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Todo mundo tenta, mas só o Vasco Hexagera

  • Foi desde o início uma prova do tamanho que é o Vasco.

Nas primeiras duas rodadas, com a imprensa praticamente toda contra o estadual, denegrindo-o e tentando desvalorizá-lo, a torcida do Vasco compareceu de forma exemplar nos jogos contra o Madureira, na estreia, e diante do América, em Edson Passos, quatro dias depois. Sete gols marcados e dois sofridos demonstravam que o início era alvissareiro.

No quarto compromisso, o improvável: jogaríamos contra o Flamengo em São Januário, após 11 anos, com choro escandaloso da direção rubro-negra sobre o evento, quebra de banheiro por parte de sua torcida e grande pressão contra a partida em nosso estádio, como tradicionalmente ocorre com os sem campo. Além da manutenção do jogo lá, uma vitória de uma forma que jamais havíamos conquistado contra o clube da Gávea. Com o gol decisivo marcado nos acréscimos. Pedrinho, Cocada,  Roberto, Abel, Paulo Cesar Puruca, Silva, Pascoal fizeram gols decisivos nos cinco minutos finais do clássico, mas ninguém havia registrado o que fez Rafael Vaz. Parecia um predestinado.

A primeira fase do campeonato chegava próxima do fim e outro clássico em São Januário seria disputado: diante do Botafogo. Saímos na frente com Riascos, que seria decisivo em outros confrontos de expressão mais adiante, Nenê acertou a trave em belíssimo lance, mas logo depois uma falta do meio da rua cobrada com um tiro fortíssimo pelo zagueiro Emerson surpreenderia Martin Silva e a muitos vascaínos presentes em São Januário. O 1 x 1 pareceu injusto pela produção do Vasco, após a marcação do primeiro gol, mas futebol é bola na rede…

Após o final da fase inicial, na qual o Vasco ficou apenas atrás do já surpreendente Botafogo, partimos para a disputa da Taça Guanabara. O jejum de 13 anos sem conquistá-la foi se vislumbrando próximo de ser quebrado diante dos resultados obtidos nas três primeiras rodadas. Na estreia um 2 x 0 convincente contra o Bangu, contando o Vasco com bela atuação do até ali apagado Jorge Henrique. Em Cariacica uma festa vascaína do início ao fim da estadia do Vasco no Espírito Santo. A vitória por apenas 1 x 0 pareceu pouco, diante de várias chances desperdiçadas pela equipe. Já contra o Botafogo, mesmo sem jogar bem, o Vasco contou com a genialidade de Nenê, o garçom da hora, e o oportunismo de Thales, o artilheiro do jogo, que marcou o gol único da vitória vascaína.

Na quarta rodada o Vasco vai para Brasília (mais uma vez ovacionado por sua torcida desde a chegada no aeroporto), mas em campo mostra mais defeitos que virtudes. Riascos salva o time de uma derrota e mantém o tabu recente diante do rival. Placar final: 1 x 1.

Veio então um pequeno período de apreensão. Se na primeira fase vencemos os eliminados Tigres e Bonsucesso, atuando com pressão intensa sobre os adversários (derrotados por 2 x 0 e 3 x 1 respectivamente), o jogo contra o Volta Redonda esteve aquém da expectativa. Foi o ressurgimento de Thales na equipe com um gol inicialmente construído e posteriormente arrematado (o segundo do Vasco), mas a equipe (embora vencesse por 2 x 0) não atuara bem. Na Taça Guanabara o enredo da primeira etapa foi pior ainda. O Vasco até saiu na frente, embora não realizasse uma grande partida, teve tudo para ampliar, mas o incrível aconteceu: Nenê perdeu um pênalti. E pior: o Voltaço empatou, fechando o placar. Decepção geral.

Jogo seguinte vitória inconvincente diante do lanterna da Taça Guanabara, Madureira. Se antes muitos torcedores pensavam numa goleada, a magra vitória por 1 x 0 foi mais uma frustração.

Chegava então a hora da verdade. O Vasco atuaria na última rodada da Taça Guanabara precisando de uma vitória sobre o Fluminense. O adversário jogava pelo empate e vinha bem, invicto naquele octogonal e sem perder ponto para as chamadas equipes pequenas.

O suposto favoritismo tricolor não inibiu torcedores vascaínos em Manaus de se mostrarem presentes e confiantes no time desde a chegada à capital do Amazonas. No jogo, certo equilíbrio no primeiro tempo e um Vasco mais ágil na segunda etapa. A vitória veio com mais um gol de Riascos e o título da Taça Guanabara conquistado novamente, 13 anos depois.

O Vasco pegaria então o Flamengo na semifinal. Jogo único, vantagem do empate e o clube não exerceu seu mando de campo como muitos torcedores sonhavam. A partida foi tirada de São Januário para o mesmo local da peleja diante do Fluminense. Estádio lotado, com um contingente maior de flamenguistas e uma bandeira fincada no meio de campo após a entrada sem escrúpulos do time rubro-negro no gramado, largando crianças torcedoras do clube pelo caminho.

Nas quatro linhas, superioridade traduzida em gols, numa fácil vitória por 2 x 0, que no final do espetáculo pareceu pouco diante da apresentação vascaína no clássico.

Veio então o Botafogo na decisão. Ninguém teria vantagem alguma nos dois confrontos decisivos, mas o Vasco no primeiro deles construiu um handicap para a finalíssima. Venceu o glorioso por 1 x 0 e ficou a um empate do título.

E, finalmente, a 08 de maio, após estar atrás no marcador, numa falha de Rafael Vaz, o predestinado zagueiro fez o gol de empate. Ele substituiu Luan no intervalo, assim como saíra do banco para dar a vitória ao Vasco no jogo contra o Flamengo em São Januário na primeira fase.

Entre o gol de empate do Vasco e o fim da peleja se passaram 40 minutos e neste período a experiência do time cruzmaltino, aliado à inexperiência alvinegra, que rodava a bola, mas não conseguia desenvolver muitas jogadas de perigo (duas ou três no máximo) levou o escore a não mais se alterar. Chegávamos então ao nosso vigésimo quarto título carioca e ao sexto invicto, igualando a campanha do primeiro título invicto do Expresso da Vitória, em 1945: 13 vitórias e 5 empates.

Outros tentam, mas só mesmo o Vasco é hexacampeão estadual invicto. De forma justa, merecida, quebrando paradigmas (como o da alta faixa etária do time) e fazendo história mais uma vez com o ministro da defesa Martin Silva, o veloz Mádson, o desenvolto Luan, o xerife Rodrigo, o eficiente Julio Cesar, o lutador Marcelo Matos, o passador Julio dos Santos, o hábil Andrezinho, a referência Nenê, o tático Jorge Henrique, o imprevisível Riascos, o matador Thales, o lutador Éder Luís, os garotos Jordi, Henrique, Mateus Vital, Caio Monteiro, Matheus Indio e Evander, o despojado Pikachu, o valente Jomar e, finalmente, o predestinado Rafael Vaz, entre outros, bicampeões comandados pelos hoje mais vascaínos que nunca, Zinho e Jorginho.

Foi na técnica, foi na raça, na catimba, no oportunismo, na categoria, na disciplina, no improviso, no sangue, no coração. O Vasco venceu cinco clássicos em oito disputados. Da Taça Guanabara em diante tomou apenas três gols em 10 jogos. Mantém-se invicto, desde 08 de novembro do ano passado, portanto há seis meses e dois dias, chega a 25 jogos sem perder, podendo bater marcas e recordes históricos.

Finalmente uma menção à torcida vascaína. Após o gol sofrido diante do Botafogo anteontem, ela não se calou, não se entregou. As viradas ocorrem muitas vezes com este apoio oriundo das arquibancadas e o dado aos atletas em campo no domingo foi exemplar, embora a apreensão dos 20 minutos finais tenha deixado o estádio mais próximo do silêncio que do grito. Mas aí o resultado já era do Vasco.

Que as comemorações continuem, pois a supremacia vascaína incontestável este ano já entrou para a história do clube.

Quanto aos incomodados da turma do contra… Eurico neles!

Sérgio Frias

A inquietude juvenil

Bom dia amigos:

Hoje, o primeiro dia após a merecida, suada, histórica e honrada conquista do Bicampeonato Estadual Invicto do Vasco, trago à reflexão uma análise mais profunda que justifica o sucesso do time de futebol. Uma análise recheada de simbolismos, reflexões, constatações profundas e que vão além de meros resultados de futebol.

Já que a mídia, a eterna inimiga do Vasco, não fará tal análise, não será por desleixo ou desídia que nós aqui, do Casaca!, deixaremos de fazer. É nossa obrigação defender o Vasco, seus homens, suas cores e suas tradições, mesmo que todo senso comum negue suas virtudes. Tal como tem sido há 117 anos.

Sim, após a retumbante vitória por 2 a 0 em cima de nosso maior rival, vídeos foram publicados nas redes sociais em que os  briosos jogadores do Vasco, renegados e criticados pela campanha do campeonato brasileiro do ano passado e unidos ao Presidente Eurico Miranda e alguns outros profissionais, esfuziantes bradavam o grito de guerra “Casaca”.

Acompanhados pela torcida de Manaus, que também gritou, comemoravam mais uma vitória em cima do nosso eterno rival, a despeito deste possuir jogadores caros, técnico caro, dirigentes profissionais e receita consideravelmente superior. Esta vitória marcava algo emblemático: o rival não iria mais conseguir evitar que o Vasco alcançasse a significativa marca de três vitórias nos últimos nove confrontos e três eliminações consecutivas de competições do adversário, das quais o Vasco foi campeão em duas.

Tal fato por si só já seria suficientemente grandioso, causando orgulho a todos nós pelas cores da sagrada bandeira do Vasco. Entretanto tal ato esconde simbolismos e reflexões mais profundas do que podemos enxergar em uma trivial exibição.

No meio daqueles jogadores, estava um senhor de quase 71 anos, visivelmente recuperando-se de uma convalescência grave, cercado de problemas no Vasco por todos os lados, puxando o tradicional grito como um juvenil. Tal qual um garoto esfuziante pela vitória do Vasco, chegando ao ponto de, enquanto aponta para cima, flexionar suas próprias pernas e seus ombros cansados para mostrar o lugar onde o Vasco deve estar. Com a inquietude que, emocionado, bradou e fez alusão em seu inesquecível discurso de posse no dia 02 de Dezembro de 2014.

Sim, ele é isto tudo: Enquanto todos dizem que ele é um problema para o futebol brasileiro, ele responde com duas qualidades principais: ser MUITO trabalhador e ser MUITO Vascaíno.

Muito trabalhador a ponto de passar a maior parte do dia no Vasco, enquanto muitos dos Vascaínos estão procurando na mídia tradicional a versão adequada (para eles) dos fatos que dizem respeito ao dia a dia do clube. Muito trabalhador a ponto de, adiando seu tratamento, viajar nas derradeiras rodadas do campeonato brasileiro do ano passado com todo o time, assistindo o jogo no vestiário, assumindo uma culpa de um rebaixamento forjado, criado por inimigos do Vasco para derrubá-lo.

Muito trabalhador a ponto de, com seus métodos “ultrapassados”, criar e contratar um sistema tecnológico muito além de meros computadores para ter, ao mesmo tempo, análise de rendimentos, tratamento preventivo contra lesões, profissionais altamente gabaritados e mão de obra especializada para dar aos atletas a melhor condição possível e para assim poderem exercer seu futebol de maneira mais eficaz.

Muito trabalhador a ponto de dividir seu tempo entre o seu tratamento – agora preventivo – e as atividades do Vasco. Aquelas atividades que a grande massa torcedora sequer imagina serem tão importantes. Aquelas que, a cada folha virada e documento apresentado por gestões passadas, criam mais indignação pelo que fizeram com o nosso amado Vasco.

Vascaíno a ponto de encarar, com sua inquietude, as inimagináveis situações adversas que se apresentam dia a dia, situação deixada pela antiga “gestão”, cujas dificuldades poderiam assustar – e fazer desistir – muitos jovens doutores, tecnocratas, cheios de diplomas tanto de mestre como de doutores, mas que não seriam capazes de enfrentar sequer um trabalho como estes sem contratar mais meia dúzia de executivos ou CEO’s.

Vascaíno a ponto de, honrando nossas tradições, deixar Jorginho livre para escolher o caminho que queria seguir após investida de um clube de outro estado. Sim, honrando nossas tradições porque o Vasco é maior do que qualquer um de nós, maior do que qualquer profissional ou torcedor. Todos nós passaremos, o Vasco é eterno.

A coroação deste trabalho iniciado no ano passado com a contestada contratação de Jorginho e Zinho – ato que à época recebeu uma saraivada de críticas – e a despeito dos comentários dos “analistas” ditos “imparciais” da mídia – sobretudo dando voz justamente a quem detesta Eurico Miranda – revela, entre outras coisas, reflexões que vão além do chamado proveito de ter a honra de ser presidente do Vasco. Revela um interior juvenil por tradição, inquieto por hábito e principalmente, essencialmente Vascaíno. Aliás, diz o ditado que quem faz o que ama, tem prazer no trabalho. E esta deve ser, respeitosamente falando, a tese adotada pelo nosso Presidente.

Por fim, fica aqui o meu sincero agradecimento: OBRIGADO, EURICO MIRANDA. Ver você vir à borda da torcida puxar o Casaca, com aqueles que escolheram seguir o caminho Vascaíno, os supostos maltrapilhos e espaçosos torcedores que ousam desafiar o sistema dos poderosos, traz no âmago da sua atitude o verdadeiro sentimento Vascaíno: A inquietude juvenil de quem um dia enfiou na cabeça que o Vasco não poderia ser secundário. E não é secundário não, o Vasco é eterno, principalmente por ter entre seus quadros, pessoas como você, Eurico.

Parabéns a todos e Saudações Vascaínas.

Sérgio Coelho

Nunca serão

 

No clássico de resultado mais previsível nos últimos tempos, desde o fim da era das bananadas e o retorno de Eurico Miranda , nada de novo: vitória do Vasco e eliminação do eterno freguês da Gávea.

Mas uma situação foi nova, apesar de também não surpreendente, tendo em vista o histórico de atitudes ilegais e imorais que partem do lado de lá desde 1895.

No momento da entrada em campo, quando o protocolo manda que ambas equipes devam adentrar juntas o gramado, a equipe rubro-negra, liderada pelo zagueiro Wallace, decidiu entrar antes, correndo e fincando uma bandeira flamenguista no centro do gramado.

Uma atitude arrogante, prepotente e vergonhosa do clube de origem racista e elitista, que deixou seus pequenos mascotes atônitos, sem nada entender. Largaram as crianças torcedoras do clube para trás, em nome de não sei o quê.

Acharam que com isso conseguiriam quebrar o jejum de mais de um ano ? Que isso abalaria a equipe vascaína ?

A única coisa que conseguiram foi decepcionar seus pequenos torcedores, que viram os pequenos vascaínos terem a felicidade de entrar em campo de mãos dadas com seus jogadores. Provavelmente passou pela cabecinha deles que talvez seja melhor torcer por este clube da faixa transversal e cruz no peito.

Um clube que não abandona os seus, como não o fez em 1924 quando preferiu abdicar do direito de disputar a liga dos racistas e preconceituosos para preservar o direito de negros e operários em praticarem o futebol.

Outra questão: será que o TJD carioca, da rubro-negra presidente da comissão disciplinar que gosta de bater fotos com seus ídolos de barro, irá denunciar o clube da Gávea pela quebra de protocolo ? Serão punidos por tal ato ?

Será que a imprensa não vai se pronunciar a respeito do acontecido, fazendo as devidas críticas ?

Eu fico pensando com meus botões se tal cena fosse protagonizada pela equipe do Vasco, tendo Rodrigo a missão de entrar em campo com uma bandeira do Vasco e crava-la no centro do campo. Provavelmente diriam: “isso é coisa do Eurico, sempre transformando o clássico numa guerra”. O comentarista global e ex-jogador complementaria dizendo que o Rodrigo quer aparecer e que na época dele isso não acontecia.

Porém  quando é o queridinho deles o autor de tais ações indignas, tudo certo, faz parte do “folclore futebolístico”.

Quis o destino que o autor da cena patética pré-jogo, numa jogada do tamanho de seu futebol e do clube que representa, bizarramente empurrasse a bola contra a própria meta, mantendo a freguesia, e decepcionando novamente sua torcida sofredora. E dessa vez não apenas as crianças.

Porém, tenho que concordar com eles em algo que afirmam, em um dos seus gritos de guerra. Nele, dizem que “isso aqui não é VASCO, isso aqui é flamengo”.

Tem razão: NUNCA SERÃO !

Rodrigo Alonso

A prova dos nove

Estou de volta.

Hoje acordei bem cedo, sonhei com Rondinelli, lembrei de Petkovic e liguei para o meu amigo Pablo, irmão do Paolo, que é fã do Guerreiro.

Soube que a galera rubro-negra manauara estava em êxtase, com a possibilidade de ver nosso clube atropelar o Vasco, finalmente.

Disse ao Pablo, vascaíno que torce contra o clube por causa de Eurico Miranda, para ficar tranquilo pois se eu e Márcio Braga disséramos “não existir ficar sem vencer o Vasco em oito jogos consecutivos”, imagine nove. Em verdade apostava num 3 x 0, com dois de Guerreiro e um do Wallace, nosso zagueiro, só para humilhar.

Na hora de os times entrarem em campo fui ao delírio com a sacada do Wallace e sua trupe. Entrar antes do Vasco para mostrar que Vasco x Flamengo é guerra, tal qual diz Eurico Miranda há cerca de 50 anos.

O início foi promissor mas aquele gol do Vasco deu uma esfriada (bem na espinha). Estou procurando câmeras e ângulos para achar um impedimento no lance, torcendo para a maquininha parar um frame antes ou depois. Mas, enfim, constatei que nossa vitória teria de ser de virada.

Ao fim da primeira etapa a pressão era imensa. Tinha certeza! O Vasco não aguentaria.

Após o intervalo, mais pressão. Como já havia tomado umas latinhas de cerveja fui ao banheiro e só dava Flamengo na área do Vasco. De repente ouvi, Wallace! Gooooool! Saí com o zíper aberto mesmo e cheguei vibrando. Vi o Pablo, o tal vascaíno que torce contra, meio amuado no corredor e pensei: “esse filho da mãe resolveu torcer para o Vasco aqui na minha própria casa. Não comemorou o gol do mengão, pô!” Mas bastou olhar a TV e ver o 2 x 0 no marcador da telinha para descobrir que nada havia mudado.

Quando não adiantava mais nada o juiz começou a garfá-los. Primeiro aquele “brucutu” cabeça de área fez uma falta no Andrezinho, por trás, já tinha amarelo, e foi poupado (nem falta o apitador deu). Depois Luan levantou a bola, recuou de cabeça para aquele desgraçado do Martin Silva, que matou no peito e devolveu para o zagueiro (lá se ia cerca de um minuto de olé) e o árbitro arrumou uma falta para nós por excesso de humilhação. Quase no fim fomos beneficiados com a não marcação de um pênalti sobre o Nenê. Segue o jogo, mas… acabou.

Chegou a hora de o Flamengo se unir. Diante da caótica gestão desse tal Bandeira, que afirmou esta semana não ser o Vasco o principal rival nosso. Ora, vá se catar, Bandeira! Quem é? O nosso papai no futebol? O Botafogo? Acorda!

Mas, continuando, a hora é de reflexão. Contratamos 10 jogadores, vários caríssimos, temos conosco, de forma insistente, o Rodrigo Caetano, vindo do Vasco para mostrar que sim somos “bovinos”, enquanto os Miranda gargalham do outro lado.

Proponho, então, um grande debate entre as correntes políticas rubro-negras. Afinal se fosse lá no Vasco, onde só há duas (contra e a favor de Eurico Miranda), a oposição estaria promovendo muitos. Aqui somos muito parados.

Como não temos uma referência rubro-negra tão emblemática e um grupo tão forte, numeroso e coeso como aquele Casaca! lá do Vasco – que eu e o meu amigo do contra, odiamos – precisamos mais é debater, e muito, sobre o futuro, pois se para os lados de São Januário o futuro vislumbra a turma do Eurico e a turma do Casaca!, com mais espaço e penetração no clube, na Gávea é uma zona de partidos, correntes, ideais, metodologias e curiosos em fazer política caindo de para-quedas nela. Enfim, a casa da mãe chorona.

Por fim, deixo aqui meu mantra, tal qual fiz em outra vez. Vamos ver se desta feita me escutam…

Chega!

Fora Eurico!

Volta pra lá, Rodrigo Caetano!

Eu quero meu título carioca de volta!

Turma do ódio! Tamu junto!

Artur Petrond Júnior (gozado sistematicamente pelo Gilberto Edmário Lucas WallaVaz)

Caixa

 

Tenho observado as manifestações a respeito do fechamento de patrocínio do Vasco com a Caixa Econômica Federal e no próprio site já houve várias.

No site Netvasco pesquisa anterior à oferta final da CEF mostrou que a maioria ficou de acordo com a não redução do valor para o acerto do patrocínio.

Alguns chegaram a defender que o valor de 9 milhões ano (tá bom, 7,5 + bônus) poria o Vasco num patamar definitivo de decréscimo. E por aí foram…

E há ainda a discussão se empresas vinculadas ao governo deveriam ou não patrocinar clubes de futebol, o que traz usualmente questionamentos entre contemplados e não contemplados, celeumas referentes a valores e uma névoa política sobre as resoluções individuais vistas.

Abstrações são direitos individuais, mas a concretude desta situação é simples e clara.

O Vasco fechou contrato com a CEF e este saiu publicado em Diário Oficial a 24/07/2013. Duração até agosto de 2014. Na época o clube não apresentou as contrapartidas exigidas e a empresa pública sequer aventava a hipótese de fazer uma renovação com o clube.

Com a chegada da gestão atual, as contrapartidas foram satisfeitas e o Vasco apresentou um retorno de mídia previsto em contrato que daria azo a não manutenção do valor para 2015.

Entre janeiro e maio o Vasco negociou, brigando pelos 15 milhões, e muitos achavam improvável a manutenção pelos números apresentados em 2014, mas após a conquista do título estadual o presidente Eurico Miranda argumentou junto à direção da empresa que o Vasco havia sido o clube, dentre todos os patrocinados, a ter dado maior visibilidade à marca nas finais dos estaduais. Com isso obteve a manutenção do valor. E o retorno no ano passado foi considerável, a ponto de a empresa já quase no fim de dezembro pretender permanecer com o patrocínio para 2016.

Ocorre que foi utilizado um raciocínio, expresso inclusive pela presidente da empresa quando da confirmação do fechamento, no qual se entende que o abismo de valores comparados em 2014 e 2015 teria sido afetado pelo fato de em 2014 o clube ter atuado na segunda divisão.

Podemos discutir “n” conceitos referentes a esta circunstância, ora repetida. Mas parece razoável pensar que o Vasco não terá o mesmo retorno de mídia neste ano, se comparado ao ano passado, pelo menos a princípio.

O dizer da Caixa sobre o motivo pelo qual baixou a oferta de patrocínio parte de uma premissa. Considerando-a ao Vasco caberá um valor muito maior em 2017, caso haja novo acordo, apresentando, por exemplo, melhor retorno de mídia em 2016, comparado a 2014, o que será possível diante de uma performance esportiva boa e a condução do clube feita de maneira positiva no âmbito institucional (leia-se, pagando a quem deve, cumprindo acordos e contrapartidas, tendo sucesso na implementação de planos e vendas, etc…).

Diferentemente da opinião de vários companheiros de luta eu me posiciono claramente favorável ao acordo firmado visando estrategicamente aumentá-lo de forma relevante no próximo ano, justamente levando-se em conta a justificativa dada por parte da empresa pela diminuição.

Argumentos ou certezas surgem de vários lados batendo o martelo de que o ocorrido se deu por politicagem. Se há politicagem, esta, por princípio, favoreceu o Vasco, em detrimento de São Paulo, Santos, Fluminense e Botafogo, por exemplo, pois tais clubes não tiveram ofertas da empresa e estão na primeira divisão.

Quando se expõe a público o motivo pela redução, dá-se vazão a que na negociação seguinte uma situação distinta mude o cenário.

Além disso, considero a crise econômica geral e a dificuldade vista em vários outros clubes para fechar algo no patamar obtido pelo Vasco, como um fator de alerta. Conseguiu-se mais 20% no fim da negociação, chegando-se aos nove milhões e desde já é cabível propor que ainda durante o contrato se busque mais caso o clube chegue às fases finais da Copa do Brasil, quando terá a oportunidade de atuar no horário nobre do meio de semana.

Ser arremessado à segunda divisão da forma como o Vasco foi, por culpa única e inequívoca da arbitragem, responsável por nos tungar 14 pontos (bastava-nos obter três para permanecer na Série A) é claro que traz consequências.

Felizmente não perdemos 10,5 milhões de reais com a TV como em 2009, felizmente temos a expectativa de uma nova receita com o programa de sócio torcedor para este ano, felizmente o clube manteve elenco, salários em dia, cumprimento de acordos, investimento em basquete, remo, base, estrutura, patrimônio e permanece com crédito no mercado junto a uma nova fama de bom pagador, mas isso não ocorre com milagres e sim com a entrada de receitas.

O Vasco vai paulatinamente se reerguer, apesar do “crime” cometido contra o clube pelos homens de bandeiras e apitos (que Eurico Miranda de forma errada assumiu em nome deles, ou apesar deles, como se o “criminoso” fosse ele).

Em 2016 é lutar e muito para manter o projeto de reequacionamento, brigar por títulos sim e permanecer demonstrando ser o Vasco um clube responsável e agregador, possuindo grande peso nisso o envolvimento dos vascaínos através da adesão ao programa de sócio torcedor aberto pelo clube em março.

E quanto a 2017? Cada passo de uma vez.

Sérgio Frias

Sérgio Frias fala sobre o contrato com a CEF – Casaca no Rádio 12/04/2016 by casaca_oficial

Cobranças

Acompanho futebol há cerca de 40 anos.

Não me lembro de ter visto manifestações tão contundentes a respeito de treinador da base, em todo esse período, numa circunstância tão peculiar como vimos e que há de ser pontuada, retratada e cobrada intramuros.

O caso do treinador Rodney Gonçalves para mim só não é espantoso porque essa gente, banhada pelo ódio, pelo despeito e pelo oportunismo, age assim por vocação: o nível é péssimo, o Vasco secundário e as manifestações típicas de quem se esconde por detrás de um grupo para caluniar e fazer insinuações torpes a profissionais do clube que tem história no Vasco, um hábito “muviano”, ora travestido de amarelo.

O Vasco tomou de 5 x 0 do Fluminense no Sub 20 e isso foi uma vergonha, alicerçado também pelo fato de o time ter largado o jogo quando tomava de três, levando dois gols próximo no fim.

Incrível ninguém ter comentado ainda que o time do Andrey tomou de 5 x 0, o time do Evander tomou de 5 x 0, o time do Mateus Vital tomou de 5 x 0, o time do Mateus Indio tomou de 5 x 0, o time do Caio Monteiro tomou de 5 x 0. Todos atletas que atuaram na equipe de cima este ano ou estão próximos disso.

E não me venham com o papo de que faltou entrosamento. Do meio para frente são cinco atletas os quais atuam ou atuaram juntos. Faltou a eles sim comprometerem-se com o jogo. Recomporem, marcarem, irem com sangue nos olhos a cada jogada, disputá-las, sentirem no gol adversário a vontade de reagir, retrucar, suar a camisa do Vasco, clube que lhes paga e ao qual devem ser todos muito agradecidos pelo tratamento proporcionado.

O que houve, de fato? Individualmente o Vasco possui ainda outros nomes de destaque, como o lateral Allan Cardoso, o zagueiro Lucas Barboza, autor do gol da vitória sobre o Flamengo no turno, o centroavante Hugo Borges, e por aí vai.

A derrota para eles passa como um acaso? Há algum problema de que um atleta eventualmente aproveitado no time de cima venha a participar com outros companheiros do Sub 20 e atuar com destaque? Não são todos profissionais? Por outro lado, o salário é diminuído quando um atleta já aproveitado em cima volta a atuar na categoria?

Discutamos, é claro, o trabalho de A ou B, porque numa derrota dessas muito há de se conversar para não repeti-la no futuro, mas a grande questão, a ampla questão está diretamente relacionada a dificuldade de hoje se cobrar a harmonização dos atletas partícipes regularmente do elenco, com aqueles que atuavam antes de um jogo decisivo. A vitória é de todos e a derrota idem.

Há de se valorizar a chegada dos que atuam em cima e vêm para ajudar, bem como dos outros componentes do plantel. A união faz a força, mas a desunião azeda o caldo.

O treinador Rodney Gonçalves não é um paraquedista no Vasco. Numa categoria abaixo, ainda em 2008, foi Campeão da Copa do Brasil Sub 17, vencendo o Santos de Neymar por 2 x 1 na decisão. Essa mesma turma, pelo mesmo motivo de agora, ódio a Eurico Miranda e a qualquer um que tenha relação direta ou indireta com ele, seus filhos, etc… o demitiu no dia seguinte e foi reverberado nas mídias situacionistas da época uma satisfação com isso.

O desprezível contingente nada mais faz que, independentemente de qualquer resultado, procurar algo possível para lançar diatribes contra a administração.

O centroavante do Fluminense, decisivo no jogo, treinava em cima, desceu e definiu, como já vimos no passado ocorrer com Roberto Dinamite, Geovani, Valdir, Jardel, entre outros exemplos. A arma é utilizada por todos, mesmo porque a obviedade de se tornar mais forte um time com a possibilidade de utilização do que se possui de melhor é quase um axioma.

Não acho razoável para o futuro dos atletas de base do Vasco ficarem protegidos, enquanto se queima o treinador, após um vexame proporcionado por eles em campo. É assim que pretendem se destacar em suas carreiras? Ora, o Vasco largou o jogo no fim, quando perdia por 3 x 0. Foi o treinador quem mandou largar?

Como justificar que uma linha de frente formada por Índio, Mateus Vital, Evander e Caio Monteiro, contando ainda com a ligação de Andrey no meio, não tenha feito nada de relevante em campo? Não se comprometeram com o jogo? E os outros do time? Não podem cobrar no gramado denodo, vergonha na cara e comprometimento dos companheiros? Não podem dar de si também em dobro num jogo de mata-mata?

Nada justifica a ridícula atuação do Vasco contra o Fluminense nas Laranjeiras. Mesmo que o treinador tivesse escalado o Caio Monteiro no gol e o goleiro Júnior Souza de centroavante. Todos precisam ser cobrados e, claro, a direção do Vasco deve fazê-lo.

Finalmente, sobre o tio de Rodney Gonçalves, Nilson Gonçalves, com décadas de trabalho no Vasco e também na CBF, faltou respeito a ele e sobrou leviandade. Nada diferente daquilo que se vê no grupo amarelo. A frustração é total não com as derrotas nos juniores, que quase ninguém do bando acompanha. O melhor caminho é mesmo chorarem suas mágoas com os rubro-negros. Não nos esqueçamos da ausência de uma linha sequer desse grupo após a vitória contra o Flamengo, que levou o Vasco à finalíssima do estadual em 2015. Algo absolutamente simbólico.

Sérgio Frias

Prazer, eu sou o “Bovino”

Eu me finjo de imparcial, mas só critico o Eurico.

Eu cobro coerência nos argumentos dos “Euriquistas”, mas eu não sou coerente.

Eu cobro contratações de peso, mas não sou sócio e não serei um sócio torcedor em dia com as minhas mensalidades. Ou farei isso, desde que o time vença, seja campeão, dê olé. Não penso no clube por extensão, mas em mim mesmo e no meu próprio umbigo.

Eu cobro um timaço de futebol porque para mim o Vasco só serve como um time que me alegra quando estou triste, e que me proporciona poder zoar os outros. Aliás quando o Vasco perde eu acho um jeito de fingir que a derrota não me pertence. Ela é única e exclusiva do Eurico.

Eu cobro transparência nas contas, mas na época do Dinamite eu dizia que aquela “diretoria” não podia “dar armas” para o Eurico.

Eu disse que cair era bom para reestruturar o Vasco na gestão anterior, mas hoje, a despeito dos avanços administrativos e patrimoniais do Vasco, eu rebato tudo com “Eurico rebaixou o Vasco”.

Eu peço respeito aos oposicionistas que vão ao Vasco, mas me regozijei quando tomei conhecimento através da “mídia imparcial” de que o Eurico, na qualidade de presidente do Conselho de Beneméritos, teria sido “barrado” na secretaria do clube, após assumir o cargo (eleito com o dobro dos votos do candidato do Calçada) em 2010.

Eu dizia que o Vasco era prejudicado nas arbitragens por causa da “prepotência e arrogância” do Eurico; mas quando o Dinamite entrou e o mesmo acontecia, isto ocorria “porque Eurico mandava na FFERJ, na CBF e no Vaticano”.  Ano passado, quando o Vasco foi indecentemente  prejudicado pelas arbitragens ( o maior garfo da história do clube em Campeonatos Brasileiros) eu dsse que a culpa é do Eurico por ter contratado o Celso Roth.

Eu apoiei Roberto Dinamite porque não queria mais ser “vice, e dizia que tais vices eram culpa do Eurico; mas não desconheço que com Eurico no comando do futebol ou do clube o Vasco foi mais vezes campeão do que vice e em 14 das taças que ganhei (foram 49 no total em quase 24 anos) o Flamengo, rei dos vices (para meu desespero ruminante) ficou no seu devido lugar em relação ao Vasco.

Com Dinamite, devidamente apoiado politicamente por Calçada e afins, curti cinco vices e um campeonato, me tornei freguês do Botafogo e, em decisões, de todos os grandes. Colecionei 3 vitórias em 22 jogos contra o Flamengo e vi meu time perder 10 vezes para o rival. Meu desespero diante dos números obtidos por Eurico no Vasco, só não me enlouqueceram mais ainda porque criei um método para apagar isso, dizendo que o Campeonato Carioca não vale nada. Só valia para mim quando o Flamengo era campeão em cima do Vasco. Do Vasco gerido pelo Eurico, claro.

Sou meio cara de pau. Atribuo por exemplo as derrotas de 1999 e 2000 no Carioca a Eurico, mas o título do Centenário eu ponho na conta do Calçada, a quem chamo de “melhor presidente da história do Vasco”. Na verdade me embanano todo (termo adequado a mim), pois sei que quem montava os times era o Eurico, quem tinha obrigação de pagar era o Calçada, presidente do clube, mas quem conseguia contratos vantajosos para o clube, como o assinado com o Nations Bank era o próprio Eurico, à época deputado federal, deputado do Vasco como ele dizia e eu abominava.

Fico num mato sem alfafa, tentando elevar quem sem Eurico pouco arrumou no Vasco e com Eurico tomando a frente de tudo pôde enfim fazer parte das conquistas.

Em cerca de 40 anos sem Eurico no Vasco o pobre Calçada (várias vezes, vários anos vice de futebol, eminência parda no clube e ainda por três temporadas presidente) viu seu clube conquistar sete títulos de expressão (tenho irremediavelmente que valorizar o Campeonato Carioca agora). Eurico em quase 24 anos já mais que dobrou o número de títulos. Foram 15 oficiais, desde estaduais, e ainda fez reconhecer o de Campeão Sul-Americano de 1948, em 1996.

E lembrar que com Calçada na presidência, em 1983, o Vasco não se classificou para a primeira divisão do Brasileiro, pois conseguiu a façanha de terminar em sétimo no Campeonato Carioca (afinal valia ou não?) disputado em turno e returno, contabilizando o clube na ocasião simplesmente 8 derrotas, 8 empates e apenas 6 vitórias em 22 jogos. Não fosse o convite da CBF nós disputaríamos a Taça de Prata em 1984.

Curioso que costumo falar sobre a pior campanha em Campeonatos Cariocas da história do clube citando 2006 (aquele ano valia), quando o Vasco venceu 4 partidas, empatou 4 e perdeu apenas três. Um campeonato mais do que enxuto com apenas 11 jogos na fase de classificação (5 num turno e 6 no outro).

Na ocasião, o clube somou o mesmo número de pontos que o campeão Botafogo na fase regular e mais dois pontos que o vice-campeão daquele ano, Madureira, além de ter ficado na frente do Flamengo e terminado também com o mesmo número de pontos que o Fluminense na competição. Não importa. Mesmo sabendo que faltaram apenas dois pontos em cada turno para o Vasco ir às finais, a conjuntura que levou o clube à nona colocação por força do regulamento sobrepõe ao bom senso, algo aliás deixado por mim lá no início do pasto há mais de 10 anos.

Mas, continuando:

Eu digo que os “Euriquistas” colocam o Eurico acima do Vasco, mas para mim qualquer candidato é bom desde que não seja o Eurico. Ou seja, eu coloco a minha aversão ao Eurico acima do Vasco.

Como já disse nesse texto, sou cara de pau nato. Eurico ganhou do meu candidato com 1.200 votos de diferença. Uma vitória incontestável e acachapante. Eu cobrava legalidade nas eleições, porque segundo meu conhecer político do clube Eurico só ganhava uma eleição, se fosse fraudada.

Durante o processo político motivei meu gado a acreditar que não eram eleitores os que tinham nome registrado, matrícula, mensalidades pagas. Do alto do meu devaneio os tratei como “fantasmas”. Precisava vê-los para ter certeza. Não era possível depois de todo o meu esforço em denegrir Eurico Miranda, o histórico da sua trajetória pelo clube e até mesmo ferir a história do Vasco em função da minha doença patológica, eu, o bovino, simplesmente não tivesse sido levado a sério.

Tentei partir para a ignorância (sindicância), usando o estatuto e burlando-o ao mesmo tempo. Fiz os administradores correrem riscos de uma enxurrada de ações contra si próprios e não simplesmente contra o Vasco por abuso de poder ou de idiotice, mas me mantive firme. Alfafa a tiracolo busquei impedir o direito de 3.000 sócios votarem (cerca de 1/3 deste pessoal favorável ao voto no ódio ao Eurico, diga-se de passagem).

Não deu certo. Parti para torcer pelo adiamento das eleições, a fim de garantir um segundo lugar, apostando que o discurso do ódio prevaleceria contra qualquer projeto de Eurico Miranda ou de um adversário dele em benefício do Vasco. Fiquei animado novamente quando soube que haveria um recadastramento de sócios no clube. De volta a vã esperança de que se pudesse impedir a vitória esmagadora do meu totem nas eleições.

Como sou nas horas vagas, além de bovino, uma zebra de pijama, entendi que a ação de meus representantes amarelos para impedir o voto dos sócios pagantes que não haviam se recadastrado traria um enorme prejuízo ao quantitativo de votos do favoritíssimo ao pleito. Não me passou pela cabeça que o grupo menos atingido seria exatamente o mais organizado e também não me dei conta de que boa parte da organização cabia ao Casaca!, que aliás, do alto do meu saber, imaginava estar morto, diante da massificação de meu discurso mugido.

Eu acho que o Estatuto deve ser obedecido e que uma oposição é saudável, inclusive para fiscalizar a administração do clube, mas em 2010, quando Eurico ganhou a eleição para Presidente do Conselho de Beneméritos eu disse que tal poder deveria ser extinto. Só porque o Eurico passou a ser o Presidente daquele Poder.

Eu atribuí o rebaixamento de 2008 à “herança maldita” deixada por Eurico: Phillipe Coutinho, Alan Kardec, Souza, Alex Teixeira, entre outros outros, mas hoje a culpa do rebaixamento é SÓ do Eurico.

Eu acuso os “Euriquistas” de mudança de discurso, mesmo quando fatos novos os fazem ponderar; mas quando sou eu que mudo, eu digo que “o sábio muda de idéia, o idiota não”.

Eu falo que o Eurico rebaixou o Vasco e critico o programa Casaca no Rádio, mas quando o Casaca mostra os inacreditáveis “erros” de arbitragem sofridos pelo Vasco no Brasileiro de 2015, eu, acuado, xingo seus integrantes de “baba-ovos do Eurico”. É o que me resta. Para mim, quando os argumentos acabam, sobram os xingamentos.

Eu critico o rebaixamento do Vasco em 2015, mas quando o Dinamite e o MUV estavam lá eu dizia que o Vasco podia cair até para a Série D, desde que o Eurico não fosse o presidente.

Eu acredito quando a mídia diz que “passados 6 meses da assunção do Eurico ao poder, a administração do Eurico, está “catastrófica”, mas quando ofereço o meu candidato, afirmo ser necessário a ele ao menos 10 anos para reerguer o Vasco.

Para mim, a ÚNICA qualidade que um candidato a presidente do Vasco precisa ter é ser contra o Eurico. Eu apoiei vários deles em apenas um ano, pois o Vasco a meu conceito só existe se o Eurico não estiver lá. Um deles criticou o Eurico, mas quando foi para seu lado eu o acusei de traidor. Sabe como é? O ditado “os sábios podem mudar de ideia” só vale se for eu quem o fizer, se for o outro é traição.

Para mim o Vasco é laboratório de experiências e aventuras; por isso a única solução que eu aponto hoje para todos os problemas do clube está “no candidato que mais tiver chance de tirar Eurico”, não importando seu passado, sua história, seu projeto de governo ou suas propostas (ou a verossimilhança delas).

Por isto tudo, por minha “coerência, retidão e firmeza no discurso”, eu peço o voto dos sócios do Vasco, mesmo sequer conhecendo as categorias aptas ao exercício daquele.

Prazer, eu sou “bovino”.

Amigos, este é o panfleto imaginário de um “opositor” apresentando seus argumentos e propostas para a “solução mágica” de todos os problemas do Vasco: Apenas, e tão só apenas, TIRAR EURICO.  Eu, Sérgio Coelho, obviamente não compactuo destas ideias. Mas trago os argumentos de quem arrota coerência, mas se retroalimenta mesmo é de ódio.

Meus sentimentos, “loosers”, traduzindo para o português (perdedores) e para o “bovinês” (vices).

Até a próxima.

Campeonato Carioca De 1987 – Da festa na véspera ao vice para o Vasco

O Carioca de 1987 foi um grande campeonato. Com três turnos, com três vencedores diferentes e uma fase final. Até o Bangu venceu uma das taças! A competição chegava ao fim quando começava o Pan-americano daquele ano. Os jornais se dividiam entre noticiar o campeonato carioca, o Pan, as rivalidades de Piquet e Senna nas pistas e até a luta de Maguila contra o James Quebra Ossos, vencida pelos juízes, para Maguila.

A Taça Guanabara foi vencida pelo Vasco. A Taça Rio ficou o Bangu. O terceiro turno era a Taça Euzébio de Andrade. Era um quadrangular. Os campeões de cada um dos turnos anteriores e mais os dois melhores classificados na pontuação total do campeonato até ali. O Vasco, já classificado pela Taça Guanabara, somou 40 pontos. O Bangu que venceu a Taça Rio somou 38 pontos. Os outros dois melhores colocados foram o Fluminense com 38 pontos e o Flamengo com 36.

Já no primeiro jogo do quadrangular, em 18 de Julho, o Fluminense empata com o Bangu, mas escalara Eduardo de forma irregular. Foi punido com 5 pontos pela FFERJ e ficou de fora da disputa, pois mesmo vencendo seus dois jogos restantes, só poderia chegar à zero ponto!

Dia seguinte, 19, Flamengo e Vasco ficam no 0x0 e o mesmo Flamengo empata com o Bangu em 2×2 após estar perdendo por 2×0, no dia 22 de Julho. No dia seguinte, o Fluminense vence o Vasco e o Flamengo volta a sonhar com o título da Taça Euzébio de Andrade. Nos dias 26 e 27 de Julho, respectivamente, o Vasco derrota o Bangu por 3×0 e o Flamengo supera o Fluminense pela contagem mínima, vencendo o terceiro turno.

A fase final, um triangular, começa com uma goleada vascaína dia 2 de Agosto. O Bangu foi a vítima dos 4×0 do Vasco. A partida entre Bangu e Flamengo foi jogada em 5 de Agosto e o Flamengo venceu o Bangu por 1×0. A última e decisiva partida ficou com Vasco e Flamengo. Seria realizada em 9 de Agosto, um Domingo. Enquanto no Sábado…

JB – 08/08/1987 Página 24

JB – 08/08/1987 Página 24

Contrastando com a seriedade vascaína, o Flamengo já tinha garantido até duas escolas de samba para a festa. A festa era grande na Gávea. A torcida ia ate ganhar concurso de bandeira mais bonita, como se isso fosse possível se tratando das cores do Flamengo. Imagine então quem apareceu com “a roupa mais exótica”! Deprimente… O Vasco, trabalhava com os pés no chão e a todo vapor.

JB – 08/08/1987 Página 24

No Domingo, o jogo traria a realidade para os flamenguistas. 1987 era o início do TRI-VICE do Flamengo, o segundo em uma só década. (82-83-84 e 87-88-89) O Vasco seria BI campeão em 1988 sobre o próprio Flamengo e em 1989, o Botafogo sai do jejum de 21 anos deixando o Flamengo em segundo.

JB – 10/08/1987 Capa do Caderno de Esportes

JB – 10/08/1987 Capa do Caderno de Esportes

No final, restou o chororô do Flamengo. Choravam no vestiário, jogadores, técnico, dirigentes, todo mundo. Lédio Carmona descrevia assim a tristeza do Flamengo:

“Antes do início do jogo, durante o aquecimento dos jogadores, o clima no vestiário do Flamengo era de total confiança. No fim, consumada a perda do título, houve uma automátca metamorfose: muito choro, evasivas, lamentações e acusações. Tudo isso aconteceu dentro do mais profundo silêncio, só quebrado pelos gritos de casaca que vinham da festa do Vasco.

A maioria dos jogadores – casos de Renato e Aírton, além do técnico Antônio Lopes – entrou chorando no vestiário.”

Sandro Moreyra foi taxativo em sua coluna diária no Jornal do Brasil: “Vasco: Um legítimo campeão”.

Sandro Moreyra ainda escreveu:

“O Vasco é um grande campeão e dessa vez houve justiça na vitória, Sua campanha foi nitidamente superior, marcou mais pontos e teve ainda os dois artilheiros da competição. O Flamengo perdeu-se e muito na politicagem de sua direção, principalmente na briga que tirou os jogadores da Seleção Brasileira, no Clube dos 13, liminares e por aí. Futebol é outra coisa.”

VASCO 1 x 0 FLAMENGO – 09/08/1987
Local – Maracanã (público – 114.628)
Árbitro – Pedro Carlos Bregalda
Gol – 1° tempo: Tita 42 minutos

Vasco – Acácio, Paulo Roberto, Donato, Fernando e Mazinho; Henrique, Luís Carlos (Vivinho)e Geovani;
Tita, Roberto Dinamite e Romário.
Técnico: Sebastião Lazaroni.

Flamengo – Zé Carlos, Jorginho, Leandro, Aldair e Aírton; Andrade, Júlio César Barbosa e Zico (Alcindo);
Renato Gaúcho (Kita), Bebeto e Marquinho. T
écnico: Antônio Lopes.

Fonte: Aqipossa

O líder e os micos

Há um simbolismo evidente percebido na primeira rodada do Estadual 2016.

Toda a briga de bastidores em detrimento do futebol do nosso estado, perpetrada pela dupla Fla x Flu, partia de uma premissa falsa, a respeito dos dois clubes, “linkados” à Lusa paulista desde 2013 no imaginário popular.

Lá pelo final dos anos 90 um grito em uníssono surgia das arquibancadas antes de cada jogo do Fluminense, que numa rima em homenagem a suas mães terminava em “O Fluminense é a vergonha do Brasil”.

Mas uma ou duas temporadas depois o clube mostrou a todos a injustiça da rima e tomou uma atitude digna da sua grandeza. Pintou com orgulho em sua sede a conquista da Série C no inesquecível 1999 tricolor.

O Flamengo, por sua vez, pagou mico por mais de 25 anos, crendo ser, em desacordo com a Justiça Brasileira, o Campeão Brasileiro de 1987, título conquistado pelo Sport em ano no qual o Flamengo correu. Meses depois, o rubro-negro do Rio (não falo do Itaperuna) percebeu que correr teria sido também um bom caminho no Estadual, afinal caiu de quatro na competição e teve Cocada como sobremesa. Passados mais nove anos, correu do Vasco (no Estadual de 1997) e no ano seguinte sebo nas canelas novamente. Rubro-marrom nas duas oportunidades, o time sem campo é useiro e vezeiro em colecionar vergonhas.

Já foi o Fla lanterna de um estadual,  protagonista de escândalos e indecências, desde as papeletas amarelas até o caso Lusa em 2013, desrespeita a tudo e a todos (normas vigentes, decisão judicial), além de comer carniça e arrotar caviar.

O desserviço feito ao futebol do Rio, com a associação junto a estados sem 30% do prestígio obtido pelos clubes principais do nosso, pondo-se abaixo de São Paulo, num movimento entreguista que faria inveja ao MUV amarelo (por sinal aliado da dupla!!!), tinha por objetivo que Fla e Flu, terceiro e quarto colocados do estadual 2015, no qual apanharam de Vasco e Botafogo, simplesmente tivessem garantidas vagas para a competição pirata arrumada junto a Delfim e cia.

Ora, competição pirata é com o rubro-negro mesmo, que critica Eurico Miranda há décadas por ter dado caráter oficial ao Campeonato Brasileiro de 1987, quando propôs na CBF o cruzamento de módulos, tirando onda com os otários após a classificação de Inter e Fla para o quadrangular, mostrando-se 1000% ao lado da dupla para que não jogassem o cruzamento proposto por ele próprio.

Já o papai do Flamengo virou um clube pronto a se posicionar à reboque do filho, tal qual um cão amestrado esperando um osso rubro-negro atirado da carniça que comem.  A subserviência tricolor enrubesceria Nelson Rodrigues.

Mas, deixemos para lá. O relacionamento íntimo deles pertence somente a eles. Não metamos a colher.

O fato é que arbitral recente da FFERJ definiu estarem aptos para disputar a Liga Sul-Minas 2017 (competição oficial, caso se adeque ao calendário brasileiro) os clubes campeões e vice campeões do estado em 2016. Repetido o enredo do ano passado os classificados seriam Vasco e Botafogo. A dupla arco-íris ficaria, no caso, de fora.

O calvário começou com dois grandes fiascos protagonizados pela dupla. Enquanto o Voltaço fez gato e sapato do pobre Fluminense, Leandrão lembrou ao Flamengo o peso de ter um atacante vascaíno contra si (vide Riascos, Gilberto e Rafael Silva no ano passado).

Soube-se que no fim da peleja em Volta Redonda um torcedor do clube anfitrião falava em tom pouco efusivo: cumprimos a meta. Temos que vencer todos os pequenos em casa.

E o Campeão Estadual estreou com goleada. Nenê, o craque da galera, foi o melhor do time. Se a atuação do time cruzmaltino não foi tudo o que se esperava, o resultado sim.

Público em festa, o maior da rodada, diante de uma tarde ensolarada, a volta ainda tímida mas já perceptiva de ocupação do espaço destinado à Força Jovem, estreia do Pikachu – pretendido pelo Flamengo, mas trazido pelo Vasco – dois gols de Riascos, vitória na preliminar, e a liderança do estadual 2016, o mais sensacional dos últimos 100 anos, simplesmente porque a torcida do Vasco quer que assim o seja. E torcida campeã já começa o ano com razão.

Sérgio Frias

Ao Pesquisador

<strong>Alex do Carmo disse (Sobre o texto “Resposta ao freguês”):</strong>

Mas q texto BIZARRO!!!

Digno de risadas e mais risadas.

Antes de defecarem pelo teclado, estudem a HISTÓRIA DO CKUBE PIONEIRO NO FUTEBOL.

Sem o FLU vcs estrariam remando até hoje!

Tuvemos negros em nossos times desde o início de nossa historia. O tal jogador q passa va pó de arroz, o fazia desde o América e quando se transferiu foi alvo da torcida americana q o chamou de pó de arroz.

Tá Flu o acolheu e ainda o tornou nosso simbolo.

Vcs sim, na maracutaia, quando o futebol era ainda amador, pagavam os jogadores por fora, forçando o Flu, como sempre ao pioneirismo de introduzir o profissionalismo ao Futebol.

-nquanto vcs não tinham estádio, emprestamos o nosso diversas vezes, inclusive se não o fizéssemos vcs nao poderiam participar dos Campeonatos.

Antes de falarem merda pesquisem. Clube q tem Eulixo Pilantra de Presidente devia ter vergonha.

VCS SÃO LIXO!!!
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Como é, luminar?

Sem o Fluminense?

Conheça a história você.

O Vasco, em 1923, poderia mandar seus jogos para a Rua Ferrer (campo do Bangu), em Figueira de Melo, para qualquer lugar em que foram realizadas partidas no campeonato. Até mesmo para seu próprio campo alugado na Rua Moraes e Silva, caso fosse desejo do clube. Ou você acha que o campo da Rua Barão de São Francisco Filho, do Andarahy, cabia muita gente?

Havia interesse de todos pelo aluguel do campo do Fluminense. Do tricolor, que cobrou e cobrou bem pelo que você ingenuamente chamou de “empréstimo”, para a FMDT, que detinha parte das rendas, e para a torcida do Vasco, que já lotava qualquer campo no qual o Vasco jogasse. Como o clube era popular e não racista e ainda incorporava muitos lusitanos e descendentes radicados no Rio de Janeiro, era algo óbvio o número de torcedores que o Vasco carregava para acompanhar seus jogos.

Mas, Zé, o tricolor ganhou muito nesses aluguéis, diferentemente do que o Vasco fez cerca de 80 anos depois com o teu clube. Emprestou, aí sim, de graça São Januário. E vocês conquistaram no nosso campo um brilhante vice-campeonato, diante do bravo Paulista de Jundiaí, do craque Marcio Mossoró.

Continuando: o Fluminense foi o primeiro a introduzir no futebol a concentração. Desconfia-se que fosse possível pagar ou dar benesses a seus atletas, mas não gostavam de uma mistura de cores em tais concentrações. É bem simples de se entender isso.

Prosseguindo:

Não há como o Fluminense explicar, em 1.000 anos de história, porque permitiu o besuntar de pó de arroz do seu associado. Como não há como o América fazer o mesmo. Como não há como ambos justificarem o porquê de diante do quadro social de seus clubes não terem repudiado o preconceito do adversário, afinal a coloração pó de arroz era um ato de defesa diante de um preconceito sofrido e o referido atleta foi sócio do América e posteriormente do Fluminense. Os associados tricolores e americanos, como rubro-negros, botafoguenses e afins tinham o preconceito na pele, eram geridos por dirigentes que o tinham da mesma forma, vide regulamentos esdrúxulos para aceitação de atletas que pudessem jogar futebol na elite carioca. Uma vergonha para a historia do futebol brasileiro.

Realmente uma grande demonstração de que o Fluminense não tinha nenhum preconceito de ordem social e racial, pode ser comprovado nas fotos dos times tricolores entre 1906 e 1919. Havia muitos negros, não é mesmo?

Sei que hoje vocês carregam a vergonha de torcer por um clube racista na origem, mas isso foi plantado pelos seus ídolos dos anos 10, 20, etc… do século passado. Houve alguns ganhos, como os terrenos dos Guinle, mas o prejuízo histórico é irreparável.

Agora vamos falar de pesquisa. Falta aos pesquisadores tricolores explicarem como era remunerado o treinador J. A. Quincy Taylor.

Falta aos pesquisadores tricolores decifrarem quanto os atletas do Fluminense, nos anos 10, pagavam pelas massagens, refeições e dormitórios dentro do clube. Uma dica: alguns pesquisadores tiveram acesso a números que comprovam um curioso gasto do Fluminense com essas coisas “amadoras”. Há atletas conhecidos na época como “borboletas” do futebol. Quantos passaram pelos clubes da zona sul como borboletas de estação? Pesquise. Lembre-se: estamos falando dos anos 10 do século passado ainda.

E a repentina mudança de paixão de associados/atletas de seus clubes para outros. Imagine você: o cara era sócio de um clube e simplesmente decidia jogar por outro, associando-se àquele. Claro que houve situações pessoais mesmo, como a de Marcos Carneiro de Mendonça, mas não vamos imaginar que eram apenas motivações sentimentais. Ou eram, Poliana?

Em 1918 o Botafogo trouxe dois uruguaios para seu clube (Monti e Behegaray), que supostamente, dentro de seu brilhante raciocínio, caíram de amores pelo alvinegro, resolvendo mudar de cidade, país, tornando-se sócios do alvinegro desde então e atuando no clube. Haja amor!

E a história dos paulistas Friedenreich (Paulistano), Amilcar e Neco (Corínthians)? Você conhece?

Eles receberam ou não para participar do Sul-americano de 1919? Devolveram o que receberam? Procure pesquisar…

E a “importação” rubro-negra de cinco atletas em 1919? Junqueira, Campeão pelo Paulistano em 1918, Mesquita , com passagem pela mesma agremiação, Kuntz, Candiota e Sisson, oriundos do… Rio Grande do Sul. Foi amor ao Flamengo?

E sobre a Lei do Estágio, que caiu em 1920 e antes obrigava a que o atleta ficasse um ano sem atuar antes de poder jogar em outra agremiação? Como se resolveu a questão? Vá pesquisar…

Curiosamente, o atleta que marcou o gol da vitória do Vasco contra seu freguês de caderno na primeira partida entre ambos no ano de 1923 foi Arlindo Pacheco, ex-América e Botafogo. Outra “borboleta” do futebol. Mas como? Afinal só o Vasco buscava o profissionalismo não é mesmo? Fla, Flu, Bota e América eram amadores…

A verdade clara e que esbofeteia toda a torcida tricolor é a seguinte: não importava se o cara era “borboleta”, não importava se se “importava” atleta do Sul ou do Uruguai para jogar no seu clube, não importava se um jogador havia atuado em dois, três, quatro clubes diferentes na carreira. O que importava era se estava dentro dos cínicos padrões dos preconceituosos dirigentes da época. E os do Vasco não estavam. Porque eram pobres, eram negros, eram analfabetos e não podiam suplantar com a bola nos pés aquela elite empertigada e pronta a ser vencedora no dia a dia, sabendo que os negros, analfabetos e pobres seriam perdedores natos. Uma partida de futebol não poderia mostrar algo diferente disso, por mais que fosse sabido o brotar de craques nas chamadas “Ligas Suburbanas”. Não podia haver mistura.

Enquanto o Vasco teve um presidente mulato no ano de 1904 e brigou para que seus remadores não fossem afastados das regatas por serem reles empregados do comércio em 1907, o aristocrático Fluminense deixava seu atleta tacar pó de arroz na cara para parecer branco, após hostilizá-lo quando este atuava no ex-clube, exatamente em função da cor de sua pele.

Vá ler um pouco mais sobre a história. Não há como passar pó de arroz nem de giz sobre ela para distorcê-la.

Só para completar: o Fluminense se obrigou a tudo depois do surgimento do Vasco, mas, principalmente, foi obrigado a ver o Vasco olhando para cima, pois está muito abaixo de nós. E não é pelo fato de estar na Zona Sul e nós na Norte. Embora seja fato que na Zona Norte se encontra o maior estádio particular do Rio de Janeiro, desde 1927.

Como tudo foi devidamente respondido e o texto demonstra sua evidente ignorância/arrogância, deduzimos que o lixo em questão cabe ao desbocado e que defecar pelos dedos é prática sua e dos tricolores que evacuam na história para tentar abrandar a prática racista originária do clube para o qual resolveram torcer.

Sérgio Frias