Política
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Sérgio Frias fala ao UOL Esporte sobre veto de novos sócios do Vasco por perseguição política

Pagamento de terceiros e “não” a novos sócios: entenda nova guerra no Vasco

Bruno Braz
Do UOL, no Rio de Janeiro
08/10/2019 21h09

Falta mais de um ano para a eleição do Vasco, mas pode-se dizer que a “guerra” já começou. Mais uma vez. A polêmica que norteia o pleito de 2020 se dá em relação à tentativa de adesão à categoria que dá direito a voto (sócio-geral), onde centenas de pessoas já foram recusadas pelo presidente do clube, Alexandre Campello, e outros tantas estão com suas situações estagnadas, caso até mesmo do capitão do título da Libertadores de 98, Mauro Galvão.

O UOL Esporte ouviu todos os lados envolvidos no processo: os sócios barrados, os grupos políticos e o Vasco. Também levantou apurações que apontam algumas decisões tomadas tanto pela diretoria quanto pelos agentes políticos do clube.

De modo geral, sabe-se que a grande maioria dos vetados tiveram como proponentes integrantes de três grupos políticos: postulantes indicados pelo pré-candidato Leven Siano, outros do grupo “Sempre Vasco” (Julio Brant) e os ligados ao “Avante, Gigante” (Fred Lopes).

No comunicado emitido por e-mail pelo Vasco aos sócios recusados, o clube cita o artigo 14 do estatuto para dizer que “a diretoria não é obrigada a dar os motivos da recusa”. Porém, a reportagem apurou que, entre os principais motivos do veto estão o grande número de pessoas que tiveram a assinatura do mesmo proponente e as suspeitas de possíveis pagamentos de terceiros nas joias e mensalidades dos postulantes ao título de associado.

O Vasco foi comunicado da reportagem, mas até o fechamento da mesma não nos enviou um posicionamento oficial sobre os questionamentos e segue com a mesma tese apresentada aos impedidos de se associar.

(…)

Casaca! (por Sérgio Frias)

UOL Esporte: Seu grupo disponibilizou pessoas como proponentes para quem queria se associar?
Sérgio Frias: “Sim, afinal eram tantas as exigências da direção, que estar presente para ajudar e não fazer o vascaíno desistir no meio do processo, como ocorreu com muitos, era o melhor caminho”.

UOL Esporte: Algum integrante de seu grupo assinou mais de uma ficha de adesão?
Sérgio Frias: “Sim, vários. Só eu assinei mais de 100 propostas. O fato é que pessoas não coadunadas com a gestão assinaram cerca de 10, 15 propostas e também experimentaram seus propostos recusados. Caso ocorrido com o Grande Benemérito Luís Manoel Fernandes”.

UOL Esporte: Algum integrante pagou alguma mensalidade do associado?
Sérgio Frias: “Não, com exceção de familiares diretos. O máximo que houve, em alguns casos, foi pagamento e reembolso por dificuldades de alguém em transitar no meio digital e por recusa do Vasco em receber mensalidades em dinheiro, que é uma ilegalidade consciente cometida pelo clube, alertada ao presidente do clube, que deu de ombros e mantém o procedimento, sabedor da ilegalidade que comete”

UOL Esporte: O que o grupo achou da posição de Campello ao dizer que, baseado no estatuto, não era obrigado a justificar o motivo do veto ao associado?
Sérgio Frias: “Uma vergonha institucional protagonizada pelo presidente do clube, sem precedentes na história do Vasco quanto ao tema. Digno de um rubro-negro. Não esteve, não está, nem pode estar, em questionamento o sócio proponente. A análise a se fazer é de quem entra no quadro social”.

O proponente, quanto mais sócios proponha, mais traz verba para o clube, mais engrandece o Vasco, mais dissemina a torcedores a importância em se associar.

Sou sócio Remido do Vasco, sócio Geral, por sinal, desde 1992, sócio Benemérito do clube, meu pai faleceu há dois anos como Grande Benemérito do Vasco, meu tio avô foi conselheiro do Vasco e partícipe de campanhas de doação para o clube nos anos 40, como tantos vascaínos, que pensavam Vasco de uma forma diferente da que atualmente se pensa. Prova disso os prêmios que eram dados a proponentes nos idos dos anos 60, quando estes propunham número considerável de associados (o valor dos prêmios era dado pela ordem crescente do número de sócios novos que o proponente indicava para o clube) e o Vasco abria a mão até mesmo da joia, em alguns casos, para isso. Com efeito, o Vasco possuía dezenas de milhares de sócios estatutários na época e buscava mais.

Diferentemente do que fala o presidente do Vasco, o cadastro atual do clube é um grande ponto de interrogação, conforme se vê em declarações do atual presidente da Assembleia Geral, critérios para pagamentos dos associados do clube inadimplentes variam pela cara de cada um, o clube descumpre o estatuto com suas teorias de desligamentos e cobranças, a campanha de anistia foi no mínimo obscura quanto a dados fornecidos, uma comissão a ser formada na época não se reuniu da maneira conforme fora previsto e o que se tem atualmente são manobras da situação para permanecer no poder, tão descaradas e evidentes, que já não causam vergonha pela atitude tomada na reunião do Conselho Deliberativo, quando perdendo de 150 a 20 mais ou menos viu seu desejo de impedir que novos sócios adentrassem no clube com a joia mais barata, pleiteando que tais só pudessem fazer parte do quadro social em 01/10/2019. O objetivo? A partir dessa data não teriam direito a voto.

Derrotada fragorosamente a proposta as medidas da direção do Vasco seguiram o rumo de dificultar associações, barrar associados, indeferi-los, a ponto de se justificar isso com o termo “higienização” do quadro social do clube, que é algo tão absurdo quanto ofensivo a todos os propostos que se dispuseram a entrar no quadro social vascaíno nesses últimos meses”

(…)

Fonte: UOL Esporte – Veja mais em https://www.uol.com.br/esporte/futebol/ultimas-noticias/2019/10/08/pagamento-de-terceiros-e-nao-a-novos-socios-entenda-nova-guerra-no-vasco.htm?cmpid=copiaecola

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