Três anos depois

Passaram-se três anos de seu falecimento. Já estava ele fora da gestão há cerca de 14 meses.

A última vez em que o Vasco se classificou para a Taça Libertadores da América foi com ele. O MUV, versão amarela, dizia nas redes que isso era mole. Pois é. Passaram-se cinco anos, desde a classificação de 2017 e o Vasco se encontra fazendo segunda época na Série B.

O último título de Campeão Carioca invicto foi com ele, aliás o penúltimo também foi.

O último Bicampeonato Carioca foi com ele, aliás o penúltimo e o antepenúltimo também foram.

O único Tricampeonato Carioca foi com ele.

Das 13 Taças Guanabaras conquistadas pelo Vasco em sua história, desde 1965, nove foram com ele.

Em 36 Taças Rio (disputa do 1º lugar) ocorridas, o Vasco conquistou dez (é o recordista). Delas, com ele, foram nove.

Dos quatro Campeonatos Brasileiros conquistados pelo Vasco, três foram com ele.

Dos quatro Torneios Interestaduais oficiais conquistados pelo Vasco (1958, 1966, 1993 e 1999), dois foram com ele.

A primeira final de uma Copa do Brasil disputada pelo Vasco foi com ele, a de um Mundial de Clubes oficial (em 2000), também.

A maior virada em decisões da história do futebol mundial, em todos os tempos, foi obtida pelo Vasco, com ele, no ano de 2000. Todos sabem de que jogo estamos falando.

O Campeonato Carioca que o Vasco moralmente tinha que ganhar (o de 1998) foi com ele. E em sua função o gol do título, marcado por Mauro Galvão, pôde existir, pois a pressão em Bangu era para que o jogo terminasse, após o fim do tempo regulamentar, pela falta de luz no estádio.

Se o Vasco hoje é bicampeão Sul-Americano e se tem na conta um dos títulos conquistados de forma invicta, isso ocorre por sua luta e de um dos seus filhos, hoje professor doutor em história, para que tal reconhecimento fosse obtido em 1996.

No comando do clube, ou do futebol do clube, foram 25 anos e meio.

Se o Vasco teve a oportunidade de durante três anos crescer esportivamente sem comprometer ativo nenhum seu em garantia, sem ter que dar um milímetro de seu patrimônio ou ceder qualquer atleta em função de acordo, isto ocorreu porque ele conseguiu o contrato de parceria com o Nations Bank.

Mas entrar dinheiro não significa conquistar títulos. Outras parcerias foram firmadas com Flamengo, Grêmio, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Bahia e Vitória. Campeonato Brasileiro e Libertadores (juntos) só mesmo o Vasco conquistou naquele período.

E sabemos como o Vasco não se deixou ludibriar, buscou seus direitos, evocou outros, abriu espaços, se necessário à fórceps, brigou com os poderes midiáticos vigentes à época, em vários casos, para trazer, com tudo isso somado, Campeonato Brasileiro de 1997, Campeonato Carioca de 1998 (ano do centenário), Taça Libertadores de 1998, Torneio Rio-São Paulo de 1999, Copa Mercosul de 2000 e Campeonato Brasileiro de 2000, conquistado em 2001, após luta individual sua para que não nos tomassem na canetada.

Antes, houve outras tentativas para frear a busca do Vasco por outros campeonatos, entre eles o Brasileiro de 1989, houve a imposição do clube em atuar todos os clássicos em São Januário no Campeonato Carioca Invicto, conquistado em 1992, a guerra nos bastidores contra o Fluminense no Campeonato Carioca de 1993, a inversão de tabela no único tricampeonato conquistado pelo Vasco em sua história, em 1994.

Para que tais conquistas surgissem (52) ele, logo ao assumir a vice-presidência de futebol, além de manter Geovani (fora dos planos de Calçada e da comissão técnica em 1986) e Roberto Dinamite, que pretendia não mais ficar no clube caso não recebesse o que era devido (algo dito no início do mesmo ano), buscou vários atletas que conquistariam títulos pelo Vasco e em 2017 levaram o clube a disputar sua última Taça Libertadores, já com outra gestão, no ano seguinte:

Henrique, Vivinho, Luís Carlos Martins, Dunga, Tita, Célio Silva, Zé do Carmo, Cocada, Marco Aurélio, Luís Carlos Winck, Quiñonez, Andrade, Boiadeiro, Bebeto, Tato, Jorge Luís, Luisinho, Eduardo, Geovani (de volta em 1991, após venda para o futebol europeu em 1989), Torres, Roberto Dinamite (de volta em 1992 para encerrar de forma vitoriosa sua carreira no Vasco), Carlos Alberto Dias, Dener, Ricardo Rocha, Juninho Pernambucano, Leonardo, Ramon Menezes, Edmundo, Válber, Odvan, Mauro Galvão, Evair, Sorato, Donizete, Luizão, Vágner, Zé Maria, Guilherme, Alex Oliveira, Paulo Miranda, Gilberto, Viola, Amaral, Romário, Jorginho, Júnior Baiano, Clébson, Fábio, Euller, Juninho Paulista, Jorginho Paulista, Léo Lima, Souza, Petkovic, Valdir, Russo, Marcelinho Carioca, Marques, Beto, Madson, Gilberto, Júlio César, Riascos, Andrezinho, Jorge Henrique, Nenê, Yago Pikachu, Breno, Wagner, Luís Fabiano, Anderson Martins, entre outros.

A aposta sistemática na base vascaína, com profissionais imbuídos do objetivo de apresentar material humano de qualidade e bem observados por quem do clube observava, e muito bem, futebol, trouxe importante participação de vários nomes: William, Bismarck, França, Sorato, Sidney, Cássio, Luciano, Carlos Germano, Júnior, Tinho, Valdir, Pimentel, Leandro Ávila, Jardel, Márcio, Yan, Gian, Alex, Brener, Pedrinho, Felipe, Luís Cláudio, Henrique, Géder, Hélton, Wescley, Ygor, Morais, Souza, Alex Teixeira, Alan Kardec, Phillippe Coutinho, Allan, Douglas Luiz, Evander, Paulinho, entre outros.

Falamos aqui, hoje, apenas de conquistas do futebol profissional, mesmo sendo sabedores de que inúmeros outros esportes, com muito ou pouco dinheiro, deram ao Vasco títulos, com a participação dele na diretoria administrativa (desde 1992) e como presidente do clube no século XXI. Não citaremos também os títulos da base, as melhorias patrimoniais, compra de patrimônio, manutenção e conservação dele, profissionais que tiveram escola no Vasco (acadêmica, inclusive) para brilhar nacional e internacionalmente e crescerem como cidadãos, respeito ao Vasco (exigido), em qualquer entidade dirigente do desporto nacional, bem como em qualquer roda de negociações que sem o Vasco, representado por ele, levaram a prática das tratativas normalmente ao fracasso (vide liga barbante do trio Fla/Flu e Bota dos anos 90, I Liga, com a dupla Fla/Flu como partícipe, entre outros tiros n`água, como por exemplo aquele que desencadeou no fim do Clube dos Treze, ocorrido quando ele não administrava o Vasco).

Importante deixar registrado para o público que no século XXI, quando a dívida global do Vasco saiu de aproximadamente 150 milhões de reais (janeiro de 2001) para cerca de 800 milhões de reais, mais de 600 milhões do aumento dela pertence às administrações opositoras a dele neste século e que no século XXI ele geriu o clube durante dez anos e meio, enquanto seus adversários geriram o Vasco (até aqui) por dez anos e nove meses.

Cabe-nos, ainda, lembrar algumas estatísticas e dados básicos do Vasco, com ele e sem ele, no século XXI.

Último clube carioca Campeão Brasileiro, com Eurico Miranda na direção do Vasco (2001 a junho de 2008, dezembro de 2014 a 15/01/2018) – VASCO

Último clube carioca Campeão Sul-Americano, com Eurico Miranda na direção do Vasco (2001 a junho de 2008, dezembro de 2014 a 15/01/2018) – VASCO

Último clube carioca Campeão da Taça Libertadores, com Eurico Miranda na direção do Vasco (2001 a junho de 2008, dezembro de 2014 a 15/01/2018) – VASCO

Único clube carioca finalista de Campeonato Mundial Oficial com Eurico Miranda na direção do Vasco (2001 a junho de 2008, dezembro de 2014 a 15/01/2018) – VASCO

Confrontos do Vasco contra seus três principais rivais históricos no século:
Vasco x Botafogo

Com ele: Vasco 12 x 07 Botafogo
Sem ele: Vasco 12 x 19 Botafogo

——–

Vasco x Flamengo
Com ele: Vasco 19 x 16 Flamengo
Sem ele: Vasco 04 x 19 Flamengo

——

Vasco x Fluminense
Com ele: Vasco 15 x 08 Fluminense
Sem ele: Vasco 14 x 06 Fluminense

——

Número de taças oficiais (1º lugar e 1ª divisão) conquistadas com ele:
2001 – Campeonato Brasileiro (referente à competição do ano anterior)
2001 – Taça Rio (1º lugar)
2003 – Taça Guanabara
2003 – Taça Rio (1º lugar)
2003 – Campeonato Carioca
2004 – Taça Rio (1º lugar)
2015 – Campeonato Carioca
2016 – Taça Guanabara
2016 – Campeonato Carioca (INVICTO)
2017 – Taça Rio (1º lugar)
TOTAL: 10

Número de taças oficiais (1º lugar e 1ª divisão) conquistadas pelo Vasco no século XXI, sem ele:
2011 – Copa do Brasil
2019 – Taça Guanabara
TOTAL: 02

Temos como última comparação, e definitiva para qualquer dúvida deixar de subsistir:

Vinte e cinco anos e meio de Vasco com ele:

Vasco: 16 títulos oficiais desde Campeonatos Cariocas.
(1987, 1988, 1989, 1992, 1993, 1993, 1994, 1997, 1998, 1998, 1999, 2000, 2000, 2003, 2015, 2016)

Vinte cinco anos e meio de Vasco sem ele (primeiro trimestre de 1971 para cá):

Vasco: 04 títulos oficiais, desde Campeonatos Cariocas.
(1974, 1977, 1982, 2011)

Hoje, meu caro Eurico Miranda, querem vender o Vasco na xepa, conforme você anunciou há mais de dez anos que seria o plano deles. Como você disse à época, em reunião aberta e repleta de gente numa dessas casas portuguesas, eles iriam diminuir tanto o Vasco que convenceriam o público de que não haveria outro jeito. Você tinha inteira razão.

Nós estivemos sempre atentos, sabemos que jeito há, sabemos que soluções existem, sempre soubemos que a história mal contada do Vasco favorece a quem quer manchá-la, mas acreditamos, também, que atropelos e sofreguidão por se conseguir o que pretendem pode levá-los, em definitivo, ao fim de sua jornada. Se isso ocorrer, dar-se-á a morte do MUV (que não se confunde com quem fez ou não fez parte do movimento e sim com o espírito do movimento) e um novo tempo no Vasco, no qual a Turma do Ódio, do despeito e da inveja poderá abrir espaço para quem venha tratar nosso clube com a grandeza que ele possui, fazendo-o ser respeitado, temido (se necessário) e vencedor, como é a sua sina.

Sérgio Frias

4 comentários em “Três anos depois”

  1. ETERNAMENTE EURICO ÂNGELO DE OLIVEIRA MIRANDA, OBRIGADO POR TUDO QUE FEZ PELO NOSSO AMADO VASCO DOS VERDADEIROS VASCAÍNOS.

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