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Vasco Hoje (12/05/1998) Duelo de campeões

Folha de São Paulo – 13/05/1998

O Vasco estava a um passo de se sagrar Campeão Carioca no ano de seu Centenário, já o São Paulo derrotara o Corínthians na final do Campeonato Paulista por 3 x 1, contando com a estreia de Raí e um partidaço de França e Denilson. este último, negociado junto ao Betis-ESP, faria seu jogo de despedida justamente contra o Gigante da Colina, em São Januário.

O time cruzmaltino tinha em seu time titular naquele dia nomes como Carlos Germano, Valber, Odvan, Felipe, Vágner, Pedrinho, Donizete, Luisão e buscava a conquista da Taça Libertadores, da Copa do Brasil, do Estadual, atrás de títulos nos seus 100 anos de vida, que se completariam pouco mais de três meses depois.

Mas o tricolor paulista não ficava atrás. Além de Raí, França e Denilson destacavam-se no time titular são-paulino Rogério Ceni, Zé Carlos, Serginho e Carlos Miguel.

Na partida de ida, cinco dias antes, um empate em 1 x 1 no Morumbi. O Vasco saiu na frente com Luizão aos 24 do 2º tempo, mas o time da casa igualou tudo com o volante Gallo aos 36.

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Naquela terça-feira, 12 de maio, São Januário recebeu um público superior a 20.000 pessoas (19.245 pagantes), que testemunharam algo raro. Seis gols em 31 minutos, cinco deles marcados até os 20 do primeiro tempo.

Raí marcou para o São Paulo logo aos 53 segundos de jogo, aproveitando rebatida de Carlos Germano para o meio da área.

O que seria uma ducha de água fria para o Vasco só fez esquentar o jogo e aos três minutos a grande dupla de ataque do ano, Luizão e Donizete, funcionou mais uma vez. O ponteiro cruzou da direita para o artilheiro empatar o clássico.

Aos 11 Pedrinho bateu da entrada da área a bola desviou no zagueiro Bordon e enganou Rogério Ceni. Virada vascaína: 2 x 1.

Mas o São Paulo era valente e perigoso. Aos 14 França, após cruzamento de Zé Carlos da direita, cabeceia para grande defesa de Carlos Germano. Um minuto depois, entretanto, Bordon, também de cabeça marca o segundo tento tricolor, após centro de Carlos Miguel da direita, contando com a inação de Odvan na jogada. O resultado dava a classificação ao time visitante, pois marcara dois gols fora contra um do adversário no Morumbi.

Novamente o Vasco investe no ataque e Donizete faz a diferença. Aproveitando-se de uma falha geral da defesa são-paulina, após toque de cabeça efetuado por Odvan para dentro da área inimiga, desempata a partida.

Um minuto depois o centroavante França perde a cabeça, atinge Luizão violentamente – que voltara ao campo de defesa vascaína para ajudar no combate ao time adversário – e é justamente expulso.

Caminho aberto para o domínio vascaíno até o fim da primeira etapa. Aos 31 novamente Donizete protagoniza lance de gol. Ele cruza para a área e conta com a ajuda de Capitão, que marca contra, deslocando Rogério Ceni. Vasco 4 x 2.

Com dois gols a mais e um homem a menos do adversário a goleada parecia ser questão de tempo, mas o São Paulo tinha Denilson. O ponteiro ameaçou o gol de Carlos Germano em duas estocadas, aos 37 e 42 minutos e a partida foi para o intervalo sem um prognóstico definido.

O segundo tempo se inicia e Denilson permanece desequilibrando. Em jogada fantástica passa entre Alex Pinho e Nasa e é derrubado por Vitor, dentro da área. Raí cobra e marca, descontando para o tricolor.

Aos 24 minutos o Vasco tem Pedrinho expulso após carrinho por trás aplicado sobre Carlos Miguel.

Dez contra dez o jogo se torna emocionante de vez. O São Paulo em busca do empate que lhe daria a vaga, o Vasco apostando no contragolpe. Juninho a esta altura estava em campo para ajudar o meio campo cruzmaltino, após substituir Vágner, enquanto no São Paulo a entrada de Dodô dava mais poderio ofensivo à equipe. Os treinadores Antônio Lopes e Nelsinho Batista tinham pensamentos opostos naquele momento. Enquanto Lopes buscava segurar o empate, Nelsinho punha o São Paulo de vez à frente.

Nos 20 minutos finais o time de Raí esteve perto de chegar ao gol de empate, mas a proximidade do fim da peleja foi aos poucos trazendo ao torcedor cruzmaltino a sensação de que a vitória não escaparia.

Após o árbitro Wilson de Souza Mendonça trilar o apito pela última vez naquela noite o torcedor cruzmaltino passou a ter três certezas: a vaga às semifinais era mesmo do Vasco, o time era sim um dos melhores do país, senão o melhor, e que aquele jogo, de tantas nuances e alternativas, entraria para a história como um dos maiores embates do clássico Vasco x São Paulo, através dos tempos.

Outras vitórias do Vasco em 12 de maio

ANDARAHY 0 X 2 VASCO (CARIOCA 1929)

VASCO 5 X 1 MADUREIRA (CARIOCA 1935)

OLARIA 0 X 4 VASCO (CARIOCA 1996)

 

 

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