Antes da conquista da América, festa em terra e mar

 

No dia 16 de agosto de 1998, o Vasco vencia o Guarani pelo campeonato brasileiro daquele ano, na última partida da equipe titular antes da finalíssima da Taça Libertadores. E no mesmo dia, o remo vascaíno vencia a 4ª regata do estadual, massacrando Flamengo e Botafogo e abrindo uma vantagem de 11 vitórias sobre o freguês rubro-negro, faltando apenas duas regatas.

Recordar é viver !

“Antônio Lopes tem razão. O jogo visto do alto é bem melhor. Tão melhor que a torcida vascaína, sentada nas arquibancadas e cadeiras de São Januário. antecipou o resultado do jogo contra o Guarani e festejou assim que seu time entrou em campo. “Carlos Germano! É Seleção!.. . É Odvan! É Seleção!… Mauro Galvão! É Seleção… Fe-li-pê! É Seleção!…” Os 2 a 1 que garantiram ao Vasco mais três pontos no Campeonato Brasileiro eram mero detalhe. Na cabeça dos quase dez mil vascaínos (6.065 pagantes) que foram ao estádio, ecoava a lembrança da decisão da Taça Libertadores, dia 26, contra o Barcelona de Guaiaquil. O que a torcida realmente queria era uma prévia da festa com a qual sonha desde o início deste ano — ano impossível esquecer do centenário vascaíno.

Quando a bola rolou, a lua-de-mel entre time e torcida se fez evidente. Felipe fazia gato e sapato de seu marcador, o zonzo Marco António. As arquibancadas deliravam de felicidade. Cada bola que roçava as redes e prenunciava o gol vascaíno — em São Januário, atualmente, ninguém duvida de que ele sairá, cedo ou tarde — aumentava a sintonia entre campo e torcida. Quando Mauro Gaivão recebeu uma bola de Odvan e não percebeu a chegada de Marcelinho Paulista, que vinha lhe roubar a bola, quem lhe deu o aviso foram os torcedores — um uníssono “Ó o ladrão!”. Deu certo. Galvão não perdeu a bola.

O Vasco executava sua marcação por pressão, e chegou ao seu gol com uma bola roubada por Donizete de Luís Cláudio. Cruzou, ela bateu em Sorlei e entrou. Quem queria ver gol comemorou: “Sorlei! Sorlei!. ironizou a arquibancada, que também marcava o ataque do Bugre. “Rodox no Barata!”. “Dá uma chinelada nele!” eram ouvidos cada vez que o atacante pegava na bola. Ajuda valiosa.

O Guarani empatou. A torcida sentiu, assim como o time. Cansados, os jogadores receberam o apoio do técnico Lopes na beira do campo no segundo tempo. Aos I11 min, Pcdrinho deu de bico para o gol: 2 a I para o Vasco. comemorado com abraços entre técnico e jogadores. A torcida festejou com a cabeça em Guaiaquil: “Dá-lhe, dá-lhe, dá-lhe Vasco, seremos campeões !”

O Jornal do brasil destacava a importância da dupla Luizão e Donizete para a equipe vascaína:

“Desde que chegaram ao Vasco, no início do ano, Donizete e Luizão marcaram, juntos, 29 gols. O mesmo número que Edmundo fez, sozinho, ano passado, no Campeonato Brasileiro. A diferença é que, ano passado. Edmundo marcava praticamente todos os gols do time. Este ano, todos marcam — gols, adversários e pontos com a torcida. A raça e a vontade de vencer que demonstram nos jogos fizeram com que Luizão e Donizete conquistassem seu lugar no coração dos vascaínos. Com amigdalite, Donizete saiu no meio do segundo tempo, no jogo de ontem, debaixo de uma saraivada de palmas. A mesma torcida que o vaiou várias vezes, ontem, reconheceu seu valor para o time. “Au, au, au, Donizete é bacalhau!”, gritaram para o Pantera, que retribuiu atirando sua camisa para a torcida.

O Pantera é bacalhau, Luizão “é o terror”. O segundo gol vascaíno foi mérito seu: trocando de papel com Pedrinho, foi à linha de fundo e cruzou para o camisa 11. aos 11 min, garantir a vitória vascaína. Humilde, o centroavante que chegou ao Rio em Janeiro e já declarou várias vezes ter se encantado com o Vasco, divide o mérito não só com Pedrinha, mas com o resto do time: “Ali, eu só preparei a bola. No Vasco, todo mundo é atacante.”

E marcador também. Não são raras as vezes em que Luizão e Donizete estão no meio de campo, marcando como se fossem volantes, lutando pela posse de bola e disparando para a área adversária quando estão com ela . Dois exemplos de aplicação, dois jogadores modernos, que jogam para o time antes de mais nada. Donizete, que já se irritou muito com substituições anteriores, ontem saiu de campo serenamente. “Hoje eu não estive muito bem. mas o importante é que o Vasco termine o jogo com os três pontos”. disse o atacante cruzmaltino.”

  

Fonte: O Globo e Jornal do Brasil

Outras vitórias do Vasco em 16 de agosto:

Vasco 1 x 0 Vitória (Brasileiro 2003)

Vasco 3 x 0 Bonsucesso (Carioca 1964)

Bonsucesso 1 x 6 Vasco (Carioca 1959)

Canto do Rio 0 x 3 Vasco (Carioca 1958)

 

Um comentário em “Antes da conquista da América, festa em terra e mar”

  1. 1998 !

    ANO do CENTENÁRIO VASCAÍNO!

    VENCEMOS SIM! AQUELA PARTIDA MEMORÁVEL por 2 x1, e diga-se de passagem. o mesmo marcador do jogo de volta lá em GUAYAQUIL no EQUADOR GOLS marcados pelo PANTERA DONIZETE e o ARTILHEIRO LUISÃO !

    Essa partida foi a FAGULHA que redundou na VOLTA OLÍMPICA LÁ em EQUADOR, E INICIAMOS O ANO DE 98 CONQUISTANDO A TAÇA GUANABARA e a TAÇA RIO com DUAS RODADAS de ANTECEDENCIA, e com a Flapress desesperada, com a tentativa de melar e tumultuar porque o CLUB de REGATAS VASCO da GAMA é o VERDADEIRO CLUBE do POVO !

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