Coluna do Torcedor
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Sobre Rodrigo Capelo e a propaganda pró-SAF no Vasco do programa Redação Sportv no dia 15 de Março

Que retórica pobre!

Ele faz afirmações falsas para defender a implantação da S.A.F. no Vasco. O Vasco é uma associação civil sem fins lucrativos, como são todos os outros clubes. No presente caso o ‘menino’ que fala não está atuando como jornalista, mas como propagandista de uma ideia, fazendo afirmações falsas, e usando o método da lacração.

Toda entidade tem as representações. O que ele diz sobre a ideia de ser dono, pode ser aplicado a qualquer clube, um simples torcedor do flamengo, do fluminense, do palmeiras, pode ser sentir dono do clube, mas qualquer clube é uma entidade diferente dos seus torcedores, de seus associados e seus dirigentes. Como ocorre com qualquer entidade criada de acordo com a legislação.

Ele nem procurou saber sobre a natureza das associações civis sem fins lucrativos e a diferença de entidades empresariais.

Também desinforma quando imputa aos Beneméritos um papel que eles não têm.
Ele deve se sentir dono da globo, ele deve ser desse tipo de empregado que nem sabe que é empregado. Será que a globo mandou ele falar em defesa da globo? Normalmente, a globo poderia fazer um editorial colocando a posição dela. Mas, ele tinha no ataque de lacração de incluir a adulação ao patrão.

A transformação do clube em S.A.F. faz o clube perder seu maior ativo e passa tal ativo para uma empresa.

A S.A.F. SUCEDE o clube:

“I – a Sociedade Anônima do Futebol sucede obrigatoriamente o clube ou pessoa jurídica original nas relações com as entidades de administração, bem como nas relações contratuais, de qualquer natureza, com atletas profissionais do futebol.”

Será que ele entende o que significa suceder?

Em relação à falência, também fica demonstrado que quem faz a guerrilha é ele, usando um meio de comunicação que atinge muito mais gente do que um panfleto.
Vejamos a quem a lei de falência se dirige:

“Art. 1º Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, doravante referidos simplesmente como devedor.”

No momento o Vasco não é empresário, nem é uma sociedade empresária.

Então, quem está desinformando é esse senhor.

Acho que o patrão dele deveria determinar que ele corrigisse as desinformações que ele passou só pra lacrar e permitir o direito de resposta para quem foi ofendido.

Que a S.A.F. vá pra o flamengo.

+ + +

Por: João de Campos Gomes
Sócio do Vasco e Advogado

2 comentários sobre “Sobre Rodrigo Capelo e a propaganda pró-SAF no Vasco do programa Redação Sportv no dia 15 de Março

  1. e quando todos os clubes do Brasil forem SAF, uma vez que essa é a clara tendência para a qual o futebol brasileiro se encaminha, e o Vasco não?
    é preciso entender que o futebol não é mais o esporte romântico de outrora, onde o amadorismo gerencial tinha seu espaço. Cada vez mais é uma esfera de negócio, por mais que vocês não aceitem isso. Realidade é realidade. Na Europa é assim, nos EUA é assim…e o Vasco? Qual a proposta para futuro do Vasco dada por vocês?
    Só não venham falar em “parcerias profissionais”, “gestão profissional” e esse blablabla todo que, embora seja o ideal, nunca foi colocado em prática no clube e com certeza não será colocado em prática por quem, infelizmente, ainda vive na bolha restrita do romantismo vascaíno e do perfil guerrelheiro.

    1. Em primeiro lugar, quando isso acontecer (se acontecer) os que não se venderam antes e com potencial enorme de torcida serão muito mais valorizados. Os que partiram na frente entregando o controle acionário do futebol serão exemplo daquilo que os pôs em situação de fragilidade e a lógica da manutenção do controle acionário será, por óbvia que é, a proteção de quem não partiu pelo caminho errado.

      Não há nada de romântico em manter-se dono do próprio nariz, pois Corinthians, Flamengo e Palmeiras não são românticos hoje e se mantém como associações civis.

      O que falta ao Vasco é poder de captação e isso se dá, fundamentalmente, nos últimos quatro anos, porque o valor da dívida do clube (sexta maior do país) não impediria seu equacionamento, como não impede em outros clubes com dívida muito maior que nem pensem em SAF no momento.

      Não existe amadorismo gerencial no Vasco há anos. O clube apresentou Cristiano Koehler até como presidente do próprio clube na Revista Veja Rio em 2013, o Vasco tem hoje o tal CEO rubro-negro, entre outros da época do MUV, vários departamentos foram profissionalizados e vários setores terceirizados, mas o que não pode e não dá certo, é quem gere o clube não estar ligados aos problemas, não estar dentro, não estar ligado nas negociações em entidades, nos negócios vindouros, havendo, claro, grande vantagem para os clubes que possuem tais dirigentes de prontidão em defesa do clube.

      O que não se aceita está muito claro.

      Sobre o futuro do Vasco a solução está em captação de recursos. Ora, o Vasco, proporcionalmente, com 688 mihões de dívidas em dezembro de 2014, parte relevante de curto prazo, estava em situação muito pior que a de hoje na época. Mas o clube obteve certidóes e as manteve por dois anos e nove meses, foi recebido no terceiro lugar da segunda divisão, sem que tivesse liderado rodada alguma da Série B, e deixado na Libertadores quando a sucessora assumiu, com mais títulos e taças oficiais ganhas que os três outros rivais do Rio juntos, com mais vitórias que qualquer um deles nos confrontos diretos, com o Parque Aquático reformado, Ginásio idem (contando com parte do valor pela participação da torcida), concentração da base reconstruída, a própria base reabilitada, CAPRRES montado, outros esportes novamente sendo disputados, títulos obtidos e diminuição da dívida global do clube, com uma joia deixada e vendida pela gestão seguinte por 57 milhões de reais limpos para o clube em menos de 90 dias dela no poder.

      A solução outra, fora a notória competência em captação de recursos e no equacionamento da dívida, negociação dela, que proporcionou isso ao Vasco naquele triênio, está numa das propostas apresentadas no último pleito, ou seja, o empréstimo no exterior de capital relevante para equacionamento do clube com carência para pagamento e juros baixos, criação de novas receitas, fomento no campo esportivo e patrimonial. Profissionalização dos setores com profissionais com credibilidade no mercado, ajuda dos de dentro para seguir os caminhos, busca por atalhos favoráveis, dado o entendimento das peculiaridades do Vasco, a característica de sua torcida e o plano estratégico para superar seus adversários.

      O blá, blá, blá de gestão profissional é o discurso dos que lá estão e do MUV ao longo do tempo como citei acima.

      Quando esse blá, blá, blá não esteve presente no Vasco, neste século, o clube, perante os demais daqui, mostrou-se completamente diferente. Basta comparar os dois períodos: https://casaca.com.br/site/2022/03/12/tres-anos-depois/

      Mas, se em algum momento o Vasco se tornar SAF, aí o que tem de ser feito é o oferecimento das ações dela, fora as de Classe A, aos vascaínos para que comprem o clube, pondo dinheiro em caixa no Vasco rapidamente, sem comissionamento, e passando a ter voz ativa dentro da instituição, controlando junto à própria direção os destinos do clube e não pondo na mão de terceiros estranhos ao Vasco pelo resto da vida, com o patrimônio em risco, ficando a Associação Civil com as dívidas, enquanto o outro lado aparece zerado e com poder negocial para rever qualquer contrato assinado previamente com a associação civil, o que é (essa relação à condição que fica a Associação Civil) um desatino.

      Por fim, quem dá esse cheque em branco, em confiança??? hoje, lá na frente, com os problemas surgindo, vai enfiar a cara debaixo da terra como avestruz e deixar que outros busquem resolver o problema criado, da mesma forma que ocorreu quando chegou o MUV no Vasco, em julho de 2008, para revolucioná-lo, com apoios mil, grande expectativa de grana, patrocínios, força na Justiça e apoio de governador, mas que após seis anos e meio havia praticamente triplicado a dívida do clube, caído de divisão duas vezes, passado de primeiro para quinto nas cotas de TV, dilacerado patrimônio, exposto a base ao ridículo e o clube, em termos de representatividade, pondo tudo nas costas de Roberto Dinamite e aguardando o retorno para completarem o trabalho iniciado lá, com a pior performance possível no campo esportivo e a venda do clube na xepa, de forma descarada e contando, ainda, com grande apoio da mídia global para fomentar a beleza do negócio aos vascaínos, como, alías, contou com ela o proprio MUV quando entrou no Vasco no segundo semestre de 2008, conforme já mencionado.

      Sérgio Frias

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