Os problemas que rondam a CBF já há algum tempo criam um cenário sombrio no qual muito se discute sobre a fragilidade de seu presidente e o fortalecimento de seu vice, Delfim Peixoto, dentro da própria entidade.
A relação de Delfim com Santa Catarina já está sedimentada, afinal é ele presidente da Federação Catarinense de futebol pelo incrível espaço de 30 anos ininterruptos.
O número de favorecimentos de arbitragem a equipes catarinenses neste Campeonato Brasileiro é algo no mínimo curioso. Uma incrível coincidência. As quatro equipes são inferiores ao Vasco, mas em três dos sete jogos contra elas, até aqui, o Vasco foi “operado”, mesmo quando venceu o Avaí no turno.
Num momento de reação do time cruzmaltino os prejuízos constantes e consecutivos de arbitragem saltam aos olhos. Dos últimos sete jogos o Vasco foi prejudicado simplesmente em cinco deles, mesmo conseguindo quatro vitórias e três empates neste período.
A esta altura da competição parece um contrassenso ser a equipe do campeonato que sofreu mais faltas até aqui, exatamente o Vasco, a recordista de cartões amarelos e vermelhos (103 e 12 respectivamente), sem ser uma das que mais comete faltas na competição. Para completar o número de adversários expulsos contra o Vasco é de apenas quatro.
Dissemos em matéria recente que o Vasco não havia, até o jogo com a Chapecoense, ganhado um ponto sequer por conta do apito neste Campeonato Brasileiro.
Por outro lado, o time cruzmaltino já havia perdido oito pontos por erros de arbitragens, contra Internacional-RS e Sport (turno), Atlético-MG, Cruzeiro e Avaí (returno), sem contar a partida frente ao Goiás, também no returno, encerrada na prática aos 19 minutos do primeiro tempo por bandeira e árbitro da partida com a expulsão de um atleta vascaíno injustamente e um gol irregular do Goiás na vitória parcial até ali de 2 x 0.
O que ocorreu na noite de quinta-feira no Maracanã foram inexplicáveis e indefensáveis prejuízos contra o Vasco de arbitragem, mais uma vez. Um pênalti pessimamente marcado a favor da Chapecoense aos 40 minutos do 2º tempo e um claríssimo não assinalado a favor do Vasco dois minutos depois.
Para quem estava no Maracanã a sensação foi a de que o árbitro apitou os lances como se estivesse comprometido em prejudicar o Vasco. A atitude do apitador foi infantil nos dois lances citados, digna de um juiz de pelada entre solteiros e casados. Foi simplesmente ridícula a sua análise nos respectivos casos.
Enquanto o incrível Edinho, comentarista do Sportv, via falta de Rodrigo no gol do Vasco, o árbitro da partida amarelava atletas cruzmaltinos por reclamação, e em dose tripla. Houve lance em que o juiz não conseguiu distinguir pé alto na cara do adversário como infração, optando por falta da vítima, seguido de cartão a ela. Mesmo assim o Vasco vencia a partida com autoridade, após melhorar e muito seu jogo na segunda etapa.
O pênalti marcado contra o time da casa, no qual a bola não bateu na mão de Rodrigo dentro da área e se tivesse batido, com este tendo o braço colado ao corpo, não caracterizaria a penalidade, foi um desrespeito a todos os torcedores que pagaram ingresso para ver futebol e não o árbitro do espetáculo.
Mas o show de horrores da arbitragem ainda não tinha chegado ao fim. Dois minutos depois do gol de empate dos visitantes, o atleta da Chapecoense simplesmente esticou o braço até onde pôde após cobrança de escanteio, desviou a bola com a mão, dentro da área – na frente do bandeirinha, perto do árbitro – e o inacreditável Ricardo Ribeiro deixou o lance seguir, bem como seu auxiliar.
Segundo Nenê – presente na jogada do pênalti a favor do Vasco – disse em entrevista após o jogo, a justificativa do árbitro teria sido a de que o toque fora dado sem querer. Não são dois pesos e duas medidas não. É um escárnio mesmo. Uma dose dupla de lambanças, um movimento que põe sob suspeita sua capacidade para arbitrar uma partida de futebol profissional.
Os inimigos externos do Vasco pretendem rebaixar o clube num movimento orquestrado, ao que parece, no qual se tenta dizer com enorme cara de pau não ser um acinte à inteligência dos torcedores vascaínos os sistemáticos erros de arbitragem contra o nosso clube.
A desculpa está preparada para justificar um rebaixamento que muitos vaticinaram após o jogo contra o Figueirense, ou Internacional-RS ou ainda Atlético Mineiro no returno. Não contavam os apressados com a reação cruzmaltina e hoje já se mostra completamente injusto para com o Vasco a permanência do time no chamado Z4, mesmo porque, por mérito próprio, deveria ter o clube nas últimas sete partidas mais seis pontos na tabela e com isso já estar fora da zona de rebaixamento nesta rodada. O problema para tantos não terá sido a arbitragem, mas o tempo de reação, a troca de técnico, a demora na contratação de A ou B. E a mídia motivará tal análise.
Não foi pela arbitragem que o Vasco deixou de ser Campeão Carioca invicto em 1923, Campeão Carioca em 1944, do Torneio Rio-SP em 1950, 1952, finalista da Copa Rio de 1952, finalista do Estadual em 1973, Campeão Carioca invicto em 1977, Campeão Carioca em 1986, finalista do Campeonato Brasileiro de 1992, Campeão Carioca em 1999, Campeão Mundial Interclubes em 2000, Campeão Carioca em 2001, Campeão Carioca Invicto em 2003, Campeão Carioca em 2004, classificado para a Libertadores em 2006, finalista da Copa do Brasil de 2008, finalista da Copa do Brasil em 2009, Campeão Brasileiro em 2011, de se manter na primeira divisão em 2013, de ser Campeão Carioca de 2014, porque sempre se levantarão outros fatores para encobrir as absurdas, contínuas e históricas arbitragens contrárias ao Vasco, principalmente pelos pseudo formadores de opinião da imprensa.
Não tenham dúvida que a partir de agora teremos em qualquer lance polêmico nos jogos do Vasco uma lente de aumento e quando houver um favorecimento ao clube (caso haja) será dito ser a lei da compensação ou coisa que o valha, mas ter o Vasco 10 pontos, eu disse DEZ, a seu favor, por conta de arbitragens, nem tempo há.
O time cruzmaltino deve continuar lutando pois já demonstrou que possui condições de obter os pontos necessários para sair dessa situação. Se obtiver nos próximos sete jogos os mesmos 15 conquistados nos últimos sete provavelmente se garantirá na primeira divisão com uma rodada de antecedência e a equipe já mostrou ter condições para isso, mas é absolutamente inaceitável o que o apito e as bandeiradas têm feito contra o Vasco, contra as regras do futebol e contra o bom senso.
Sérgio Frias