Na principal competição disputada pelo Vasco este ano, a partir de agora, a Copa do Brasil, o clube conseguiu classificação na última quarta-feira com um gol marcado nos acréscimos, mas o sufoco se deu também pelo erro bisonho do árbitro Francisco Paula dos Santos Neto, vinculado à Federação do Rio Grande do Sul, que ignorou uma penalidade máxima, claríssima, cometida sobre Julio Cesar, lateral esquerdo do Vasco pelo adversário Olívio.
Desta vez o Vasco, mesmo prejudicado pela arbitragem, conseguiu a classificação, mas numa competição que se define em detalhes, erros grosseiros como o da última quarta-feira podem mudar o classificado de forma injusta e discrepante das regras do jogo.
Vasco e Grêmio protagonizaram grandes partidas no Campeonato Brasileiro de 1984.
Na segunda fase, em grupo no qual classificavam duas das quatro equipes partícipes (Atlético-MG, Grêmio, Joinville e Vasco), o Gigante da Colina terminou na primeira posição e os gaúchos em segundo.
Se no estádio Olímpico de Porto Alegre os goleiros João Marcos e Roberto Costa foram os grandes destaques, impedindo com importantes defesas que o placar saísse do zero, no Maracanã, oito dias após, a precisão de Roberto, em cobrança de falta, vazou João Marcos e deu o gol da vitória pelo placar mínimo ao Vasco.
O campeonato seguiu e na terceira fase ambas as equipes se classificaram em primeiro nos seus respectivos grupos.
Iniciados os play-offs, na fase de quartas-de-final o Grêmio despachou o Náutico com duas vitórias (3 x 2 em Recife e 3 x 1 em Porto Alegre), enquanto o Vasco passou por cima da Portuguesa de Desportos (5 x 2 no Pacaembu e 4 x 3 no Maracanã).
Nas semifinais, novo confronto. E no sul a vitória gremista foi incontestável, embora o gol da vitória tenha saído a apenas nove minutos do fim, por intermédio de Tarciso, numa cabeçada precisa.
Enfim, a 19 de maio, um sábado, mais de 110.000 pagantes seguiram ao Maracanã para o tira-teima final. Um empate bastava ao Grêmio. Para o Vasco só interessava a vitória. Ambos sonhavam em chegar à final do Campeonato Brasileiro e a hora da verdade era aquela.
A partida começa estudada, com o Vasco um pouco mais à frente e o Grêmio em busca dos contra-ataques. Mas logo aos nove minutos o cenário completo da partida iria se alterar. Aírton cruza da esquerda, Roberto divide com De Leon e a bola sobra para Marquinho a um passo da pequena área. O ponteiro chuta forte, João Marcos ainda toca na bola, mas não consegue impedir o gol inaugural da partida. O Vasco saía na frente e revertia a vantagem do adversário naquele instante.
Aos 14 minutos Renato Gaúcho cruzou da esquerda e Caio, entre os zagueiros do Vasco, cabeceou para fora.
Aos 27 Renato Gaúcho cobrou falta na barreira, mas conseguiu alcançar o rebote e empurrar para Caio, dentro da área, mas ele, mesmo livre de marcação, chuta para fora. O bandeirinha Edson Alcântara do Amorim marca impedimento inexistente no lance, pois Pires dava condição a Caio no momento do toque efetuado por Renato.
Aos 28 Roberto teve uma falta pouco além da intermediária para bater, mas ao invés de cobrar direto, tocou para Aírton na esquerda. O lateral invadiu a área e bateu por cobertura, com o lado interno do pé. João Marcos se esticou todo e conseguiu desviar à córner.
Aos 30 Luís Carlos invadiu a área do Vasco e Pires por baixo tocou sutilmente a bola, mas na sequência houve o choque com o adversário. A pequena torcida sulista pediu pênalti, mas o árbitro José de Assis Aragão mandou o jogo seguir.
Aos 33 Roberto recebeu na meia esquerda e deu a Mauricinho que caminhava livre, próximo à área, também na esquerda, mas o bandeirinha Dulcídio Vanderlei Boschilla marcou equivocadamente impedimento no lance.
Aos 34 Roberto recebeu pouco além do círculo central, pela meia direita, tocou para Marquinho, que se infiltrara por aquele setor. Rapidamente o meia achou Edevaldo na direita. O lateral avançou e bateu firme, já dentro da área, mas no meio do gol. João Marcos defendeu firme.
Aos 37 Roberto lançou Mário na esquerda da área. O meia tentou um balão sobre Baidek, que foi no corpo do vascaíno. Foi a vez de a galera cruzmaltina pedir pênalti, mas Aragão nada marcou. Na sequência o goleiro João Marcos lançou a pelota com as mãos buscando um companheiro, mas o Vasco retomou o balão de couro e o zagueiro Daniel Gonzalez, vindo como homem surpresa, avançou, passou por um adversário com um giro de corpo e deu a Arturzinho. Este por sua vez passou curtinho a Roberto, que atirou colocado, já próximo da área. João Marcos caiu para fazer segura defesa.
A primeira etapa terminou sem que se pudesse fazer um prognóstico de quem levaria a vaga, mas a vantagem vascaína era considerável àquela altura.
O Grêmio volta para o segundo tempo em ritmo forte desde o início. Com 30 segundos de partida Paulo César avança pelo lado esquerdo, após receber de Bonamigo, e cruza por baixo, buscando Caio. Roberto Costa intercepta o lance fazendo defesa parcial, mas no rebote tem que dividir com Bonamigo, usando a perna, para finalmente poder amortecer a bola logo em seguida em seus braços.
Aos 6 minutos De Leon, avançado, toca para Renato na direita que cruza na direção de Osvaldo livre na pequena área, mas um pouco fora do tempo da bola. Foi a sorte do Vasco. Osvaldo, meio desequilibrado, acabou atirando para fora, perdendo ótima chance de empatar o duelo.
Aos 12 a primeira chegada perigosa do Vasco na segunda etapa. Marquinho invade a área pela esquerda e próximo à linha de fundo rola para trás. A bola chega para Roberto, mas Dinamite, acossado por um adversário não consegue bater como queria na bola, mandando-a para fora.
Aos 16 Roberto recebe próximo à área e tenta bater colocado, por cobertura, mas João Marcos, atento, segura firme no ângulo esquerdo de sua meta.
Entre os 18 e 19 minutos uma prova de que a sorte pendia mesmo para um dos lados.
Tudo começou com uma falta cobrada por De Leon, da intermediária, para a área cruzmaltina. Caio subiu e cabeceou bem, mas a bola tocou na trave e no rebote Edevaldo mandou a escanteio. Feita a cobrança, Roberto Costa segurou firme e com os pés lançou Mauricinho. O ponta recebeu próximo do círculo central, pela direita, desvencilhou-se de China e lançou Arturzinho, nas costas da zaga. Artur invadiu a área, dividiu com João Marcos, mas ainda ficou com a pelota em seu domínio, driblou para dentro Luís Carlos e deu limpa a Roberto, que vinha na corrida. Dinamite chutou forte, China ainda tentou salvar quase em cima da linha, chegando a tocar na bola, mas não impediu que ela adentrasse pela segunda vez na noite a meta gremista.
O Grêmio via piorar sua situação. Precisaria agora marcar dois gols em cerca de 25 minutos para se classificar à final do Campeonato Brasileiro.
A equipe gaúcha se atiraria à frente, abrindo espaço para os contragolpes vascaínos e a partida ganhou ainda mais em emoção a partir daí.
Aos 22 Roberto recebeu de Arturzinho na meia esquerda, avançou e viu o deslocamento do companheiro, mas também percebeu que Mário vinha de trás, com espaço livre para manobrar. A bola lhe foi enviada, ele avançou e atirou por baixo. João Marcos defendeu em dois tempos ante a presença de Arturzinho, posicionado pronto para o rebote.
Aos 24 o zagueiro Ivan curtiu uma de atacante, avançou desde a intermediária e próximo à área atirou violento, passando a bola muito próxima da meta defendida por João Marcos.
Entre 26 e 28 minutos três chances criadas pelo Grêmio na pressão total exercida pelo time comandado pelo experiente treinador Carlos Froner. Na primeira delas De Leon avançou pela meia esquerda e deu excelente passe a Caio. O centroavante driblou Roberto Costa, mas, de esquerda, conseguiu o quase impossível. Acertou a trave, sem goleiro. No rebote ele ainda teve a chance de arrematar para gol, mas Daniel Gonzalez pôs o corpo na frente e cedeu escanteio. Cobrada o esquinado a zaga do Vasco afastou, mas o Grêmio manteve a posse de bola. Na direita Baidek lançou a pelota para a área. Caio raspou de cabeça e Osvaldo apareceu livre para diminuir. O meia, entretanto, adiantou um pouco o balão de couro e chutou de esquerda, para fora, com Roberto Costa praticamente em cima dele no lance. Na sequência nova blitz gremista com Luís Carlos, que avançou e já próximo a área desferiu potente chute, mas por cima da meta vascaína.
O Grêmio era valente, mas as três oportunidades perdidas, em cerca de dois minutos, tiraram um pouco da confiança da equipe.
Aos 35 Roberto teve uma falta à sua feição, próxima à meia lua, do lado direito, mas errou a cobrança batendo por cima da meta adversária.
Um minuto depois quase o terceiro do Vasco. Roberto tocou para Pires, que fez o corta luz, sobrando a bola limpinha para Marquinho. Este avançou e chutou com força, mas em cima de João Marcos. O arqueiro tricolor mandou a escanteio, evitando a ampliação do marcador. Na cobrança, após o afastamento da zaga, o Vasco recuperou a bola e em poucos toques chegou novamente na cara do gol adversário. Pires deu a Arturzinho, que serviu Roberto já dentro da área, mas o artilheiro ainda de costas recuou a Marquinho, posicionado quase na entrada da área. O ponteiro percebeu a chegada de Mauricinho na direita e tocou para o companheiro, que bateu de primeira, já de dentro da área, longe da meta de João Marcos.
Aos 38 não houve jeito. Pires lançou do meio de campo para Arturzinho. Artur dividiu com Baidek e De Leon e o balão de couro sobrou em seus pés. O meia notou a movimentação de Roberto pelo meio e tocou por trás da zaga. Dinamite invadiu a área e atirou rasteiro no canto esquerdo, ampliando a vantagem e fechando o caixão gremista.
Geovani, que substituíra Mário logo após o terceiro gol do Vasco ainda buscou o quarto num chute colocado, de fora da área, aos 43 minutos, defendido com firmeza por João Marcos.
Já próximo dos 46, em cobrança curta de falta, Mauricinho recebeu entre os beques, avançou e já de dentro da área bateu por cima, perdendo grande chance para marcar o quarto do Vasco.
Encerrada a peleja, o técnico Edu Coimbra adentrou ao gramado, emocionado, e abraçou seus comandados um por um, dando um mais apertado ainda em Roberto.
Nas entrevistas pós jogo, fugindo das perguntas triviais e óbvias do mundaréu de microfones que cercavam o artilheiro da noite e do campeonato, o repórter da Rede Bandeirantes, Gilson Ribeiro, chegou próximo a Roberto e indagou ao atacante sobre a bela lua cheia daquela noite. De imediato Dinamite, inspirado e iluminado disse:
“Havia até um samba que dizia Dindinha lua, dindinha lua. Desça do céu e vem sambar na rua”
De fato, o refrão do samba da Vila Isabel de 1973 se adequara à noite vivida pelo Vasco e por seu capitão Roberto. Até a lua podia descer para cumprimentar o craque do jogo e aproveitar para sambar com a massa cruzmaltina, que saía em festa do Maracanã.
O Globo (20/05/1984)
O Globo (20/05/1984)
O Globo (20/05/1984)
Jornal do Brasil (20/05/1984)
Outras vitórias do Vasco em 19 de maio:
VASCO 3 X 2 AMERICANO-RJ (CARIOCA – 2ª DIVISÃO 1918)
À princípio os quase 11.000 torcedores que enfrentaram a chuva e o frio em São Januário não tinham tanto com que se preocupar naquele confronto diante do Bonsucesso. Apesar do deslize na quarta rodada, quando foi derrotado pelo América por 1 x 0, o Gigante da Colina encontrava-se na tabela como líder e com certa folga. Três pontos à frente da dupla Fla-Flu e dois de vantagem sobre o Botafogo, sabedor que Fla e Flu se enfrentariam no domingo seguinte.
O adversário daquela noite, carinhosamente chamado de Bonsuça, dera certo trabalho a Flamengo, Botafogo e América, mas sucumbira diante de todos eles (ainda não havia enfrentado o Fluminense no turno). Era um time chato, comandado na zaga por Dário Lourenço, no meio por Cabral, contando ainda com a velocidade de Naldo, além dos gols de Tuca.
Logo aos 13 minutos Calibé trocou passes com Cabral avançou e cruzou para Naldo, que entre Geraldo e Marco Antônio chutou a gol, abrindo o marcador.
O Vasco foi todo pressão desde então e aos 43 minutos do período inicial o árbitro Luís Carlos Félix dexou de marcar uma penalidade máxima sobre Dirceu.
O nervosismo do torcedor vascaíno após o intervalo virou agressão. Sobrou para o bandeirinha Ronald Monassa, que levou uma garrafada do setor de arquibancada e teve de sofrer pontos na perna, ensanguentada a olhos vistos após o arremesso do casco em sua direção.
A partida recomeçou após vários minutos de paralisação.
No tempo corrido o marcador apontava 40 minutos do segundo tempo quando após cobrança de escanteio Abel, dentro da área caiu nela. O árbitro acertadamente mandou o jogo seguir, mas no rebote a bola sobrou para Roberto, que foi derrubado por Calibé. Pênalti bem marcado, mas encarado como inexistente pela equipe visitante. A reclamação foi tão veemente e insistente que irritou o árbitro a ponto deste expulsar naquele entrevero dois atletas do Bonsucesso: Nilo e Cabral.
Roberto preparou-se para a cobrança e a executou com precisão aos 42 minutos, empatando a partida.
A paralisação de quase 10 minutos entre o lance da agressão ao bandeirinha no início da segunda etapa e o tempo entre a marcação do pênalti e a cobrança deveriam ser descontados e o Vasco, com apoio de sua torcida, virou a partida aos 47, após chute de Orlando Lelé que o arqueiro Pedrinho rebateu, oportunizando a Dinamite fazer o gol da vitória vascaína de cabeça, encontrando o canto esquerdo da meta adversária.
Nos minutos seguintes ainda se viu o Vasco buscar ampliar a contagem, mas a partida terminou mesmo com o placar final de 2 x 1.
Onze anos depois, em entrevista à TVE, do Rio de Janeiro, Roberto lembrava com saudade do episódio e afirmava ter sido aquele o jogo mais especial de sua carreira, dentre todos os disputados no estádio do Vasco. De fato, tanto o clima da partida como a virada em cinco minutos levaram à torcida do Vasco à loucura naquela ocasião. Uma noite inesquecível para ela e seu ídolo.
Sobre matéria publicada pela ESPN referente a uma derrota judicial do Vasco em ação movida pelo ex-atleta Thiago Maciel vale esclarecer que:
1 – Houve um acordo do Clube dos 13 com o sindicato dos atletas profissionais de futebol, homologado em juízo, no qual acertou-se o valor de repasse dos direitos de arena da transmissão de jogos em 5%, percentual este que em 2011 constaria em lei como o devido aos atletas. A discussão se dá há anos e contempla os integrantes do Clube dos 13 à época.
2 – Cabe ao Vasco recurso, diferentemente do que foi informado na matéria.
3 – O valor calculado pelo advogado do atleta, ou por quem quer que seja, e passado ao veículo não passa de uma visão própria do quantitativo imaginado a ser pago. Nada mais.
4 – No período citado não há qualquer reclamação concernente ao não pagamento de salários e reflexos do atleta, fora do contexto inerente ao direito de arena.
5 – É de se estranhar que diante de uma questão controversa na qual estão inseridos no polo passivo de demandas judiciais, sob o mesmo objeto, Flamengo, Corínthians, São Paulo, entre outros, se faça uma matéria citando algo ocorrido em processo no qual o Vasco está envolvido e ainda com afirmações que não trazem ao leitor a clareza dos fatos, conforme narramos acima.
A equipe cruzmaltina já havia perdido 10 pontos em 8 jogos no octogonal final do Campeonato Carioca. O tetracampeonato parecia cada dia mais longe. Até vencera o Volta Redonda em casa na primeira rodada do returno daquela competição, mas ia para Belo Horizonte tentar reverter uma situação dificílima, pois perdera em casa do Galo uma semana antes, seu adversário daquele dia nas quartas-de-final da Copa do Brasil.
O Atlético Mineiro de Taffarel, de dois Paulo Roberto – o direito, ex-Vasco e o esquerdo irmão do ponta-esquerda Tato, ex-Fluminense e Vasco, contava ainda com o veteraníssimo Éder no meio campo, o velocíssimo Euller na ponta e o oportunista Renaldo como centroavante. O time, treinado por Levir Culpi, era informalmente considerado favorito, pois jogava em casa e pelo empate.
O Vasco de Carlos Germano, Pimentel, Ricardo Rocha, Luisinho, Leandro Ávila, Yan, Brener e Valdir Bigode era na ocasião treinado por Abel Braga, que dirigia o clube há menos de um mês sem ter mostrado grandes resultados, excetuando uma boa vitória sobre o Botafogo na estreia por 1 x 0.
O primeiro tempo foi muito truncado. Nenhuma das duas equipes criou qualquer grande chance de gol e alguns chutes de fora da área acabaram por ser as únicas referências ofensivas das duas equipes.
Na segunda etapa a partida começou favorável à equipe anfitriã, que desperdiçou uma grande oportunidade com Renaldo, após ter driblado Carlos Germano, Na sequência da jogada o atleticano empurrou o zagueiro Paulão, que meteu a mão na bola após a queda. O árbitro não marcou nada no lance, embora tanto a falta como a mão na bola tenham sido evidentes.
Aos 7 minutos, entretanto, uma ducha de água fria no Galo e nas mais de 42.000 pessoas que pagaram ingresso para ver o clássico. Paulão bateu forte uma falta, Taffarel soltou e Valdir concluiu para abrir o placar. Vasco 1 x 0.
Após o gol o Vasco tratou de segurar o resultado e aguardar os pênaltis. E eles vieram.
Na disputa entre Taffarel e Carlos Germano venceu o vascaíno com uma defesa num chute de Reinaldo e sorte na cobrança de Éder, que carimbou a trave. O goleiro atleticano quase pegou o pênalti de Brener, o quarto da série cruzmaltina, chegou a tocar na bola, mas sem impedir que ela chegasse às redes. Vasco 4 x 1 nos pênaltis e a vaga suada conquistada para as semifinais da competição.
Jornal do Brasil 18/05/1995
Outras vitórias do Vasco em 17 de maio:
FLUMINENSE 1X2 VASCO (CARIOCA 1925)
É com imenso pesar que anunciamos antecipadamente a eliminação do Flamengo da Copa do Brasil.
Nosso freguês uma vez classificado seria um adversário menos complicado que o CRB, com toda a certeza.
Infelizmente o Fortaleza fez valer seu favoritismo e eliminou o freguês da Gávea com duas vitórias categóricas. Uma em sua casa e outra na casa do Volta Redonda.
Vamos nós vascaínos em busca do título da Copa do Brasil, enquanto o rubro-negro corre atrás de novos árbitros para manter a tradicional tunga a seu favor, como ocorrido diante do Campeão Brasileiro de 1987 há alguns dias.
Os torcedores vascaínos que entendem ser o Torneio de Paris, ganho em 1957, um autêntico mundial, têm frustradas suas convicções quando olham para um critério reverberado recentemente a respeito da invencibilidade do clube e de seus adversários.
O entendimento do que é amistoso ou oficial causa uma série de confusões no torcedor e inúmeros títulos ganhos por clubes brasileiros, mundo afora, passam a ter uma consideração menor, por simples escolha de métodos estatísticos, que se dão para tentar harmonizar o mundo todo do futebol por um parâmetro questionabilíssimo.
A situação chega a tal ponto de distorção, que vemos em 1977 o Vasco ter desconsideradas quatro derrotas sofridas sem que, em tese, interferisse na sequência dita oficial, invicta. Uma no Troféu Ramon de Carranza contra o Atlético Madrid-ESP por 3 x 0, uma no Torneio de Paris contra o Paris Saint Germain-FRA por 2 x 1, outra diante do Sporting-POR em amistoso disputado em Portugal e finalmente mais outra sofrida diante do Ceará por 4 x 1, fora de casa, em novo amistoso às vésperas do início do Campeonato Brasileiro daquele ano.
O critério usado para descrever as estatísticas de um atleta, como o caso da maior invencibilidade do mundo de um goleiro, considerada a de Mazaropi, do Vasco, desconsiderando jogos como os citados acima, tanto quanto os muitos gols tirados de Pelé, entre outros artilheiros, não respeita situações nas quais grandes conquistas são obtidas por clubes, que erguem taças e as exibem a seus torcedores, além de expô-las com orgulho nos respectivos salões de troféus.
A sequência oficial deve estar dentro da invicta e isso parece óbvio. No momento em que um clube perde um amistoso que seja toda a sequência é quebrada e assim deve ser também em relação aos jogos oficiais.
O Bahia em 1982, por exemplo, perdeu a invencibilidade de 46 jogos num amistoso contra o Treze-PB e no momento em que isso ocorreu havia contabilizado 38 jogos oficiais e 8 amistosos. Pouco importou se no ano seguinte enfrentou na estreia do Campeonato Brasileiro o Palmeiras e empatou por 0 x 0. A sequência já havia sido quebrada.
O Botafogo quando brigava pela manutenção de sua invencibilidade, em 1978, tirou o time de campo por não aceitar a marcação de uma penalidade máxima contra si a poucos minutos do fim. A iniciativa de seu técnico à época, Zagallo, desconsiderava ser aquele jogo um mero amistoso e sim de que se tratava do fim da sequência. A partida terminou empatada em 2 x 2, a equipe da casa, o Uberlândia, chiou, mas com o tempo deixou o assunto em segundo plano e o empate foi então considerado o resultado final da partida, incluída na estatística que levaria o alvinegro à marca de 52 jogos invictos (44 oficiais).
Há situações em que a maior sequência invicta geral não coincide com a referente a jogos oficiais. O Cruzeiro, por exemplo, possui sua maior sequência geral em 1969, quando se sagrou campeão mineiro e atuou em amistosos, somando 38 jogos ao todo, mas sua maior sequência oficial ocorreu entre o final do Campeonato Brasileiro de 2002, passando pelo Campeonato Mineiro, jogos da Copa do Brasil e o Brasileiro de 2003, quando foi derrotado já no mês de maio, mais precisamente no dia 25. Invencibilidade iniciada a 03 de novembro do ano anterior.
O Vasco pode bater, de fato, um recorde hoje, em se tratando de jogos oficiais. Isto porque nas quatro sequências invictas à frente da atual, foi este abaixo o número de jogos assim considerados, contando aí torneios internacionais disputados:
1945 – 27 jogos (35 no geral entre 1945/46)
*Na primeira partida oficial de 1946 o Vasco perdeu para o América pelo Torneio Relâmpago por 1 x 0.
1952/53 – 26 jogos (34 no geral)
*Conta-se aí o Torneio Quadrangular do Rio de Janeiro e o Torneio de Santiago-CHI, ambos vencidos pelo clube de forma invicta, após o Campeonato Carioca de 1952.
1992/93 – 25 jogos (32 no geral)
*A sequência de ambos termina na derrota do Vasco para o La Coruña-ESP em amistoso disputado no Maracanã, por ocasião da despedida de Roberto Dinamite dos campos de futebol.
1949/1950 – 23 jogos (32 no geral)
Atualmente o Vasco contabiliza 27 jogos invictos e todos eles se referem a competições oficiais.
Mantendo a invencibilidade na partida de hoje contra o CRB o Vasco, portanto, alcançará a maior sequência invicta oficial de sua história.
Daí por diante ressaltaremos, jogo a jogo nos quais o Vasco vier mantendo sua invencibilidade, quais novas quebras de recordes (internos ou externos) poderão ser alcançadas. O Casaca! atualizará o leitor também, após cada partida, para que este saiba qual novo recorde foi batido.
O torcedor vascaíno deve se orgulhar e muito do momento vivido pelo clube, que pode e deve continuar fazendo história em 2016.
Passaram-se os meses, chegamos à metade de maio e vários prognósticos para 2016 caíram por terra em relação ao Vasco.
Nenê não vai renovar com o Vasco, assediado que está por vários clubes Brasil afora.
Renovar com o Nenê por três anos é uma temeridade. Ele não vai aguentar o rojão.
Luan vai para o Flamengo ou Corínthians.
Com Thales e Riascos não arrumamos nada este ano.
Esse time é muito velho. Não suportará jogos de alto rendimento, um atrás do outro.
Éder Luís não consegue mais jogar futebol.
Vai ser difícil o Martin Silva ficar no Vasco.
Jordi não tem a menor condição de substituir o goleiro titular.
O Eurico é louco de ter renovado ano passado com o Rodrigo por dois anos.
Andrezinho sai do Vasco na primeira proposta.
Marcelo Mattos não tem condição física mais para suportar uma sequência de jogos.
Julio Cesar como lateral, com 33 para 34 anos, não dá.
Herrera está acabado para o futebol após sua passagem pelo Vasco.
Com Julio dos Santos no time não seremos campeões de nada em 2016.
Duvido que o Vasco jogue contra o Flamengo em São Januário.
O Henrique já teve todas as chances. Não será em 2016 que voltará a mostrar seu futebol.
Yago Pikachu tomará a posição de Madson, fácil.
Com este time que está aí o Vasco vai brigar para não cair à Série C (comentarista/repórter da Rádio Tupi).
Flamengo e Fluminense são os melhores elencos do Rio (imprensa em geral).
A Liga vai superar em importância o Campeonato Carioca (imprensa em geral).
E algumas perguntas:
Quando Jorge Henrique fará um gol novamente pelo Vasco?
O que faz Rafael Vaz no Vasco?
Se houve neste ano até aqui algo inquestionável (por mais que questionassem) foi o belíssimo trabalho realizado pelo clube no futebol profissional, como um todo. Desde o presidente Eurico Miranda, passando pela comissão técnica e o elenco de atletas (titulares, reservas, veteranos, garotos).
O Vasco deu uma demonstração inequívoca de sua força, detém uma marca invicta de 27 partidas, sendo 11 destas clássicos estaduais e interestaduais. Obtém marcas incríveis, como a média inferior a 0,5 gol tomado este ano. Nas últimas 12 partidas só foi vazado três vezes. Seis delas foram clássicos.
No presente ano o Vasco exagera nas quebras de recordes a começar pelo título de hexacampeão carioca invicto.
A defesa vascaína foi a quarta menos vazada da história do clube em estaduais. Fica atrás apenas das de 1977, 1994 e 1998.
A campanha no estadual igualou em vitórias e empates a obtida pelo Expresso da Vitória em 1945.
O Vasco conquistou a Taça Guanabara novamente após o maior jejum da história do clube na competição.
Tomamos dois gols no estadual uma única vez (atuando com um time misto na ocasião). Repetimos com isso o mesmo obtido em 1973 e 1994, quando sofremos 2 gols também em uma única partida. A maior marca continua sendo a do ano de 1977, quando nenhum adversário marcou mais de um gol no Vasco durante todo o certame.
Já temos hoje a segunda maior sequência invicta da história no confronto direto contra o Flamengo (a primeira é de 21 jogos, entre 1945 e 1951, incluindo um amistoso não contado por muitos historiadores, em 1946).
O clube alcançou, até aqui, a quinta maior sequência invicta de sua história. Com mais seis jogos invictos obterá o terceiro posto, com mais oito o segundo lugar e se alcançar mais nove partidas sem perder chegará ao recorde absoluto neste quesito.
Caso vença o CRB na próxima quarta-feira o Vasco igualará a melhor sequência inicial da Copa do Brasil, obtida em 1995 (quatro vitórias consecutivas nos quatro primeiros jogos).
O time cruzmaltino estreou na Série B com goleada, algo jamais obtido por qualquer clube grande que tenha caído de divisão – queda esta que adveio também de um recorde histórico no Campeonato Brasileiro de pontos corridos: 14 pontos tomados do Vasco pela arbitragem da competição (Inter-RS 2 e Sport 1 no turno; Atlético-MG 1, Cruzeiro 2, Avaí 2, Chapecoense 2, São Paulo 2 e Coritiba 2 no returno).
Pela segunda vez em sua história o clube foi bicampeão invicto (a primeira conquista dessa maneira se deu em 1924).
O período de 6 meses e 7 dias sem perder já é o quarto maior da história do clube. O clube está a 27 dias de alcançar o terceiro posto, a 1 mês e 16 dias de chegar ao segundo posto e a 1 mês e 24 dias de alcançar o recorde absoluto neste quesito.
O time Campeão Carioca este ano foi o com a maior média de idade da história do clube, entre os que conquistaram estaduais até hoje.
O Vasco é o único clube do Brasil que permanece invicto no ano de 2016, dos que já atuaram na temporada.
Diante disso:
Reverências de todos os adversários da cidade ao Vasco. Respeito, apenas, é coisa do passado. Abaixem a cabeça para nós, afinal somos o único clube Hexacampeão Invicto do Rio de Janeiro.
E não se esqueçam: Todo mundo tenta, mas só o Vasco HEXAGERA!
Com o ginásio cheio e a torcida empurrando, o Vasco não teve muita dificuldade para bater o Ginástico na primeira partida da série melhor de cinco da semifinal da Liga Ouro. Com 30 pontos do ala Márcio Dornelles, dominou o adversário e conseguiu a maior pontuação de uma equipe na Liga Ouro na vitória deste domingo, em São Januário, por 121 a 84.
O jogo 2 da série será disputado na terça-feira, às 19h30, no mesmo local. Além de Márcio, também se destacaram Robby Collum (19), Jeff e Gaúcho, com 16 cada. Mesmo número anotado por Luisinho, o maior pontuador do lado mineiro.
– Fizemos nosso melhor jogo na temporada. Atacamos, defendemos e pontuamos bem. O diferencial foi a atitude. Nosso time oscilava durante os jogos e neste nos mantivemos bem durante toda a partida – disse o técnico Christiano Pereira.
O jogo
O Vasco começou se impondo dentro de casa e abriu logo 9 a 0, com cinco pontos de Márcio Dornelles e quatro de Jeff. Do lado do Ginástico, as bolas não caíam, e o técnico Jefferson Teixeira parou o jogo. Na volta, os dois primeiros pontos do Ginástico vieram com Lucão. O Vasco respondeu na sequência com Collum e Márcio Dornelles (14 a 2). As bolas do time mineiro começaram a cair, mas nada que incomodasse os vascaínos. Com Palacios armando bem, e Márcio com a mão quente, os cariocas foram administrando a vantagem. Collum, com duas de três, levou a diferença para 19 pontos (28 a 9). E para fechar o primeiro quarto, mais um arremesso certeiro de longe do camisa 14 vascaíno: 31 a 13.
Os anfitriões voltaram no mesmo ritmo para o segundo período. Márcio fez uma cesta, enquanto Fabrício descontou para os visitantes. Depois veio uma sequência de arremessos de três: Fred e Luisinho pelo Ginástico, e Palacios e Collum pelo Vasco. Jefferson Teixeira se viu obrigado a pedir tempo quando o placar marcava 43 a 21. O Ginástico não conseguia reagir, e após cesta de Márcio Dornelles, a frente chegou aos 25 pontos (50 a 25). Collum continuava inspirado e acertou mais um arremesso de três, o que levou a torcida a cantar alto no ginásio. Se Pérez e Fred começavam a ensaiar uma reação, o técnico Christiano Pereira tratava de esfriá-la. Após a parada, Hélio caiu em quadra. Com dores no tornozelo, foi substituído. A equipe seguia ditando o ritmo e fechou o seu melhor primeiro tempo na Liga Ouro com uma bandeja de Marcellus: 64 a 34.
Na volta do intervalo, Gaúcho acertou de três e depois conseguiu uma enterrada que levantou a torcida. O Vasco não desacelerava (79 a 43). O comandante do Ginástico tentava colocar ordem na casa. Luisinho e Alef converteram arremessos de três. Do lado do Vasco, Bruninho respondeu na mesma moeda (84 a 49). Junio voltou a acertou um chute de longe para os visitantes. E quando parecia que o Vasco perderia a parcial, Marcellus infiltrou, fez a cesta e sofreu a falta. Ele converteu o lance livre para fechar o terceiro quarto: 89 a 58.
Apesar de ter conseguido equilibrar mais ações, a equipe mineira não tinha mais como tirar a vitória do Vasco. Márcio Dornelles fez o time chegar à contagem centenária (101 a 66). Quando o Ginástico pontuava, os donos da casa davam a resposta. E sem dificuldade abriram 1 a 0 na série: 121 a 84.
– O Vasco veio aqui para jogar uma partida de playoff. Nós viemos como se fosse mais um jogo. Eles se impuseram e abriram 30 pontos de vantagem no primeiro tempo. Aí não tinha mais como correr atrás do marcador. Resolvi rodar o time para poupar os jogadores para a próxima partida – afirmou o técnico Jefferson Teixeira.
A SÉRIE
Jogo 1: Vasco 121 x 84 Ginástico
Jogo 2: 17/05, às 19h30, em São Januário
Jogo 3: 20/05, às 20h, no Olympico Clube
Jogo 4*: 22/05, às 18h, no Olympico Clube
Jogo 5*:25/05, às 19h30, em São Januário
*se necessário
Fonte: GloboEsporte.com
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Comentário do Casaca!
Mais uma vez o Vasco provou ter evoluído e muito na competição.
A vitória por quase 40 pontos de diferença demonstra quão diferente se apresenta o Vasco hoje se comparado ao início da competição quando foi derrotado pela mesma equipe na prorrogação.
Nada de salto alto, muita luta em quadra e concentração para que o clube feche a série melhor de cinco o quanto antes e parta para a conquista da Liga Ouro contra o Campo Mourão na finalíssima da competição.