Futebol/Futsal - Categorias de BaseTiago Scaffo
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Parabéns, Garotos do Vasco Sub-17! Campeões da Copa do Brasil e mostram caminho que a Diretoria precisa seguir

O Vasco da Gama reafirmou nesta terça-feira (6) a sua vocação histórica como clube formador ao conquistar, de maneira invicta, o seu primeiro título da Copa do Brasil Sub-17. Em uma decisão emocionante no Estádio Luso-Brasileiro, os Meninos da Colina empataram por 2 a 2 com o Bahia no tempo regulamentar, com gols de Andrey Fernandes e Cristofer, e venceram por 5 a 3 nos pênaltis, com uma defesa decisiva do goleiro Lucas Andrade. O título é simbólico: mostra que, mesmo em meio a dificuldades, o talento forjado em São Januário continua pulsando.

A história do Vasco sempre foi construída com base em sua força nas divisões inferiores. De lá saíram nomes que marcaram época, como Roberto Dinamite, maior artilheiro do clube e do Campeonato Brasileiro, e Romário, que começou sua trajetória no Vasco antes de se tornar o melhor jogador do mundo pela FIFA em 1994 e ser peça-chave na conquista do tetracampeonato com a Seleção. Outros nomes como Philippe Coutinho, Alex Teixeira, Douglas Luiz, Paulinho, Alan Kardec, Ricardo Graça, Luan Garcia, Alan, Morais, Evander e Gabriel Pec também saíram da base cruzmaltina e ganharam o mundo.

É impossível falar dessa tradição sem citar Felipe Maestro e Pedrinho, revelados em São Januário e multicampeões no final dos anos 1990. Hoje, ambos ocupam posições de liderança no clube, Felipe como diretor técnico e Pedrinho como presidente. São dois ex-atletas que conhecem, como poucos, o valor da base e sua importância no resgate do Vasco. Justamente por isso, é incompreensível e frustrante que essa gestão esteja negligenciando a integração entre os talentos formados no clube e o elenco profissional.

A diretoria atual, apesar do discurso de reconstrução, insiste em repetir erros de outras administrações recentes ao priorizar contratações que pouco contribuem tecnicamente, ignorando o potencial dos jovens que vestem a cruz de malta desde cedo. Falta planejamento, convicção e, sobretudo, sensibilidade para perceber que a base é mais do que uma promessa: é um ativo estratégico, esportivo e financeiro. Ver Felipe e Pedrinho, figuras que simbolizam essa tradição, não atuando firmemente para promover essa conexão é decepcionante. Justamente quem viveu essa transição e sabe o peso de uma oportunidade no time principal deveria liderar esse movimento com convicção.

O título da Copa do Brasil Sub-17 é mais do que uma taça: é um sinal claro de que o caminho está traçado. Cabe agora à gestão reconhecer esse potencial e agir com coerência. A mescla entre juventude e experiência sempre foi uma receita segura no futebol. No Vasco, ela está sendo desperdiçada.

Valorizar a base não é o único caminho, mas certamente é um dos principais para que o Vasco volte a ser protagonista de sua própria história, e da história do futebol brasileiro. Os Meninos da Colina mostraram que estão prontos para dar o próximo passo. Resta saber se quem comanda o clube terá a grandeza de olhar para dentro e reconhecer que o verdadeiro futuro do Vasco já está sendo moldado, e como sempre, em São Januário.

Tiago Scaffo

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