígio, sua relação com patrocinadores e até sua autoestima institucional.

Essa cobertura tendenciosa não é inocente. Trata-se de um projeto de poder. Quando a mídia deixa de informar para idolatrar, ela não apenas trai o jornalismo, ela manipula o esporte e reescreve sua história. O Vasco da Gama foi, e continua sendo, vítima dessa engrenagem. Sua torcida foi desrespeitada, sua história marginalizada, e sua luta silenciada.

Hoje, mais do que nunca, é necessário resgatar o legado de resistência de figuras como Eurico Miranda que nunca aceitou que o Vasco se ajoelhasse perante a narrativa imposta pela Rede Globo e seus aliados. A luta contra a Flapress é, portanto, uma luta por justiça, por equidade e pela soberania da verdadeira essência do futebol: a meritocracia dentro das quatro linhas.

Enquanto a imprensa seguir servindo a interesses escusos e tratando o Flamengo como uma ferramenta de manipulação emocional de massas, o futebol brasileiro continuará refém de uma farsa bem produzida, mas profundamente injusta. E o Vasco da Gama, assim como sua imensa e fiel torcida, seguirá resistindo.

Tiago Scaffo

Análise: Carille pode virar escudo político da gestão Pedrinho em momento de turbulência no Vasco.

Por Tiago Scaffo

Com a SAF sob o controle total do associativo, o Vasco da Gama entrou oficialmente em uma nova era. Sem a 777 Partners, toda a responsabilidade pelas decisões (esportivas, financeiras e institucionais) agora recai sobre a gestão comandada por Pedrinho. E, junto com o poder, vieram os ruídos.

As últimas semanas têm sido marcadas por declarações desencontradas, falta de clareza sobre o planejamento, contratações e cobranças crescentes por parte da torcida. Em campo, os resultados ainda não apareceram como esperado. E, nos bastidores, cresce a leitura de que Fábio Carille pode acabar sendo usado como escudo político para desviar o foco das críticas que, inevitavelmente, começam a atingir a cúpula vascaína.

Carille chegou com o selo de técnico vencedor, experiente, e com carta branca para implementar seu estilo. Foi uma escolha da gestão. Recebeu apoio institucional e teve autonomia. A expectativa, naturalmente, era de que fosse o nome da reconstrução em campo.

Mas com o time ainda oscilando em vários jogos, sem padrão claro e com dificuldades ofensivas evidentes, o ambiente começa a mudar. E a velha fórmula do futebol brasileiro de empurrar o peso da crise para o treinador, começa a se desenhar também em São Januário.

A diretoria já ensaia o discurso: “fizemos nossa parte”. Ofereceu estrutura, estabilidade e respaldo. Se o desempenho não apareceu, a culpa não é da gestão, mas da comissão técnica.

É uma estratégia conhecida. Funciona no curto prazo, pois redireciona a pressão para o vestiário e compra tempo institucional. Mas também é arriscada: em um cenário onde SAF e clube associativo são uma coisa só, não há mais desculpas. Não existe mais a 777 para dividir a responsabilidade. Agora, é tudo com o Vasco e seus gestores.

Se a diretoria decidir seguir por esse caminho e empurrar Carille ao centro da crise, pode até aliviar o calor momentaneamente. Mas a torcida não esquecerá quem está com a caneta na mão e com o poder de decisão centralizado.

Carille pode não ser a solução definitiva em campo. Mas também não pode ser o bode expiatório de um clube que ainda tenta se entender fora das quatro linhas.

Raio-X do “grande” elenco do Vasco

Ao término da participação no Campeonato Carioca, podemos fazer uma análise da situação do elenco profissional. A análise será sobre a situação atual do elenco baseado em dados estatísticos e comparações com outras equipes, sem entrar muito no mérito da qualidade dos jogadores.

Foram, até agora, um total de 15 jogos oficiais e 1.350 minutos jogados na temporada 2025, 2 jogos pela Copa do Brasil e 13 pelo Campeonato Estadual.
O elenco do Vasco neste momento da temporada possui 38 jogadores, uma média de idade de 26,9 anos, divididos em:
Os seguintes 9 jogadores também já foram usados em partidas oficiais, continuam no clube e foram reintegrados a equipe Sub 20:

No total, somente nesses 15 primeiros jogos da temporada foram usados 40 jogadores diferentes. Zé Gabriel já saiu, mas também foi utilizado.

O primeiro aspecto que se percebe é que o Vasco possui alta quantidade de jogadores e bastante rotação entre eles, retirando o goleiro Allan Vítor e o zagueiro Capasso, todos tiveram alguma participação. Obviamente, os lesionados, no caso o meia Estrella, e os pontas Adson e David, além do goleiro Alexander, que estava emprestado ao Bangu no Estadual, ainda não tiveram a possibilidade de atuar pelo Vasco esse ano. Mas essa quantidade alta de jogadores preocupa.

Atualmente, mesmo com calendários cheios, existe uma tendência mundial em se trabalhar com elencos reduzidos, com cerca de 25 jogadores.

Os profissionais de comissões técnicas afirmam que, com um elenco mais enxuto, conseguem fazer trabalhos mais individualizados e dar mais coesão e entendimento de jogo aos jogadores, auxiliando a sincronia, adaptação e assimilação tática. Por esse motivo, os clubes têm priorizado a contratação de jogadores que realizam múltiplas funções em campo e podem jogar em mais de uma posição.

Além do aspecto técnico, o aspecto financeiro também pesa, quanto mais reduzido o elenco menos gastos em folha salarial ou gastos distribuídos em menos jogadores, com maior assertividade.

Isso fica claro quando comparamos o elenco do Vasco com equipes de sucesso ou consideradas de boa gestão aqui no Brasil ou do exterior:

Times em momentos bem avançados na temporada possuem uso de quantidade significativamente menor de jogadores que o Vasco em início de temporada, ressalta-se ainda que haverá uma janela de transferência de meio de temporada pela frente, que gera um uso de novos jogadores que chegam. Mesmo comparando com times em início de temporada no Brasil como Palmeiras e Fortaleza, fica claro o tamanho do elenco excessivo.

Para um clube que passa por um momento com pouco poder financeiro como o Vasco, inchar o elenco com jogadores, além de prejudicar a preparação dos próprios, acaba inflando a folha salarial que precisa ser reduzida.

Outro aspecto que destoa de uma possível recuperação financeira são as poucas opções de jogadores jovens e formados na base no elenco principal, somente 3 (7,9%) de jogadores sub 20, onde o mercado oferece os maiores valores.

O Brasil ainda é um mercado exportador de jogadores, e hoje a venda desses ativos é essencial nos orçamentos e importantes para manter o fluxo de caixa. Mas sem a presença de jovens da base sendo trabalhados, aproveitados, valorizados e expostos ao mercado, as possibilidades de boas vendas desaparecem.

Vamos a uma análise rápida por posição:

Analisando o tamanho do elenco fica claro que a quantidade de jogadores é excessiva nas posições de goleiros, zagueiro direito, meia central, meia ofensivo, ponta direita e ponta esquerda. E deveria ser reduzida a quantidade de atletas nessas funções, aliviando a folha salarial e facilitando o trabalho de preparação.

Já para a posição de zagueiro esquerdo temos apenas um jogador natural, necessitando de reforços.

E as posições de lateral direito, lateral esquerdo, meia defensivo e centroavante possuem uma quantidade adequada de jogadores.

É importante lembrar que essa avaliação não leva em consideração a qualidade dos jogadores em questão, mas sim o tamanho do plantel e sua distribuição irregular.

Análise feita por Leonardo David em 20/03/2025.

Vasco x Flamengo: Estatísticas de decisões, campeões e vices

Estatísticas de decisões, campeões e vices (Vasco x Flamengo)

Após o 14º fracasso consecutivo do MUV, de seus penduricalhos, setes e cores (nenhum título estadual foi obtido até hoje, em 13 anos e dez meses, somadas todas as gestões (que soma, também, 1,2 bilhão de reais da dívida de 1,4 bilhão anunciada recentemente), publicamos o histórico de decisões contra o clube da Gávea, jamais vencidas pelos mesmos protagonizadores dessa incrível série de gestões citadas.

No confronto direto geral, até aqui, são 5 vitórias e 27 derrotas diante do adversário, zero vitória e 10 derrotas em campeonatos brasileiros. Neste mesmo século, com Eurico Miranda no poder, foram 19 vitórias do Vasco e 16 derrotas, nove vitórias e cinco derrotas do Vasco em campeonatos brasileiros.

Além disso, vale ressaltar que, neste século, no período em que o gestor foi Eurico Miranda, nenhum clube carioca, depois do Vasco (em agosto de 1998, dezembro de 2000 e janeiro de 2001), sagrou-se campeão da Taça Libertadores, ou Sul-Americano, ou do Campeonato Brasileiro.

Poderia caber incluir na estatística abaixo, as ocasiões em que o Vasco eliminou seu adversário em confronto direto para ser finalista e, em seguida, campeão (1932 {Torneio Início}, 1997 {Campeonato Brasileiro}, 2015 {Campeonato Carioca}, 2016 {Campeonato Carioca}, 2017 {Taça Rio}), e as oportunidades em que o adversário fez o mesmo (1959 {Torneio Início}, 2001 {Taça Guanabara}, 2004 {Taça Guanabara}, 2007 {Taça Guanabara}, 2008 {Taça Guanabara}), 2025 (Campeonato Carioca), mas deixamos esses itens aqui separados.

Também não foram considerados confrontos nos quais não bastaria a um dos clubes vencer para ser campeão, pois a vitória ensejaria uma partida extra para se definir o campeão, fato ocorrido na Taça Guanabara de 1992 (conquistada pelo Vasco com um empate em 1 x 1) e na Taça Rio de 1996 (obtida pelo Flamengo com um empate em 0 x 0).

As Taças Rio citadas na estatística referem-se a primeiro lugar.

Decisões diretas:

Vitórias do Vasco

1926 – Vasco 1 x 0 Flamengo – Torneio Início
1944 – Vasco 3 x 1 Flamengo – Torneio Início
1953 – Vasco 5 x 2 Flamengo – Quadrangular Internacional do Rio de Janeiro
1958 – Vasco 1 x 1 Flamengo – Campeonato Carioca
1965 – Vasco 4 x 1 Flamengo – Torneio Internacional IV Centenário
1975 – Vasco 1 x 0 Flamengo – Terceiro Turno do Campeonato Carioca
1976 – Vasco (5) 1 x 1 (4) Flamengo – Taça Guanabara
1977 – Vasco (5) 0 x 0 (4) Flamengo – Segundo Turno do Campeonato Carioca (Taça Manoel do Nascimento Vargas Netto)
1980 – Vasco 1 x 0 Flamengo – Torneio José Fernandes (Manaus)
1981 – Vasco 1 x 0 Flamengo – Torneio João Havelange
1982 – Vasco 1 x 0 Flamengo – Campeonato Carioca
1986 – Vasco 2 x 0 Flamengo – Taça Guanabara
1987 – Vasco 1 x 0 Flamengo – Campeonato Carioca
1988 – Vasco 3 x 1 Flamengo – Terceiro Turno do Campeonato Carioca
1988 – Vasco 1 x 0 Flamengo – Campeonato Carioca
1993 – Vasco 1 x 0 Flamengo – Copa Rio
1998 – Vasco 0 x 0 Flamengo – Taça Guanabara
1999 – Vasco 2 x 0 Flamengo – Taça Rio
2000 – Vasco 5 x 1 Flamengo – Taça Guanabara
2003 – Vasco 1 x 1 Flamengo – Taça Guanabara
Total: 20

Vitórias do Flamengo
1944 – Flamengo 1 x 0 Vasco – Campeonato Carioca
1952 – Flamengo 1 x 0 Vasco – Torneio Início
1965 – Flamengo 0 x 0 Vasco – Torneio Gilberto Alves
1973 – Flamengo 1 x 0 Vasco – Taça Guanabara
1974 – Flamengo 0 x 0 Vasco – Campeonato Carioca
1978 – Flamengo 1 x 0 Vasco – Segundo Turno do Campeonato Carioca (Taça Rio de Janeiro)
1981 – Flamengo 2 x 1 Vasco – Campeonato Carioca
1982 – Flamengo 1 x 0 Vasco – Taça Guanabara
1986 – Flamengo 2 x 0 Vasco – Campeonato Carioca
1996 – Flamengo 2 x 0 Vasco – Taça Guanabara
1999 – Flamengo 2 x 1 Vasco – Taça Guanabara
1999 – Flamengo 1 x 0 Vasco – Campeonato Carioca
2000 – Flamengo 2 x 1 Vasco – Campeonato Carioca
2001 – Flamengo 3 x 1 Vasco – Campeonato Carioca
2004 – Flamengo 3 x 1 Vasco – Campeonato Carioca
2006 – Flamengo 1 x 0 Vasco – Copa do Brasil
2011 – Flamengo (3) 0 x 0 (1) Vasco – Taça Rio
2014 – Flamengo 1 x 1 Vasco – Campeonato Carioca
2019 – Flamengo (3) 1 x 1 (1) Vasco – Taça Rio
2019 – Flamengo 2 x 0 Vasco – Campeonato Caroca
Total: 19

Sem decisão:

Vasco Campeão e Flamengo Vice:

1923 – Campeonato Carioca
1947 – Torneio Municipal
1952 – Campeonato Carioca
1958 – Torneio Rio-São Paulo
1973 – Terceiro Turno – Grupo A (Troféu Pedro Novaes)
1974 – Segundo Turno (Troféu Oscar Wright da Silva)
1977 – Taça Guanabara
1977 – Campeonato Carioca
1980 – Segundo Turno (Taça Gustavo de Carvalho)
1981 – Segundo Turno (Taça Ney Cidade Palmeiro)
1992 – Taça Guanabara
1992 – Taça Rio
1992 – Campeonato Carioca
1994 – Campeonato Carioca
1998 – Campeonato Carioca
TOTAL: 15

Flamengo Campeão e Vasco Vice:

1943 – Torneio Relâmpago
1974 – Terceiro Turno do Campeonato Carioca (Taça Pedro Magalhães Corrêa)
1978 – Campeonato Carioca
1979 – Taça Guanabara
1979 – Terceiro Turno (Taça Organizações Globo)*
1979 – Campeonato Carioca
1981 – Terceiro Turno do Campeonato Carioca (Taça Sylvio Corrêa Pacheco)
1988 – Taça Guanabara
1996 – Taça Rio
1996 – Campeonato Carioca
2000 – Taça Rio
TOTAL: 11

*A Taça “Organizações Globo” tem uma curiosidade embutida nela. O Flamengo iniciou o turno (que seria o 3º e último) com dois pontos de vantagem por ter obtido os dois primeiros turnos. Tal vantagem servia para que mesmo somando menos pontos que um adversário seu, o rubro-negro pudesse conquistar o título carioca, pelo mérito de ter vencido os dois turnos anteriores. Mas isso, obviamente, não deveria constar como critério para vencer também o turno (foram duas taças diferentes entregues ao Flamengo, uma do turno e outra do campeonato), uma vez que o Vasco no referido turno somou seis vitórias e uma derrota, enquanto o rubro-negro cinco vitórias, um empate e uma derrota. Ou seja, de fato, no referido turno, o Flamengo foi vice do Vasco e não o contrário, mas registramos aqui, conforme ficou.

Item por item:

Competições Estaduais:

Campeonato Carioca:

Flamengo 13 x 10 Vasco
1923 – 1944 – 1952 – 1958 – 1974 – 1977 – 1978 – 1979 – 1981 – 1982 – 1986 – 1987 – 1988 – 1992 – 1994 – 1996 – 1998 – 1999 – 2000 – 2001 – 2004 – 2014 – 2019

Taça Guanabara:

Vasco 6 x 6 Flamengo:
1973 – 1976 – 1977 – 1979 – 1982 – 1986 – 1988 – 1992 – 1996 – 1998 – 2000 – 2003

Taça Rio:

Vasco 4 x 4 Flamengo
1992 – 1993 – 1996 – 1999 – 2000 – 2001 – 2011 – 2019

Segundo Turno do Campeonato Carioca:

Vasco 4 x 1 Flamengo
1974 – 1977 – 1978 – 1979 – 1981

Terceiro Turno do Campeonato Carioca:

Vasco 3 x 3 Flamengo
1973 – 1974 – 1975 – 1979 – 1981 – 1988

Torneio Municipal:

Vasco 1 x 0 Flamengo
1947

Torneio Relâmpago:

Flamengo 1 x 0 Vasco
1943

Copa Rio:

Vasco 1 x 0 Flamengo
1993

Torneio Início:

Vasco 2 x 1 Flamengo
1926 – 1944 – 1952

Interestaduais:

Torneio Rio-São Paulo:

Vasco 1 x 0 Flamengo
1958

Torneio Triangular (Goiânia, Manaus, Governador Valadares):

Vasco 2 x 1 Flamengo
1965 – 1980 – 1981

Nacionais:

Copa do Brasil:

Flamengo 1 x 0 Vasco
2006

Internacionais:

Quadrangular Internacional (Rio de Janeiro)
Vasco 2 x 0 Flamengo
1953 – 1965

Resumo em números:

Decisões diretas:

Vasco Campeão 20 x 19 Flamengo Campeão

Vasco x Flamengo sem decisão direta:

Vasco Campeão 15 x 11 Flamengo Campeão

TOTAL GERAL:

Vasco 35 x 30 Flamengo

Trabalho em dobro pela classificação

2025 – 1° jogo da Semifinal do Campeonato Carioca:

“O jogo de ontem foi injusto, o juiz, o VAR, se naquele lance houvesse isso, naquele outro aquilo…”

2015 a 2017:

Nesse período, Vasco e Flamengo se enfrentaram 16 vezes, com 6 vitórias do Vasco, 6 empates e 4 vitórias do Flamengo.

O clube da Gávea nos três anos era tido pelos especialistas como melhor que o Vasco, mas ao final do triênio teve de se contentar em (junto com Botafogo e Fluminense) não obterem o mesmo número de títulos e taças oficiais que o Gigante da Colina conquistou, além de tal qual os outros dois adversários grandes do Vasco, ter sucumbido no confronto direto.

Um pequeno retrospecto de polêmicas, falta de sorte etc…, nos jogos Vasco x Flamengo naquele período demonstra que tais problemas, primordialmente os de arbitragem, atingiram o Vasco, mas não impediram a nossa supremacia contra eles, como também não impediram que os eliminássemos três vezes consecutivas de competições, sendo que em duas delas seríamos campeões (a derradeira de forma invicta), aliás essas as últimas duas conquistas do clube até o presente momento.

2015 – Campeonato Carioca – Fase inicial:

Com um gol ocorrido em função de uma bobeada do zagueiro Rodrigo, após passe lateral do goleiro Martin Silva para ele (a bola parou numa poça d’água), e outro de pênalti, assinalado em favor do clube da Gávea, além de uma bola chutada contra a trave rubro-negra pelo paraguaio Julio dos Santos, perdemos a primeira disputa oficial contra eles no triênio, por 2 x 1.

O Flamengo, com esse resultado, não perdia do Vasco havia dez jogos na ocasião, desde 2012.

2015 – Campeonato Carioca – Semifinal – 1° jogo:

Jonas, volante do Flamengo, não foi expulso na ocasião, após acertar um chute na cara do centroavante Gilberto com apenas 11 minutos de partida. O jogo terminou 0 x 0.

2015 – Campeonato Carioca- 2° jogo da Semifinal (o Flamengo jogava pelo empate):

Uma cabeçada de Rafael Silva, aos 5 minutos da etapa final, passou da linha fatal e ninguém até hoje pode dizer se entrou inteira ou não, mas, na dúvida, não foi dado o gol para o Vasco, que venceria mesmo assim, com um gol de pênalti, ocorrido, de fato, cometido pelo zagueiro Wallace sobre o volante Serginho.

No dia seguinte parte da mídia pretendeu brigar com a imagem e o Vasco publicou um lance similar de pênalti dado em favor do Flamengo, contra o Botafogo, na final de 2009 para acabar com a discussão.

https://www.netvasco.com.br/n/161468/site-oficial-do-vasco-publica-video-de-penalti-a-favor-do-urubu-em-2009-para-acabar-com-a-discussao

2015 – Campeonato Brasileiro – 1° turno:

Com um belo gol de Riascos, marcado na etapa inicial, o Vasco derrotou o adversário, no Mato Grosso, por 1 x 0.

O Flamengo atacou bastante, mas mesmo tendo o Vasco atuado com seu terceiro goleiro (segundo reserva) não conseguiu o time da Gávea vazá-lo.

2015 – Copa do Brasil – Oitavas-de-final 1° jogo:

Aos 6 minutos do período final, Emerson Sheik cometeu pênalti sobre o zagueiro Anderson Salles e a arbitragem não assinalou a falta máxima. Aos 12, o Vasco marcou o gol da vitória em lance no qual Riascos, que participou da jogada, estava em impedimento. Gol marcado por Jorge Henrique, que estreava.

O Flamengo não perdia no Maracanã partidas realizadas pela Copa do Brasil, desde 2004.

2015 – Copa do Brasil –
Oitavas-de-final – 2° jogo:

Aos cinco minutos de partida foi dado um gol irregular para o Flamengo, com o zagueiro rubro-negro César Martins, em posição de impedimento, influenciando por sua ação (um corta-luz) claramente no desfecho da jogada, que ensejou o gol do rubro-negro.

O Vasco empatou no 2° tempo, com Rafael Silva, e se classificou.

2015 – Campeonato Brasileiro – 2° Turno:

Quando o Flamengo vencia o Vasco por 1 x 0, ainda na primeira etapa, houve reclamação dos vascaínos pela não marcação de um pênalti, após conclusão de Luan e desvio com o braço de Canteros (que não estava com ele junto ao corpo).

No 2° tempo o Vasco virou o jogo e venceu por 2 x 1. O gol da virada foi de pênalti, existente.

2016 – Campeonato Carioca – Fase Inicial:

Vasco x Flamengo voltaram a se enfrentar em São Januário, depois de 11 anos quase.

Após lance duvidoso na área dos visitantes no período inicial e uma bola na trave rubro-negra atirada por Nenê, em cobrança de falta, na etapa final, Rafael Vaz, zagueiro cruzmaltino, aos 45 do 2° tempo, marcou o gol da vitória do time da casa por 1 x 0.

2016 – Campeonato Carioca – Segunda Fase:

Numa partida em que o incômodo rubro-negro pelos seguidos insucessos diante de seu rival atingia parte da mídia, lances foram editados por uma emissora carioca para tentar transformar o centroavante rubro-negro Paolo Guerrero em vítima e Rodrigo, zagueiro vascaíno, em algoz no clássico disputado em Brasília.

Mostramos vários lances de prejuízo ao Vasco (lances capitais, inclusive) ocorridos na partida. Claro, sem a mesma repercussão. O jogo terminou empatado em 1 x 1.

https://www.netvasco.com.br/n/176532/casaca-divulga-nota-e-video-sobre-a-arbitragem-de-urubu-1-x-1-vasco

2016 – Semifinal do Campeonato Carioca (o Vasco jogava pelo empate):

Próximo da final e ainda invicto na competição, o Vasco, em Manaus, enfrentaria o adversário, que fez vergonha antes de o jogo começar, largando no vestiário as crianças que acompanhariam os atletas e fincando uma bandeira rubro-negra no centro do gramado, como se pretendessem dizer que aquele espaço, simbolicamente, era do clube da Gávea.

Com a vitória de 2 x 0 do Vasco, com direito a pênalti não marcado em Nenê, atleta rubro-negro poupado de expulsão, a gozação foi imediata e os rubro-negros, que haviam dado bandeira no episódio pré-jogo, foram o alvo evidente no pós.

https://www.netvasco.com.br/n/177610/casaca-divulga-nota-sobre-a-serie-de-9-jogos-do-vasco-sem-perder-para-o-urubu

2017 – Campeonato Carioca – Taça GB – Semifinal (o Flamengo jogava pelo empate):

Partida disputada em Volta Redonda. O Fla venceu por 1 x 0, com um gol de pênalti.

2017 – Campeonato Carioca – Taça Rio – Fase regular:

O Vasco vencia por 1 x 0, gol marcado na primeira etapa por Yago Pikachu, quando aos 8 do 2° tempo houve uma incrível simulação de agressão por parte do árbitro da partida (disputada em Brasília como já ocorrera no ano anterior), após contato físico leve de Luís Fabiano com ele. O Vasco vencia por 1 x 0 e o adversário, com um a mais, virou. Aos 44 do 2° tempo o mesmo árbitro não marcou um pênalti sobre Jomar, que teve sua camisa puxada quando posicionado, próximo à primeira trave, buscava cabecear, chegar na bola, após cobrança de escanteio.

https://www.netvasco.com.br/n/191435/veja-o-penalti-em-jomar-nao-marcado-aos-44-minutos-do-2-tempo-de-urubu-2-x-2-vasco

Três minutos depois, no entanto, o árbitro assinalou outra penalidade máxima (que não houve), cabendo a Nenê bater e empatar definitivamente o clássico.

2017 – Campeonato Carioca – Taça Rio – Semifinal (o Vasco jogava pelo empate):

Próximo da vaga à final da Taça Rio (1° lugar), que venceria diante do Botafogo na semana seguinte, o Vasco obteve sua classificação com um empate de 0 x 0 no clássico diante do Flamengo e gritos de Casaca! no vestiário vascaíno, como deve ser.

2017 – Campeonato Brasileiro – 1° Turno:

Em pleno estádio de São Januário, Everton Ribeiro, na etapa inicial, cortou uma bola com a mão dentro da área e o árbitro nada marcou. O Flamengo venceu o jogo por 1 x 0, gol assinalado na etapa final.

Após o jogo houve confusão, com morteiros e afins atirados no gramado, e o Vasco, por medida do STJD, perdeu o direito de atuar seis vezes na competição em seu estádio, com presença de sua torcida.

Mesmo assim, no final da competição chegaria o Vasco à Libertadores, ficando apenas um ponto atrás do rubro-negro, fruto de um pênalti desnecessário, cometido infantilmente por um atleta do Vitória-BA contra o Fla, na Boa Terra, na última rodada do campeonato, exatamente no último lance do jogo. O Flamengo ficou em 6° lugar na classificação final e o Vasco em 7°.

https://www.netvasco.com.br/n/196100/veja-mais-um-penalti-a-favor-do-vasco-nao-marcado-pela-arbitragem-contra-o-urubu

Imperdíveis os comentários de alguns vascaínos e de rubro-negros, que podem ser lidos através do link acima. A matéria foi publicada cerca de quatro horas após o fim do jogo.

2017 – Campeonato Brasileiro – 2° turno

A maior chance da partida foi do Vasco, em bola que estourou na trave rubro-negra, após chute de Nenê e desvio de Juan. O zagueiro rubro-negro por um triz não marcou contra.

Nos últimos dez minutos de jogo, aproximadamente, o Vasco atuou com um jogador a menos, após contusão de Ramon, pois o número de substituições permitidas já havia se esgotado. A partida terminou empatada (0 x 0).

O único jogo aqui não mais esmiuçado foi o amistoso ganho pelo Flamengo, no início de 2015, por 1 x 0, afinal o primeiro milho é dos pintos.

Sobre arbitragens nos dois Campeonatos Brasileiros (2015 e 2017), muito para além dos jogos diante do Flamengo, o Vasco foi prejudicado, na balança de pontos, em 14 no ano de 2015 (exatos 20 erros capitais contra si e nenhum a favor, com o curioso e conveniente silêncio de muitos) e “apenas” sete em 2017, ano no qual o clube teve contra si seis gols irregulares dos seus adversários validados, oito pênaltis contra si assinalados, um apenas (na última rodada) concedido e oito outros a favor (existentes) ignorados pela arbitragem.

Se a queda ocorreu via arbitragem em 2015, esta não impediu o bi invicto do Vasco no ano seguinte, a quebra do recorde de partidas oficiais invictas de sua história (superando no mesmo quesito a Atlético-MG, Flamengo, Internacional-RS e Palmeiras), a manutenção do Vasco no G4 da Série B, desde os 6 minutos do 1° tempo da primeira partida do clube na competição (líder nas 29 rodadas iniciais do campeonato, das 38 jogadas), até o fim dela (nenhum minuto sequer fora do G4, desde então e sem a necessidade matemática de somar qualquer ponto nas últimas duas rodadas da competição para subir).

Já em relação a 2017, com metade dos pontos de prejuízo de arbitragem, o Vasco chegou à Libertadores, pela última vez até aqui.

Em 2015, sem os prejuízos de arbitragem o Vasco terminaria a competição em 8° e em 2017, seguindo o critério, em 3°, com os mesmos pontos do segundo colocado.

Ao final do triênio o clube havia reduzido sua dívida global, apesar de juros incorrerem ano a ano, apesar de ter sido assumido o Vasco com a dívida real quase triplicada, após seis anos e cinco meses de gestão dos antecessores, apesar das condições precárias da base, do patrimônio, das finanças, dos atrasos, do desprestígio institucional, da falta de crédito, do péssimo momento no futebol, deixado no 3° lugar da segunda divisão em 2014, mas entregue à gestão seguinte, no início de 2018, classificado à principal competição da América do Sul, repetindo, pela última vez.

Muito trabalho, muita exposição, sem choro, vela, romantizações de fracassos, longe de vendilhões, de entreguistas, de experts financistas, longe de concordata ou de reinventores da roda. Sem ser gerido ou resolvido o Vasco de fora para dentro, mas sim de dentro para fora, com muita cobrança e vascaínos insatisfeitos com “somente” aquilo apresentado pelos gestores naquele triênio, que se encerrou há pouco mais de sete anos.

Voltando a 2025, hoje se ouve por todos os cantos vascaínos dizendo ser o time do Flamengo melhor tecnicamente que o nosso e etc…

Se todos dizem isso e a direção do clube não refuta, por que razão o Vasco não fez diferente do adversário desde o início da competição?

Por que não pôs seu time principal para jogar desde a primeira rodada, a fim de obter uma vantagem competitiva para enfrentar o rubro-negro ou qualquer outro adversário numa semifinal?

Teria o Vasco ganho a Taça Guanabara e entrado com mais moral na decisão da vaga à final e faria seu último jogo da fase semifinal no estádio que lhe conviesse (e com vantagem).

Por outro lado, por qual motivo no Conselho Arbitral da Federação, realizado em novembro do ano passado, o Vasco aceitou que as duas partidas finais da competição fossem disputadas no Maracanã, como consta no regulamento da competição?

Por que o Vasco não impôs no regulamento seu direito de jogar uma eventual partida semifinal em seu estádio, considerando nisso as limitações impostas pelo Poder Público ao estádio?

Depois de tanta desídia, negligência, descuido ou ingenuidade nos bastidores por parte do Vasco, cabe agora buscar a vitória no segundo jogo e por mais de um gol de diferença, já que a vantagem é do adversário.

Ponto.

Sérgio Frias

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