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Tragédia Secular

O ocorrido há cerca de 36 horas é estarrecedor, inimaginável, inclassificável e uma tragédia, fruto de completa e total irresponsabilidade do Clube de Regatas do Flamengo.

O local onde havia dormitório poderia funcionar como estacionamento, tratava-se de um contêiner, com uma só saída e sem outra de emergência, o clube havia sido multado quase 30 vezes, por estar sem o devido alvará, a prefeitura determinou a interdição do CT em 20/10/2017, mas o clube resolveu manter o funcionamento e transformou em alojamento um espaço, sem ter pedido licença para tal e sem anuência do corpo de bombeiros.

Força Flamengo???

Força aos parentes das vítimas, amigos, colegas, admiradores, funcionários próximos.

Por completa irresponsabilidade, desídia, negligência, prepotência, arrogância do rubro-negro, houve uma tragédia inaceitável (e jamais vista), em clubes da quarta divisão do futebol brasileiro ou em outros sem divisão alguma.

Não é a maior tragédia do Flamengo em sua história. É a maior tragédia entre clubes brasileiros, na história do futebol brasileiro, por responsabilidade própria.

Força Flamengo???

Força aos parentes da vítimas, amigos, colegas, admiradores, funcionários próximos.

Não fosse a Folha de São Paulo soltar uma matéria ontem devastadora, quanto a todas as irregularidades cometidas pelo Clube de Regatas do Flamengo, teríamos vivido um dia no qual o responsável pela morte de 10 crianças carbonizadas parecia tão vítima como as crianças que morreram.

Os prejuízos que a instituição “Flamengo” sofreu foram de imagem e financeiros. Isso se compara ao que foi perdido pelas famílias daquelas crianças?

Força Flamengo???

Força aos parentes das vítimas, amigos, colegas, admiradores, funcionários próximos.

A consternação foi geral. De qualquer atleta mirim que pretende ser um profissional, dos profissionais veteranos ou já fora dos campos que um dia foram mirins. Todos tem história para contar, de dificuldades pelas quais passaram ou passam, das condições precárias em dado clube ou oportunidade, mas nenhum tem história similar ao ocorrido, porque nunca aconteceu e ocorreu com um clube que é tido e havido como modelo pelos irresponsáveis da imprensa convencional que investigam o que lhes interessa e incensam também o que lhes interessa.

Ora, ninguém, absolutamente ninguém da imprensa convencional que cobre o Flamengo buscou saber quais as condições daquele espaço? Por que (se sabiam) não se buscou divulgar o fato até que interditassem (caso permanecesse a desídia, irresponsabilidade, negligência, arrogância e prepotência do Flamengo), por meio de uma campanha global em cima da irregularidade?

Ontem mesmo se viu gente falando na mídia convencional da estrutura do Vasco em 2012 (sim, 2012), em Itaguaí para incensar o Flamengo, afirmando que era o clube com menos problemas na época e que depois melhorou mais ainda… Melhorou muito! Está se vendo como melhorou! É a referência do Rio! Aliás o Flamengo hoje é uma referência nacional! É uma referência de desídia, negligência, irresponsabilidade, prepotência e arrogância, que levou ao ocorrido.

Força aos parentes das vítimas, amigos, colegas, admiradores, funcionários próximos.

Sérgio Frias

O palpiteiro

O ex atleta Edmundo declarou para o Esporte Interativo em entrevista recente, vestindo a camisa de seu clube paulista por adoção, que imagina o Vasco brigando para não cair no Campeonato Brasileiro em 2019, lá por novembro, dezembro, presume-se, entre outros palpites, achismos e paradigmas próprios do que é bom, ruim, mais ou menos em termos de performance no futebol profissional cruzmaltino para este ano.

Há vários problemas na declaração do Edmundo, o mais grave deles é se passar por um torcedor comum do Vasco, quando na verdade é um profissional da crônica esportiva em mídia convencional.

Outro é tecer seus comentários desanimadores à torcida, enquanto ator político do clube, como a maioria dos que acompanham o Vasco – e minimamente os meandros do clube – sabem.

O terceiro erro é tratar o Campeonato Estadual, um título de campeão nele, como simples de ser vencido para justificar uma possível conquista do Vasco como desimportante e – pior – uma não conquista do título como algo aquém do normal.

Vencer o Campeonato Carioca para o Vasco é, em média, uma conquista que ocorre de quatro em quatro anos e não ano sim, ano não.

Ele, por exemplo, disputou pelo Vasco cinco Estaduais e ganhou apenas um.

Uma boa Copa do Brasil significa o que? Chegar às quartas, às semifinais, chegar à final?

Em 2017 Edmundo disse que o Vasco poderia até ser Tricampeão Carioca, mas que ia ter problemas no Campeonato Brasileiro.

O discurso em relação à expectativa por resultados era, portanto, o mesmo, com a agravante de considerar um Tri Estadual algo banal.

Outro erro é falar em janeiro do que ocorrerá numa competição que termina em dezembro, como se o clube não pudesse contratar durante a temporada e sem haver nenhuma das 20 equipes pronta para dezembro deste ano.

Jogadores sairão e virão de todos os clubes e qualquer afirmação de adivinhação é chute, considerando os elencos atuais dos clubes e nenhuma partida oficial disputada na temporada por quaisquer deles.

Em suma: Edmundo mostra-se um errante, em termos de palpites, que fala, anda, pensa – às vezes antes de falar – e, lamentavelmente, para alguns, representa a voz do vascaíno na imprensa, como há poucos anos representava, teoricamente, o Juninho Pernambucano.

Sérgio Frias
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Abaixo um outro Edmundo, em junho de 2008, com outras perspectivas, características. Um otimista. Bons tempos.

Edmundo rechaça pessimismo no Vasco contra o Sport

Cariocas precisam ganhar por três gols de diferença para garantir vaga na final

A situação do Vasco na Copa do Brasil não é das mais confortáveis. Para eliminar o Sport e garantir vaga na grande final, o time carioca precisa derrotar o adversário por três gols de diferença no jogo desta quarta-feira. Se vencer por 2 a 0, a decisão da vaga será nos pênaltis. Mesmo assim, o atacante Edmundo trata de afastar qualquer pensamento pessimista no grupo vascaíno.

– Não podemos começar com pessimismo, achando que é uma grande desvantagem. Eles jogaram melhor no primeiro jogo, conseguiram marcar dois gols. Eles tiveram toda uma atmosfera a seu favor, e é isso que a gente espera que aconteça com o Vasco aqui no Rio de Janeiro. O Vasco, em São Januário, costuma ser muito forte e a gente acredita que, pelo menos o placar mínimo de 2 a 0 a gente vai conseguir, para levar a decisão para os pênaltis – comentou o Animal.

Edmundo foi poupado do clássico do último final de semana contra o Botafogo pelo Brasileirão, mas está confirmado para enfrentar o Sport. O atacante confia na boa preparação da equipe e espera que o Vasco possa mostrar sua competência dentro das quatro linhas.

– Estamos bem treinados, temos um bom entrosamento e temos tudo a nosso favor. O futebol tem muitos detalhes, um deles a sorte, mas a gente tem que ter competência para ter sorte também – ressaltou o atacante.

Gazeta Press – 27/05/2008

Diferença incontestável

Em qualquer lugar do mundo em que se analisasse resultado esportivo e gestão, comparativamente, sob a ótica desses últimos dois anos, ter-se-ia a clara conclusão de que o Vasco foi transformado de vinho para água e com muito mais recursos financeiros disponíveis no presente ano, em comparação ao outro.

Vamos a um fato, que chama bastante a atenção. Número de vitórias fora do estado, com mando de campo do adversário.

Não há como fazer uma comparação diferente do que utilizar como parâmetro o modelo de pontos corridos com 20 clubes na disputa, se quisermos ser justos, o que ocorre desde 2006.

A cada ano exposto o Vasco atuou na Série A em 16 jogos fora do Rio de Janeiro (apenas em 2015 foram 17).

Eis os números:

2006: 6 vitórias fora de casa (três contra grandes clubes brasileiros)
2007: 4 vitórias fora de casa (duas contra grandes clubes brasileiros)
2008: 3 vitórias fora de casa (nenhuma contra grande clube brasileiro)
2010: 2 vitórias fora de casa (nenhuma contra grande clube brasileiro)
2011: 7 vitórias fora de casa (duas contra grandes clubes brasileiros)
2012: 6 vitórias fora de casa (uma contra grande clube brasileiro)
2013: 2 vitórias fora de casa (nenhuma contra grande clube brasileiro)
2015: 3 vitórias fora de casa (uma contra grande clube brasileiro)
2017: 6 vitórias fora de casa (duas contra grandes clubes brasileiros)

Está claro que os números de 2017 estão entre os melhores dos nove anos mencionados.

Para resumir nossa participação no Campeonato Brasileiro de 2018, não ganhamos de ninguém fora do Rio.

Ano passado o Vasco somou 56 pontos, em 2018 foram 43. Treze a menos.

Em 2017 o clube foi deixado na Libertadores e neste ano não se classificou nem para a Copa Sul-Americana.

No ano passado o Vasco perdeu o direito de ter torcedores na cidade do Rio de Janeiro em seis dos seus jogos, em 2018 jogou todas com seu mando de campo em casa, com torcida, tendo vendido apenas um mando para Brasília (Vasco x Corinthians no turno).

É inegável que o Vasco seguia para um bom caminho entre o findar de 2017 e o início deste ano.

As receitas em 2018 aumentariam (venda de Paulinho, prevista para julho, participação em competições sul-americanas, ganhos com mecanismo de solidariedade) e com as certidões a serem conseguidas, por quem tinha competência para tal, outros ganhos ocorreriam.

A mudança de poder, de gestão, de atitude, de comportamento, visão e postura levaram à nova vitimização, pouquíssimo avanço e nenhum comprometimento de se sair em defesa da qualidade do elenco que lá estava e o que foi constituído a partir do desmonte daquele encontrado.

O Vasco em 2018, para sua gestão, não tinha objetivo algum. Nenhuma promessa foi feita, não foi dito em rodada alguma do Campeonato Brasileiro, nem nas quatro, cinco primeiras, que o clube objetivava voltar à Libertadores, criando um ciclo virtuoso. Nada, absolutamente nada foi dito.

O clube pagou pela inoperância e omissão de uma gestão totalmente despreparada para simplesmente mantê-lo no patamar esportivo em que se encontrava há um ano.

Lembre-se ainda que nos últimos três meses de Campeonato Brasileiro, ano passado, o clube se viu à volta com problemas de salários e políticos, mas isso não impediu que o objetivo traçado no início da competição fosse cumprido.

A simples admissibilidade disso poderia fazer o Vasco ter um melhor ano novo, no próximo.

Se sobrar humildade para ouvir e coragem para agir externamente em defesa do elenco, de sua capacidade, traçando objetivos grandiosos, sem fazer segredo ao público, pode-se conseguir mais, muito mais.

Há gente disposta a encarar o desafio, pelo que tenho visto, mas é uma atitude grupal e não individual que poderá fazer a diferença. Não adianta um puxar para cima e os outros se esconderem no conforto do descomprometimento. Todos devem se expor e fazer com que se acredite no Vasco para 2019.

A torcida vascaína agradece.

Sérgio Frias

Cola vagabunda

A eterna tentativa de colar algo que não adere se manifesta pelos mais diversos grupos políticos, ou pseudo apolíticos, os quais surgem querendo distorcer o óbvio e se espalham na rede como pus de uma ferida impossível de cicatrizar porque atrelada a um ódio doentio. O resultado disso é um hematoma irrecuperável. Mais que um câncer é uma dor curtida, porque odiar faz bem a quem tem pouco para oferecer.

A gestão anterior do clube, que assumiu o Vasco com 688 milhões de dívida e o deixou – segundo um balanço apresentado pela atual direção – com 645 milhões, que diverge dos números apresentados pela outra (582 milhões), obviamente DIMINUIU A DÍVIDA DO CLUBE nesse período e deixou ativos que não recebeu da outra, o maior deles Paulinho, que teve seu contrato renovado na primeira semana de janeiro deste ano, estipulada sua multa rescisória em 30 milhões de euros.

Se o Vasco deixou comprometidas cotas de TV na ordem de 92% em relação a 2018, pegou com mais do que isso comprometido em 2015.

A situação era pior e não havia como se fazer dinheiro a curto prazo, pois o que foi deixado de base não oportunizava a grandes receitas.

Muito diferente dessa situação estava o clube em junho de 2008, quando a chapa amarela da época, apelidada de MUV, assumiu o clube.

Na ocasião, o Vasco tinha comprometidos seis meses do fim daquele ano, mais metade do trimestre primeiro de 2009 e só, fora uma discussão junto à Globo que nunca foi a lugar nenhum, sobre uma suposta dívida do clube com ela.

A situação, por sinal, era muito melhor do que a encontrada em 2001, quando o Vasco não tinha nada a receber por cerca de 18 meses, o que oportunizou à Rede Globo promover o torniquete financeiro contra o clube por igual período, até o início do segundo semestre de 2002.

Ressalte-se também, em relação às cotas de TV, que o Vasco fazia parte, por quase 25 anos, do primeiro grupo, entre os recebedores de tal quantia.

Caiu o clube para a quinta posição em 2011, quando a chapa amarela da época buscava sua reeleição.

Entendemos que alguém com pretensão de escrever sobre administrações do Vasco e seu histórico saiba ser inadequado ignorar como foi assumido o clube em 2001, isto é, com salários atrasados em até mais de três meses (basta ver os pedidos dos atletas na Justiça no decorrer daquele ano, referentes aos valores cobrados).

Bem como entende-se ser do conhecimento geral que direitos de imagem em atraso cobrados por craques como Edmundo e Romário retroagiam a 1999 e 2000, enquanto passes de jogadores trazidos em 2000, em alguns casos, não haviam sido pagos, impostos não eram recolhidos – um problema que existia desde o final dos anos 60 – e a filosofia adotada por todos os clubes grandes brasileiros era a mesma: fazer dinheiro, primordialmente, com a venda de atletas, acima mesmo do que negociavam receber via TV, até quase a virada do século.

Elucidado tal ponto, o Vasco foi deixado em 30/06/2008 com salários em dia, situação fiscal regular, inúmeros acordos judiciais e extrajudiciais honrados, ato trabalhista cumprido, também, desde 2004, e outro assinado em situação melhor que a dos demais grandes clubes devedores deste estado no final de 2007, além de um contrato com a TV, válido até 2011, do qual o clube poderia usufruir de todo ele, a partir do segundo trimestre do ano de 2009.

Na época, caso quisesse adiantar cotas não precisaria o Vasco de inúmeros avais, porque o Clube dos 13 recebia diretamente o dinheiro da Globo e repassava aos filiados com apenas uma garantia bancária, que era dada, no caso do Vasco, com operações realizadas pelo Bic Banco, tal qual foi feito mais de uma vez, já pelo MUV amarelo, no segundo semestre de 2008, período no qual também teve a receber a gestão sucessora 3 milhões de reais pela primeira das três parcelas referentes à venda de Phillippe Coutinho, fora rendas sem penhora, premiações correspondentes à Copa Sul-Americana, mecanismo de solidariedade, entre outros valores.

O patrimônio do clube estava muito bem conservado, acarretando elogios da oposição que se instalava no poder.

Se entre 2001 e 2002 o Vasco adquiriu mais imóveis (procedimento iniciado em 1998) para incorporar a seu patrimônio praticamente uma rua inteira, ao longo dos anos construiu o Colégio Vasco da Gama, fez inúmeras obras de conservação do complexo de São Januário, mantendo limpo e conservado seu patrimônio naquele período.

Podemos extrair como exemplo sobre não só o patrimônio físico, mas a estrutura do Vasco, fala do Vice-Presidente de Futebol do clube, Manoel Fontes, que assumiu o cargo à época, logo no início do mandato da gestão MUV amarela, e que afirmou com apenas 15 dias daquela trupe no poder:

“Isso é meu. Tenho que ser sincero e honesto. A nível de estrutura, infra estrutura do Vasco da Gama, das instalações, a gente que realmente reconhecer que foi feito um trabalho magnífico. O Vasco da Gama hoje tem instalações que são respeitáveis e comparadas aos vários clubes, talvez até internacionais”.

O patrimônio deixado pela gestão que esteve seis anos e cinco meses pelo Vasco (reeleita com quase 95% dos votos após o primeiro mandato) continha 30 toneladas de lixo a céu aberto, São Januário capacitado a receber cerca de 15.000 pessoas (quando assumira o Vasco o limite de público pagante, fora gratuidades, era de 24.500 lugares), sem clássicos disputados no estádio, com inúmeros problemas em itens comezinhos, fora um parque aquático sob tapumes, ginásio em desuso e colégio Vasco da Gama praticamente largado, entre inúmeros outros abandonos vistos no espaço de suas sedes.

Após nova troca de gestão e a volta daquela que gerira o clube de 22/01/2001 a 30/06/2008, tudo o acima narrado evoluiu, a olhos vistos.

Faz-se uma visita guiada no clube desde agosto do ano de 2017, podendo o Vasco, com orgulho, mostrar a sócios e visitantes seu patrimônio, totalmente recuperado.

Sobre a área fiscal, a esmagadora parte da dívida deixada para a gestão MUV amarela era cerca de 95% dela oriunda do século anterior e equacionada pela gestão que antecedeu aquela responsável por diminuir e rebaixar o clube institucionalmente.

Tanto isto é fato que foi o Vasco o único dos grandes cariocas a obter certidões positivas com efeito de negativas em 2005, bem como o primeiro regularizado para adentrar na Timemania, quase no final de 2007.

A situação encontrada em dezembro de 2014, com relação a certidões (o clube passou a grande parte da gestão MUV amarela sem tê-las) foi resolvida em menos de 25 dias e o Vasco as manteve até quase o final daquela gestão, portanto, não por seis meses, um ano apenas, tanto que de forma inédita obteve verbas da Confederação Brasileira de Clubes e pôde assinar com tranquilidade três contratos de patrocínio com a Caixa Econômica Federal, que, por sinal, não queria ver o clube nem pintado de ouro em dezembro de 2014, porque no decorrer do contrato anterior o Vasco descumpriu praticamente tudo, quanto às obrigações contratuais de sua parte.

Sem certidões há alguns meses e com a entrada de algo em torno de 120 milhões de reais no decorrer de 2018 o Vasco não voltou a obtê-las até aqui, embora na carta amarela, assinada pelo atual presidente do clube, a 30/04, fosse dito que entre as despesas prementes a serem pagas, estava um valor na ordem de 27 milhões para regularização das certidões, como objetivo final.

Sobre a dívida, dissemos lá em cima ter sido diminuída, conforme foi evidenciado nas apresentações das contas deste ano. Ocorre que a história não começa aí. Não, não, não.

Em 2001 a situação financeira do Vasco era caótica porque seu grande parceiro deu simplesmente um calote na ordem de 12 milhões de dólares, enquanto a Vasco da Gama Licenciamentos entendia ser o clube devedor de algo em torno de 75 milhões de reais, considerando valores concernentes a contratos de cotas de TV e prêmios obtidos pelo clube por competições conquistadas (exemplo, Mercosul), entre outros.

Uma interpretação peculiar do contrato assinado na época, no qual estava previsto o recebimento de 50% do valor referente a acordos em prol do Vasco, conseguidos pela empresa e não pelo próprio clube, evidentemente.

A situação já era complicadíssima a partir de julho de 2000, quando o Vasco sofreu o calote mencionado acima e se tornara insustentável no final de 2000, com inúmeras obrigações não cumpridas, referentes ao projeto olímpico, futebol, basquete, futsal, obrigações outras e contratos assinados até 2001, 2002, ficando ainda pior com a perda de ativos do Vasco, considerados a partir do início de 2001, quando começou a viger a Lei Pelé, combatida abertamente pelo então deputado federal Eurico Miranda, enquanto os doutos jornalistas, escribas e sabichões do mundo futebolístico afirmavam ser aquela a lei de alforria dos atletas e o início da profissionalização do futebol brasileiro.

Na verdade, ali seria o início da queda institucional de todos os grandes clubes, vide a diferença de qualquer um deles em relação aos principais europeus e até medíocres europeus, como se percebe na dura realidade de hoje, apesar de duas ou três exceções vistas em todo o século até aqui.

A direção que saía em junho de 2008 apresentou um balanço no qual deixava o Vasco com 190 milhões de dívida, valor bastante inferior à maioria dos grandes clubes brasileiros e menor, sem dúvida, em relação aos grandes clubes cariocas, como aliás fazia sentido, uma vez que no Rio quem melhor e mais cumpria obrigações financeiras e fiscais era o Vasco (vide acordo trabalhista último, feito à época, certidões obtidas, a primeira delas em 2005, sem penhoras de rendas nos vários jogos anteriores à troca de gestão e um custo mensal variável entre 3 e 3,5 milhões de reais).

O MUV amarelo assumiu e afirmou ser a dívida no valor de 354 milhões. Acompanhando todos até aí? ÓTIMO!

O MUV amarelo saiu, deixando uma dívida de 688 milhões. Todos contando? Aumento de 334 milhões, quase o dobro.

Dos 688 milhões de dívida recebidos, temos hoje números divergentes, entre 582 milhões de dívida e 645 milhões.

Fica a pergunta a ser respondida por qualquer aluno de ensino primário. Sem a participação do MUV quanto deveria o Vasco hoje?

E sem que o clube tivesse dívidas em janeiro de 2001, quanto deveria o Vasco – novamente sem o MUV – em dezembro de 2017?

Mas há ainda um detalhe importante: como o Vasco foi recebido em dezembro de 2014?

Não havia qualquer expectativa pela entrada de recursos, as cotas de TV estavam 100% comprometidas, o Vasco não podia implementar um programa de sócio torcedor até novembro do ano seguinte, em função da multa contratual, não havia crédito, o clube devia a postos de gasolina, desentupidoras e outras prestadoras de serviços baratos, tinha contra si mais de 200 títulos protestados, comparado a nenhum deixado em 2008. Uma situação absolutamente deplorável.

Ficamos imaginando como seria a continuação amarela diante daquele quadro de coisas.

Vamos, então ao futebol, finalmente! O assunto principal hoje em dia para usos e costumes das mentiras espalhadas na rede.

Algumas perguntinhas básicas, quanto aos últimos dois anos, anteriores à troca de gestão no clube, em 2008:

1 – Há quantas rodadas o Vasco não frequentava a zona de rebaixamento no Campeonato Brasileiro, desde o início dos pontos corridos, em 30/06/2008?
a) uma
b) 10
c) 20
d) 108
——
2 – Qual era o clube carioca que menos frequentara a zona de rebaixamento, desde o início da era dos pontos corridos, até 30/06/2008?
a) Botafogo
b) Flamengo
c) Fluminense
d) Vasco
——-
3 – O Vasco foi deixado em nono lugar no Campeonato Brasileiro, com o mesmo número de pontos do oitavo colocado, com o sétimo melhor ataque da competição e a décima primeira defesa menos vazada.
Baseado no fato histórico, responda: Quantas rodadas precisou o Vasco para chegar à zona de rebaixamento, após a direção MUV amarela assumir o clube?
a) Uma
b) Duas
c) Dez
d) Onze
—–
4 – Nos últimos dois Campeonatos Brasileiros, anteriores ao de 2008, quantas vezes o Vasco esteve na zona de classificação para a Taça Libertadores, pelos critérios da época, em 76 rodadas?
a) nenhuma vez
b) duas vezes
c) 10 vezes
d) 28 vezes
——–
5 – Nos últimos dois Campeonatos Brasileiros, anteriores ao de 2008, quantas vezes o Vasco esteve entre os seis primeiros, em 76 rodadas?
a) nenhuma vez
b) duas vezes
c) 10 vezes
d) 39 vezes
——-
6 – Nos últimos dois Campeonatos Brasileiros, anteriores a 2008, quantas vezes o Vasco esteve entre os oito primeiros, pelos critérios da época, em 76 rodadas?
a) nenhuma vez
b) duas vezes
c) 10 vezes
d) 53 vezes
——
7 – Nos últimos dois Campeonatos Brasileiros, anteriores ao de 2008, quantas vezes o Vasco esteve entre os 10 primeiros, pelos critérios da época, em 76 rodadas?
a) nenhuma vez
b) duas vezes
c) 10 vezes
d) 62 vezes
——
8 – Nos últimos dois Campeonatos Brasileiros, anteriores ao de 2008, quantas vezes o Vasco esteve entre os 12 primeiros, pelos critérios da época, em 76 rodadas?
a) nenhuma vez
b) duas vezes
c) 10 vezes
d) 71 vezes
———
9 – Nos últimos dois Campeonatos Brasileiros, anteriores ao de 2008, quantas vezes o Vasco esteve entre o 13º e o 16º lugar, em 76 rodadas?
a) 70 vezes
b) 60 vezes
c) 50 vezes
d) 5 vezes
——
10 – No Campeonato Brasileiro de 2008, em suas primeiras oito rodadas, o Vasco ficou na posição de classificado para a Libertadores em alguma delas?
a) Impossível com aquele time do Eurico
b) Não sei, pois não ia aos jogos, apenas fazia política
c) Não
d) Sim
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11 – No Campeonato Brasileiro de 2008, em suas primeiras oito rodadas, o Vasco ficou entre os 10 primeiros colocados em:
1) Nenhuma rodada
2) Uma rodada
3) Duas rodadas
4) Seis rodadas
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Agora vamos ao triênio 2015, 2016, 2017:

12 – Em que lugar o futebol do Vasco foi encontrado em dezembro de 2014?
a) Na Libertadores
b) Campeão invicto da Série B
c) Campeão da Série B
d) Terceiro lugar na Série B, sem ter liderado a competição em rodada alguma.
——
13 – Em que lugar o futebol do Vasco foi deixado em dezembro de 2017?
a) Campeão da Série B
b) Vice Campeão da Série B
c) Terceiro colocado na Série B
d) Na Libertadores
——
14 – Qual clube carioca mais conquistou campeonatos neste período?
a) Botafogo
b) Flamengo
c) Fluminense
d) Vasco
——-
15 – Qual clube carioca mais conquistou taças oficiais nesse período?
a) Botafogo
b) Flamengo
c) Fluminense
d) Vasco
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16 – Qual clube carioca não perdeu nenhuma decisão nesse período?
a) Botafogo
b) Flamengo
c) Fluminense
d) Vasco
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17 – O Vasco tem em seu currículo um recorde de invencibilidade em jogos oficiais. São 34 partidas. Tal período invicto foi obtido entre os anos de:
a) 1949/1950
b) 1999/2000
c) 2011/2012
d) 2015/2016
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18 – Em qual ano de sua história o Vasco foi prejudicado com maior número de pontos, oriundos de erros da arbitragem num Campeonato Brasileiro (critério Placar Real)?
a) 2001
b) 2006
c) 2011
d) 2015

*O critério do placar real qualifica como gol um pênalti marcado a favor ou contra o clube numa partida.
——
19 – Quantos pontos o Vasco conquistou nos Campeonatos Brasileiros de 2015 e 2017 por conta de erros de arbitragem (Critério Placar Real)?
a) 14
b) 20
c) 25
d) Zero

*O critério do placar real qualifica como gol um pênalti marcado a favor ou contra o clube numa partida.
——–
20 – Quantos pontos o Vasco perdeu nos Campeonatos Brasileiros de 2015 e 2017 por conta de arbitragem (critério Placar Real)?
a) nenhum em 2015 e nenhum em 2017 – a arbitragem foi justa
b) Um em 2015 e Dois em 2017
c) Dois em 2015 e um em 2017
d) Quatorze em 2015 e Sete em 2017

*O critério do placar real qualifica como gol um pênalti marcado a favor ou contra o clube numa partida.
——
Finalmente, sobre o elenco deixado para a disputa da temporada de 2018 (em seu início) pela gestão anterior, tivemos o seguinte quadro:

Goleiro:

O Vasco renovou com Martin Silva por dois anos.

– O Vasco manteve Jordi no elenco.

– O Vasco manteve Gabriel Félix no elenco.

– O Vasco manteve a revelação do Sub 20, João Pedro, no elenco.
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Lateral direito:

– Com o fim do empréstimo de Gilberto, o Vasco não se interessou por renovar o vínculo.

– O clube vendeu 60% dos direitos econômicos de Madson por 2 milhões de reais (ou 511.509 euros), o que representa, caso fosse negociado 100% dos direitos econômicos do atleta, 852.515 euros. Atualmente, segundo o site Transfermkt, o atleta está cotado em 1,25 milhões de euros e numa futura transferência o Vasco teria a receber mais 500.000 euros, que daria um total de 1.011.509 euros, por um atleta que veio de graça para o clube, sem ser formado nele.

– O clube trouxe, de graça, Rafael Galhardo, considerado dois anos antes de sua vinda como o melhor lateral direito do Campeonato Brasileiro de 2015, bola de prata da Revista Placar e indicado pelo treinador Zé Ricardo.

– O Vasco manteve Yago Pikachu, que vez por outra atuava de lateral direito, mas também jogava em funções mais adiantadas, como ocorreu várias vezes na temporada de 2017 e algumas outras em 2016.
——-
Zagueiros:

– O clube renovou o vínculo com Breno, destaque da equipe no Campeonato Brasileiro.

– O clube fez um acerto com Anderson Martins, contratado em agosto, e que recebia o maior salário do elenco, 530 mil reais, para que este fosse liberado e viesse a jogar no São Paulo, sem que o Vasco tivesse que pagar qualquer valor em atraso ao atleta.

– Encerrado o empréstimo de Paulão o clube decidiu não renovar o vínculo pelo alto salário recebido pelo atleta, emprestado em 2017 ao Vasco, oriundo do Internacional-RS.

– Com o fim do contrato de Rafael Marques, o Vasco decidiu não renovar com o atleta.

– O clube não se interessou em manter Lucas Rocha, trazido no meio da temporada de 2017 para a zaga.

– Indicado pelo treinador Zé Ricardo o Vasco contratou Erazo.

– Indicado pelo treinador Zé Ricardo o Vasco contratou Luiz Gustavo.

– Em 2018 pretendia-se dar chance real a Ricardo Graça, para que atuasse no time de cima, após meses apenas treinando.
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Lateral esquerdo:

– Por sua ótima produtividade em 2017, até se machucar, o Vasco renovou o vínculo com Ramon, que tinha volta prevista para maio.

– Para substituir eventualmente Ramon o clube contratou Fabrício, com aval do treinador Zé Ricardo.

– O clube manteve Henrique como opção na lateral esquerda, que já havia atuado por diversas vezes em 2017.

– Com contrato renovado em junho de 2017, Alan Cardoso era outra opção do elenco.
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Volantes:

O clube não se interessou em manter Jean no plantel, após o fim do empréstimo com o atleta.

Foi trazido junto ao Velez Sarsfield-ARG, Desabato para ocupar o lugar deixado por Jean.

Diante do bom Campeonato Brasileiro feito pelo Vasco em 2017, o contrato de Wellington foi renovado.

Andrey foi mantido no elenco, com contrato renovado em maio de 2017 até 2021.

Bruno Cosendey foi mantido no elenco com contrato renovado em dezembro de 2017 até 2020.

Bruno Paulista permanecia no elenco com contrato até junho de 2018.
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Meias:

O Vasco tinha Nenê até dezembro de 2018.

O Vasco tinha Wagner até dezembro de 2018.

O Vasco tinha Escudero até dezembro de 2018.

O Vasco renovou com Evander, em janeiro de 2018, até 2021.

O Vasco contratou Thiago Galhardo, por indicação do treinador Zé Ricardo.

Guilherme Costa foi mantido no elenco para 2018.

O Vasco negociou 85% dos direitos econômicos de Mateus Vital por 1,5 milhões de euros, exatamente o valor de mercado do atleta à época, mas considerando que fosse vendido 100% dos direitos econômicos por aquele valor.

http://www.netvasco.com.br/n/204738/valor-de-mercado-de-mateus-vital-e-de-r-586-milhoes-de-acordo-com-site-especializado
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Atacantes:

O Vasco contratou Riascos, com boa passagem pelo clube e a pedido de considerável parte da torcida.

O Vasco contratou Rildo, que seria o homem de velocidade do time nos arranques ofensivos.

Andrés Riós, com contrato até junho de 2018, permanecia no elenco, após ter marcado três gols em 15 jogos no Campeonato Brasileiro.

Thales foi emprestado para o futebol japonês.

O Vasco renovou o contrato de Paulo Vitor, em janeiro de 2018, até 2023.

O Vasco renovou com Caio Monteiro, em dezembro de 2017, até 2021.

O clube não se interessou em continuar com Manga Escobar.

O Vasco não fechou as portas para Luís Fabiano, que, por sua vez, não sabia mais se continuaria jogando ou não.

O Vasco renovou, em janeiro de 2018, o contrato de Paulinho, elevando ao sêxtuplo, aproximadamente, sua multa rescisória.
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O texto anacrônico e longo é proposital.

Anacrônico para mostrar que por qualquer lugar que queiram andar não há argumentos para justificar culpas que não sejam ou estejam indiretamente relacionadas ao MUV amarelo ou descolorido, ao longo deste século, ou ainda por razão de fatores externos, prejudiciais ao Vasco, surgidos ou desenvolvidos com apoio ou silêncio da sigla versão século XXI e seus filhotes.

Longo, porque necessários serem embasados os fatos e não simplesmente despejá-los fora de contexto.

Apesar de tudo isso que vimos neste ano de 2018 só se o Vasco fizer muita bobagem nos últimos quatro jogos deixará de se classificar para a Copa Sul-Americana de 2019.

Sérgio Frias

Transferência

O presidente do Vasco, Alexandre Campello, parece viver num mundo paralelo.

Devido à sua clara irresponsabilidade, desrespeito ao previsto no estatuto do clube e uma aparente soberba, o médico gestor forçou uma reunião no Conselho Deliberativo a 17/08 na qual, sem dar satisfação praticamente nenhuma ao Conselho Fiscal, pretendeu aprovar um empréstimo para o clube, buscando o convencimento através de narrativas e slides inconfiáveis exatamente pelo exposto acima.

Por outro lado, se o presidente do clube resolveu implodir sua relação com o grupo responsável por fazê-lo encabeçar a chapa concorrente às eleições do clube, isso não é problema do Vasco, mas pessoal dele.

A responsabilidade para com os poderes, mais particularmente em relação ao Conselho Fiscal, não pode ser maculada por questões políticas durante um período de três anos e era esse o caminho que estava sendo percorrido pela administração do clube até aquele freio visto em agosto último.

É curioso o fato de o médico gestor buscar no termo “transparência” algo que lhe cole à sua própria gestão, quando o termo “transferência” cabe perfeitamente naquilo que o faz descolar-se de todos os problemas surgidos por responsabilidade dele próprio.

Poderia o atual presidente ontem ter feito o uso da palavra para ratificar o compromisso firmado junto ao Conselho Fiscal, no que tange a documentos solicitados e ainda não enviados, bem como expressar sua satisfação diante de uma votação na qual grupos dos mais diversos caminharam juntos (embora saibamos não haver condescendência prévia quanto a lacunas futuras, caso forem propositalmente não preenchidas pela direção do clube), ou simplesmente ter agradecido pela presença de todos, afinal tratava-se de um pleito atrelado a quórum qualificado, que foi obtido até com certa tranquilidade (178 presentes).

Após a reunião, porém, Alexandre Campello, essa “raposa política”, preferiu ir à imprensa jogar nos outros uma culpa que é inteiramente sua pelo fato de ter sido suspensa a reunião anterior por falta de envio dos documentos pertinentes ao Conselho Fiscal, algo expresso no estatuto do clube, portanto obrigação e não favor.

Por fim, devemos lamentar o episódio ocorrido ontem de agressão a dois conselheiros do clube, opositores nossos no campo das ideias, mas vascaínos como os outros que lá estavam, dispendendo, todos, tempo de suas vidas particulares para discutir o clube e seus rumos.

Sérgio Frias

Correção à diminuição midiática da marca Vasco

O site UOL publicou matéria na qual faz juízo de valor sobre o fechamento de contrato feito pela administração de Eurico Miranda, junto à empresa LASA, ocorrido em janeiro.

Na visão dos responsáveis pela matéria era de se prever a inadimplência do parceiro, devido a problemas financeiros vividos por ele.

As negociações foram feitas, como dito em variadas mídias do Casaca!, por cerca de dois meses, com encontros e inúmeros contatos entre o marketing do clube e a empresa, com participação efetiva do Casaca!.

O descumprimento do valor a ser pago deve ser questionado a quem inadimpliu. Razões, motivos, circunstâncias, etc…

O fato é que o contrato, além de extremamente favorável ao Vasco financeiramente, foi assinado com proteção ao clube no caso de descumprimento da outra parte, portanto feito de maneira responsável.

Salta aos olhos, porém, algumas omissões e erros matemáticos banais quanto à valoração da marca Vasco.

Em 2017 o Vasco, no primeiro quadrimestre, recebeu 2,5 milhões de reais, referentes ao contrato assinado em abril do ano anterior, com validade de um ano, junto à Caixa Econômica Federal.

Após o término do compromisso, o clube fechou outro contrato com o mesmo parceiro, válido por oito meses, recebendo (fora possível bônus), 11 milhões de reais.

Daí temos uma soma simples matemática que perfaz o valor de 13,5 milhões de reais firmados para recebimento em 2017 e não 12,5 milhões, como dito na matéria.

O mais grave, entretanto, é a omissão de que o Vasco assinou no ano de 2017, proporcionalmente, o maior contrato de patrocínio do século XXI, pois se acertou o recebimento de 11 milhões em 8 meses, receberia por um ano, caso fosse este o tempo firmado de compromisso, 16,5 milhões. Há neste caso um fenômeno curioso oriundo da mídia em geral: tal proporcionalidade não foi exposta em momento algum por quase ninguém. Aí não se trata de uma questão concernente à juízo de valor, mas sim de mera informação adequada à realidade factual.

Parece-nos estranho que não se informe na mídia, claramente interessada em valorizar o clube nas suas publicações, imaginamos, quanto passou a valer a marca Vasco, considerando apenas o tema abordado, numa realidade de mercado, em 2017.

Nada mais natural, portanto, que se firmasse um patrocínio superior em 2018, uma vez que o clube tem e permanecerá tendo maior exposição pela participação na mais concorrida competição da América do Sul e é o único deste estado a pretender conquistar o Tricampeonato Sul-Americano (1948/1998/2018), estando neste quesito, entre os demais clubes brasileiros participantes da competição, atrás apenas de Grêmio e Santos.

A real situação é a seguinte: o clube tem a receber, diante do descumprimento contratual por parte da empresa, valor superior a 2 milhões de reais, previsto em contrato. Além disso, o parâmetro para fechamento de um novo compromisso, considerando-o anual, é de 16,5 milhões, levando-se em conta apenas o contrato firmado em 2017. Deve-se também ponderar outros dois fatores para embasar maior valoração: a participação do clube na Taça Libertadores de 2018 e o contrato fechado em janeiro, consoante ao crescimento do retorno de mídia previsto para o Vasco neste ano.

Sérgio Frias

Antes e depois

O trabalho evidente de reconstrução do Club de Regatas Vasco da Gama se mostrou tão claro e com tantos resultados favoráveis ao longo dos últimos três anos, a ponto de se tornar algo ridículo qualquer menção contrária a isso.

Futebol e Arbitragem

De um elenco no qual se tinha Martin Silva (Charles), Nei, Rodrigo (Douglas Silva), Luan (Rafael Vaz), Henrique, Guinazu, Sandro Silva, Bernardo, Montoya, Rafael Silva e Thales como pilares, Jordi, Lorran, Jhon Cley, Yago, Renato Kayser e Marquinhos do Sul como destaques das divisões inferiores, temos hoje um de outro nível e com a base repleta de promessas, que em campo já demonstraram capacidade para não só assumirem a titularidade da equipe, mas também serem fonte de vultosos negócios para o clube.

O Vasco foi entregue em 2014, colocado em terceiro lugar na segunda divisão sem liderar nenhuma das 38 rodadas daquela competição e deixado em janeiro de 2018 na posição de classificado para a Taça Libertadores da América deste ano.

Sobre a falácia de obtenção da sétima vaga para a Taça Libertadores, isso é conversa para boi dormir. Haviam seis vagas para os clubes partícipes do Campeonato Brasileiro, independentemente de qualquer coisa, e o Vasco conquistou a quinta (não foi a quarta porque até derrota com gol de mão sofremos). Caso Grêmio e Cruzeiro, campeões respectivamente da Taça Libertadores da América e Copa do Brasil, ficassem abaixo do Vasco, o clube obteria sua classificação da mesma forma, portanto em nada o Vasco dependeu de Cruzeiro e Grêmio para se classificar à principal competição do continente. No ano de 2016, por exemplo, tanto Grêmio como a Chapecoense, campeões da Copa do Brasil e Sul-Americana, respectivamente, não figuraram entre os seis primeiros do Brasileirão. Com isso, Botafogo e Atlético-PR obtiveram a quinta e sexta vaga, da mesma maneira, só que ocupando quinto e sexto lugares, respectivamente.

De um clube que não conquistava o Campeonato Carioca há 11 anos e perdera na gestão MUV seis disputas de taça em seis possíveis, o Vasco passou a ser o papão de títulos no Rio neste triênio, afinal não só venceu dois Estaduais (um invicto), como ainda conquistou uma Taça Guanabara (assim como Botafogo e Fluminense) e uma Taça Rio. Ou seja, terminou o período com quatro conquistas contra uma de Flamengo, Fluminense e Botafogo, deixando os vices para outros.

Em todas as disputas diretas de taça o Vasco foi o vencedor, três vezes contra o Botafogo e uma diante do Fluminense.

No que tange ao tricolor das Laranjeiras, uma sequência impressionante de reversão das conquistas em confronto direto ocorreu a partir de 1988. Dali por diante foram oito disputas de taça e oito vitórias consecutivas do Vasco (1988, 1992, 1993, 1994 {duas vezes}, 2003 {duas vezes}, 2004), que, até então, perdera as sete últimas para o Fluminense (1948, 1973 {duas vezes}, 1976, 1980 {duas vezes}, 1984) e só derrotara o adversário uma única vez, na decisão do Torneio Municipal de 1946. No período do MUV uma disputa e uma derrota, na final da Taça Guanabara de 2012 (confronto direto sem vantagem de nenhuma equipe). Neste último triênio, nova vitória vascaína na Taça Guanabara de 2016, com o adversário precisando apenas do empate, mas sendo derrotado por nós por 1 x 0, gol de Riascos, novamente atleta do clube em 2018.

Em relação ao Botafogo, jamais o Vasco havia derrotado o adversário numa final de Estadual, em quatro oportunidades: 1948, 1968, 1990 (decisão polêmica) e 1997. Pois bem, foram duas vitórias seguidas, com três triunfos e um empate nos quatro jogos decisivos. Finais de turno em se tratando de estaduais, considerando a vitória de um dos lados na partida a garantia do título sem disputas extras (disputa extra que poderia ter ocorrido em 1977 quando o Vasco venceu, caso se desse o contrário), foi a primeira conquista do Vasco sobre o adversário. Derrotas na Taça Guanabara de 1997, Taça Guanabara de 2010, Taça Rio de 2012, Taça Guanabara de 2013. O erguimento da Taça Rio de 2017 quebrou o tabu.

Quanto ao maior rival, por cinco vezes houve disputa eliminatória contra ele. O Vasco venceu quatro (Estadual 2015, Copa do Brasil 2015, Estadual 2016, Taça Rio 2017), obtendo posteriormente o título em três das quatro ocasiões, e perdeu apenas uma (Taça Guanabara em 2017, dando a oportunidade de mais um vice aos rubro-negros).
No confronto direto contra os três outros grandes do Rio foi este o saldo:

Vasco 6 x 1 Botafogo
Vasco 6 x 4 Flamengo*
*Em jogos oficiais 6 x 3
Vasco 5 x 3 Fluminense

Algo a ser destacado, contrário ao Vasco ao longo do último triênio, foram as arbitragens.

Em 76 jogos do Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão (2015 e 2017), o clube não obteve um único ponto por ajuda da arbitragem. Foi prejudicado em incríveis 14 pontos no Brasileirão 2015 e em 7 no ano passado, com lances capitais (pênaltis não marcados a favor ou marcados equivocadamente contra o clube, transformados em gols, tentos mal anulados marcados pelo Vasco e ilegais dos adversários, validados).

Em 2015 o prejuízo na tabela chegou a 14 pontos em jogos contra Internacional (C) – 2 pontos, Sport (F) – 1 ponto, Atlético-MG (C) – 1 ponto, Cruzeiro (F) – 2 pontos, Avaí (F) – 2 pontos, Chapecoense (C) – 2 pontos, São Paulo (F) – 2 pontos, Coritiba (F) – 2 pontos. Contabilizados os 14 pontos teria o Vasco ficado em oitavo lugar no Brasileirão e não na décima oitava colocação, o que trouxe por consequência, a queda para a segunda divisão.

Já em 2017 os prejuízos caíram pela metade. O Vasco perdeu sete pontos em função da arbitragem nos seguintes jogos: Chapecoense (F) – 1 ponto, Flamengo (C) – 1 ponto, Santos (C) – 2 pontos, Corínthians (F) 1 ponto, Coritiba (C) – 2 pontos, em função de pênaltis cometidos sobre Alan Cardoso, pelo rubro-negro Everton Ribeiro, jogando vôlei, sobre Wagner e ainda sobre Ramon, sem nos esquecermos do gol feito com a mão por Jô, do Corínthians. Contabilizados os sete pontos a favor do Vasco, o clube teria terminado o Campeonato Brasileiro na terceira colocação, com o mesmo número de pontos que o segundo colocado.

Também na Copa do Brasil, outra competição organizada pela CBF, o Vasco teve vários prejuízos que desequilibraram as disputas de mata-mata nas quais foi eliminado do certame.

Em 2015, contra o São Paulo, o segundo gol tricolor, marcado por Luís Fabiano, hoje atleta do Vasco, foi ilegal, pois o centroavante tirou a bola das mãos de Martin Silva, quando o goleiro vascaíno a tinha em uma de suas mãos presa junto ao solo, lance por sinal muito parecido com o gol bem anulado do Manchester United-ING contra o Vasco no Mundial da FIFA de 2000, sendo na época protagonistas da jogada o arqueiro Hélton e o atacante Sheringham (que substituíra Solskajaer no intervalo). Além disso, na segunda etapa houve pênalti claro sobre Nenê não marcado pela arbitragem. Com a vitória tricolor por 3 x 0, que seria por um placar mínimo e sofrendo gol em casa, caso a arbitragem se comportasse com acerto, o Vasco lançou um time praticamente reserva no segundo confronto, o qual terminou empatado em 1 x 1.

Em 2016 contra o Santos foi muito escancarado o ocorrido contra o Vasco em São Januário no jogo de volta da disputa (o Santos havia vencido em seu estádio por 3 x 1). Na primeira etapa três lances polêmicos poderiam ter ensejado a marcação de pênaltis para o time da casa, um deles claríssimo, após cobrança de falta e toque na mão do zagueiro santista dentro da área, flagrante. Na segunda etapa, quando o Vasco buscava o terceiro gol para empatar a disputa (vencia por 2 x 1), uma falta não marcada nas proximidades da área santista a favor do Vasco iniciou a série de erros de árbitro e auxiliares no mesmo lance, com a não marcação de impedimento do ataque santista no contragolpe, em dois momentos diferentes. Três erros em apenas uma jogada deram à equipe paulista o segundo gol naquele empate com máculas ocasionadas por apito e bandeiras.

Ano passado, no jogo de ida da Copa do Brasil, em São Januário, o lance que oportunizou a abertura da contagem por parte do Vitória adveio de um pênalti em lance no qual, na origem, o atacante vascaíno Manga foi derrubado por um zagueiro e crendo na marcação da falta pôs a mão na bola, tendo o juiz ignorado a infração a favor do Vasco e marcado a outra, a favor do adversário. O gol de empate que selaria o placar final do primeiro jogo daquele confronto originou-se de um pênalti bem marcado contra o Vitória e na partida de volta a equipe baiana venceu por 1 x 0, classificando-se para a quarta fase da competição.

No que tange aos Estaduais, o Vasco, tal como ontem diante da Cabofriense, quando um pênalti não foi marcado a seu favor no início da partida, se viu prejudicado em número maior de vezes do que foi beneficiado.

Em 2015 nos jogos contra Barra Mansa, Fluminense, Botafogo e Friburguense, válidos pela Taça Guanabara, gols ilegais sofridos, pênaltis não marcados e gol legal invalidado foram todos contrários ao Vasco, tendo ainda ficado a dúvida se na segunda partida semifinal contra o Flamengo a bola cabeceada por Rafael Silva entrou ou não, quando o placar ainda era de 0 x 0.

Em 2016 o Vasco foi ajudado pela arbitragem na vitória sobre o Volta Redonda (2 x 0), através da marcação de um pênalti inexistente a seu favor, quando o jogo ainda estava empatado e na vitória diante do Madureira por 1 x 0, pela não marcação de um pênalti claro a favor do adversário, sendo que na ocasião o Vasco vencia o jogo.

No último Estadual disputado, um prejuízo e um benefício no clássico contra o Flamengo, válido pela primeira fase da Taça Rio (pênalti não marcado sobre Jomar aos 44 do 2º tempo e pênalti inexistente assinalado a favor do Vasco dois minutos depois).

Vê-se com isso que o equilíbrio entre erros e acertos nos jogos promovidos pela FFERJ passam longe do absurdo desequilíbrio visto nas partidas promovidas pela CBF, exceto às da segunda divisão, onde erros e acertos estiveram perto de se equipararem.

Por falar em segundona, aquela competição – rechaçada por todos nós, até pela forma como o Vasco foi atirado nela pelas arbitragens, independentemente de qualquer questionamento sobre ações administrativas no curso do Brasileirão de 2015 – teve o Vasco na liderança por 29 rodadas consecutivas (as primeiras 29), até o início de outubro e em nenhuma das 38 figurou o clube fora da zona de classificação para a primeira divisão do ano seguinte, mas independentemente disso os últimos 55 dias da equipe foram abaixo da crítica, acumulando em tal período 4 vitórias, 2 empates e 5 derrotas, o que levou a uma mexida geral no elenco ao fim do campeonato e a um investimento maior para a temporada seguinte com 16 contratações entre o final de 2016 e julho do ano passado.

Finalmente, em 2017 o Vasco apresentou um elenco mais caro e com atletas trazidos de qualidade inquestionável em várias posições. Breno, Anderson Martins, Ramon, Wagner, Kelvin, Luís Fabiano, entre outros, aumentaram a folha e compromissos do clube com parceiros ao longo do período. Se Gilberto, Paulão, Jean, Bruno Paulista, Wellington, Escudero, Muriqui, Manga Escobar e Andres Rios deram ou não conta do recado, o mercado os tinha como atletas de nível, oriundos de grandes clubes ou com propostas, sondagens de outros grandes clubes. A exceção foi Lucas Rocha, zagueiro já dispensado.

Por não ter vendido Paulinho nas duas janelas possíveis, agora em janeiro com o tempo mais apertado é verdade, e por ter sido vítima de sabotagens nos últimos meses de gestão por opositores ao Vasco, o clube não pôde fazer investimentos maiores em contratações e trouxe jogadores dos quais se espera um pouco mais (Erazo, Fabricio, Desabato, Rildo, Riascos) e outros que são incógnitas, casos de Rafael e Thiago Galhardo, além de Luís Gustavo. Perdeu-se um ótimo zagueiro, um lateral direito contestado e um meia pouco convincente em mais de 30 oportunidades nas quais este último atuou pelo Brasileirão do ano passado. Duas outras contratações ficaram alinhavadas e podem ter prosseguimento com a nova gestão. Caso isso ocorra e os atletas ora machucados possam voltar em plena forma teremos um time competitivo para essa temporada.

O que esperamos em termos de futebol nesse próximo triênio é que haja o mesmo número de conquistas obtidas entre 2015 e 2017 (ou mais), uma arbitragem neutra nos jogos do Vasco válidos por competições organizadas pela CBF, como houve nas partidas válidas pelos Estaduais no mesmo período, a manutenção da supremacia nos confrontos contra o trio da zona sul carioca e também a supremacia em títulos, comparando-se aos outros três.

Aguardar ou exigir que se iguale ou se bata o recorde de partidas oficiais invictas de toda a história do clube, como ocorrido entre novembro de 2015 e junho de 2016 (34 jogos) seria um pouco demais, afinal foi uma marca que superou 100 anos de história do clube, ultrapassando de uma vez só as maiores de Atlético-MG, Flamengo, Internacional-RS e Palmeiras, além de igualar as de Cruzeiro e Corínthians, obtidas, como no caso do Vasco, no atual século.

Presente e Futuro

Encontra-se hoje o Vasco muito melhor estruturado do que em 2014, com mais de 20 milhões a receber em menos de 10 dias (verba suficiente para pagar as folhas até janeiro, inclusive, e devolver o adiantado pelo parceiro, emprestado para acertar parte do referido montante esta semana), mais um montante represado, ainda sem ter o clube em 2017 tido a oportunidade de levantar adiantamentos junto à Rede Globo, que serviriam num primeiro momento para pagar outros valores devidos (fora salário), grande oportunidade de crescimento dos sócios-torcedores e obtenção de mais verbas focadas no patrocínio para outros pontos do manto cruzmaltino (fora ações próprias da gestão que chega) e também sendo todos sabedores ser a venda de um ou dois atletas da base ao longo da temporada fator de tranquilidade à gestão atual no que concerne ao pagamento de compromissos durante o ano.

Não é fácil, não é simples, desde dezembro de 2014 nunca foi. Minha opção em duas votações (novembro e janeiro) foi pela continuidade da reconstrução e tendo na responsabilidade administrativa seu norte, apostando ser essa a visão da eleita, como o discurso de posse do novo presidente assim ratificou. Claro que minha preferência se evidencia. Eurico Miranda é meu candidato à presidência do Vasco, desde antes de eu ter idade para votar (Eurico 86 – O Vasco acima de tudo permanece colado no vidro da janela de meu quarto no apartamento onde residi e hoje mora apenas a minha mãe). Ele, com ou sem o cargo, atuando em função executiva no clube, cumpriu de maneira exemplar seu dever nos triênios dos quais participou dessa forma, tornando-se a figura viva com maiores serviços prestados ao Vasco, entre todos.

Que a nova gestão atue sem medo de prever o melhor, porque o Vasco é movido a desafios, como foi a classificação à Taça Libertadores do ano passado, mas com trabalho no lugar de loucuras, com unicidade no lugar de divisões tolas e inúteis, sem temor de se ter ou não o aval da imprensa e sabedores todos que querer gerir o Vasco é um direito, ninguém é compelido a isso, mas administrá-lo com respeito à sua história, seus homens e comprometimento com seu futuro, uma obrigação.

Sérgio Frias

O pagador (de promessas alheias)

Em tempo de contratações no clube e inúmeras especulações descabidas, o Vasco permanece em busca de atletas que possam reforçar o time para 2017.

Ao mesmo tempo, a direção dá uma enxugada no elenco, deixando claro não contar com jogadores que ficaram aquém do esperado no ano passado, ao longo de grande parte da temporada.

Dentre as especulações há alguns devaneios impossíveis de concretização, os quais a oposição do Vasco em mídias sociais e nos espaços próprios incitam serem os reforços que “valeriam à pena”.

Mas por qual razão fazem isso? São idiotas, vivem no mundo da lua? Longe disso! Eles querem que Eurico Miranda faça exatamente da maneira como fizeram. Contrate, não pague e a conta bata nele próprio, mais à frente.

Quando estiveram no Vasco, na linha de frente ou auxiliar, esses grupos – que hoje se multiplicam em nomes, slogans e tabelas de Excell para no fim todos se juntarem contra Eurico Miranda – fizeram exatamente isso. Gastaram sem lastro, foram fazendo experiências caras até 2011, quando montaram um time competitivo, tendo-o perdido durante a temporada de 2012. Para quem ficou a conta? Para a tia?

E qual era o discursinho lamurioso deles, uma vez no poder. “Temos jogadores de 2000 para pagar”. “O problema nosso é o pagamento aos atletas olímpicos”. Distorciam a situação com gosto, entendendo ser o torcedor do Vasco dado a pastar na grama verdinha que essa turma encomendava para os cruzmaltinos, sem pagar é claro o fornecedor. Isso também ficou por conta do Eurico saldar.

Como é sabido por muitos que acompanham um pouco mais atentamente o clube, as execuções trabalhistas (oriundas da década de 90 até os primeiros anos do século XXI) estavam sendo impedidas pelo fato de o Vasco ter acertado um acordo em 2004 com a Justiça do Trabalho para fazer um pagamento mensal e um mínimo anual, a fim de satisfazer credores.

O clube, em dezembro de 2007, assinou outro acordo, mais benéfico que o anterior e também mais brando no pagamento, se comparado ao exigido nos casos de Fluminense e Botafogo (Ato 837/07).

A gestão subsequente assumiu o clube em julho de 2008 e no dia 14 de agosto ratificou a participação do Vasco no Ato, nas mesmas condições as quais o clube estava submetido, desde dezembro de 2007. Ela, portanto, não faria novidade alguma. Apenas continuaria a executar pagamentos mensais da mesma forma como o clube procedia há cerca de quatro anos. Assumiu o Vasco sabedora disso e prometendo no discurso uma fila de investidores para o clube.

http://www.casaca.com.br/home/2010/08/03/os-irresponsaveis-pelas-penhoras/

Fora isso o Vasco, até junho de 2008, mantinha acordos com pessoas físicas e jurídicas, com parcelas pagas mensalmente, antes da troca de gestão (Antônio Lopes, Hélio Rubens, Edmundo, Romário, Donizete, Simi {Futsal}, Giovane Gávio {Vôlei}, Torben Grael {Iatismo}, Marcelo Ferreira {Iatismo}, Vasco-Barra…), além de outras dívidas constarem em balanço e os credores saberem da disposição do clube em pagá-los.

Mas o que os novos gestores fizeram?

Além de abolir o pagamento de vários compromissos antes firmados, descumpriram o acordo no TRT e foram excluídos do Ato Trabalhista em julho de 2010. E assim permaneceu a situação por meses a fio. Com isso as consequências da irresponsabilidade foram vistas. Vários credores tentando sair da fila e alguns conseguiram executar o clube em função disso.

A gestão MUV/Dinamite/Amarela continuava contratando, como se não houvesse amanhã. Sim, não pagava a parcela do Ato, mas trazia no mesmo mês Jadson Vieira, Douglas, Fellipe Bastos, Felipe, Éder Luís, Zé Roberto, além de renovar com Carlos Alberto por mais três anos.

Pagaram Romário? Não. Pagaram Edmundo? Não. Pagaram os atletas do basquete? Não. Pagaram impostos? Não. Honraram os acordos que já haviam sido estabelecidos antes? Não. Honraram o acordo, que punha o Vasco no Ato Trabalhista, sem poder ser penhorado em função disso? Não. Pagaram a água? Não. Pagaram a maioria dos fornecedores? Não. Pagaram acordos que eles próprios fizeram? Não. Deram calote.

Mas, por outro lado, pagaram fundos de investidores? Sim. Deixaram dezenas de confissões de dívida para a gestão seguinte? Sim.

Por que não deixaram acordos regiamente pagos até a gestão de Eurico Miranda assumir? Porque acordavam com o credor, pagavam uma ou duas parcelas e depois largavam. Este credor ficava satisfeito, porque o valor devido pelo clube aumentava, com multas contratuais, juros, etc…, a gestão “profissional” daquele chamado “novo Vasco” da mesma forma, porque além de deixar de pagar mais uma coisa já havia jogado para o público que firmara acordo com ex-atleta A ou B, e era por isso que não conseguia pagar seus compromissos, como água, salários, corte da grama, aluguel de campos, fornecedores, gasolina do posto, conserto de ônibus e kombis, por isso não podia ter Remo forte, não podia ter Basquete adulto, não podia ter ar condicionados em todas as salas do Colégio Vasco da Gama, por isso fornecia arroz com salsicha para atletas da base em refeições, por isso não conseguia pagar taxas comezinhas, por isso teve que abandonar o patrimônio.

Há um caso, então, que só rindo para não chorar. Além de não terem continuado, logo no primeiro mês de gestão, o pagamento mensal feito a Romário, que já chegava a 48 parcelas (quatro anos), uma vez acionados na Justiça pelo ex-atleta (Romário cobrava todo o valor devido pela quebra contratual a partir de julho de 2008 e não foi até o fim em sua exigência, por interferência direta do atual presidente do Vasco, Eurico Miranda, à época oposição no clube), ainda deram um percentual pela economia, após o acordo feito, àqueles que aconselharam a manutenção do descumprimento do devido ao credor, ao longo dos anos, porque o valor não seria devido, segundo eles próprios, advogados, assim entendiam.

E quanto às pendências na área cível? O Vasco tinha algumas poucas em fase de execução, como por exemplo no caso da Cambuci, briga que durava mais de 10 anos, iniciada após o clube rescindir unilateralmente o contrato com a Penalty, por questionamentos quanto à qualidade dos produtos. Mas este problema, por exemplo, foi resolvido pela gestão MUV/Dinamite/Amarela com novo acordo junto à empresa para que voltasse a fornecer material ao clube. Logo no anúncio, outro capaz de fazer os incautos imaginarem estar o clube vivendo um conto de fadas com Bob Dinamite e os revolucionários do MUV, foi dito que o contrato traria ao Vasco 64 milhões de reais em quatro anos. Isso mesmo. Sessenta e quatro milhões.

Observem também que o discurso dos novos gestores enquanto oposição era muito focado no fato de o clube não ter um patrocínio e por consequência não ter como fazer isso ou aquilo. Pois bem, o Vasco saiu de um patrocínio máster de 3,6 milhões, celebrado pela gestão de Eurico Miranda em fevereiro de 2008, para outro conseguido com ajuda do governador à época Sérgio Cabral Filho, de 14 milhões de reais, em 2009. Mas diferentemente do que fazia até junho de 2008, não conseguiu manter salários em dia, foi em 2009 despejado do Vasco-Barra, atrasou salários, deixou de cumprir acordos, parou de pagar impostos e os acordos anteriormente feitos com a Receita Federal (regiamente pagos pela gestão anterior àquela até junho de 2008, após inclusão do Vasco na Timemania em novembro de 2007).

Mas o negócio era o futebol. Vamos montar times e que se dane o avião porque quando outro assumir o clube ele é quem será o piloto e não eu.

E o Vasco teve um belo time após um gastadouro desenfreado entre 2009 e 2011, usando os créditos de que dispunha, patrocínios, direitos televisivos, vendas de atletas da base, realizando uma série de negócios, satisfazendo através deles fundos criados e devidamente pagos em 2012, após o clube ter no espaço de 12 meses recebido 60 milhões de reais extras da Rede Globo (junho de 2011 e junho de 2012), mais cerca de 12 milhões de reais com negociação de atletas, mas mesmo assim permanecido com salários atrasados, sem água poucos meses depois, sem time no fim da temporada e com várias ações trabalhistas ajuizadas contra ele.

No final de 2014, enquanto a nova gestão pagava 14 milhões para obter as certidões que a gestão caloteira não tinha mais condições de arrumar, o Cruzeiro negociava para pagar por Arrascaeta, craque uruguaio, 12 milhões de reais por seus direitos econômicos.

Entre o final de 2014 e meados de 2015 o Vasco sanou todas as dívidas deixadas pela gestão anterior com relação ao não pagamento de atletas (salários e direitos de imagem) e funcionários. Algo em torno de 12 milhões. Poderia o Vasco ter investido para trazer, por exemplo, Lucas Pratto no início do ano seguinte por 10,9 milhões de reais, com tranquilidade.

No período de 2015 e 2016, enquanto o Vasco pagava por ordem da FIFA cerca de 21 milhões de reais por atletas, os quais a gestão anterior comprou, mas não honrou, o Palmeiras contratou Dudu, do Dínamo de Kiev-RUS, pagando pelos direitos econômicos 18,7 milhões de reais.

Em agosto de 2008 a nova gestão antecipou pela primeira vez cotas de TV em sua gestão, pois o pagamento quase integral das despesas do clube no mês de julho havia sido garantido com a primeira parcela da venda de Phillippe Coutinho para a Internazionale-ITA, absorvida toda pela ainda incipiente turma da Oportunidade de Ouro. O Vasco tinha o direito de antecipar cotas concernentes ao segundo trimestre de 2009 para frente, num contrato que terminaria em 2011 apenas. Na época o clube recebia cerca de 30 milhões ano da TV.

Quando Eurico Miranda chegou ao Vasco, em dezembro de 2014, o clube não tinha o direito de receber nada referente aos anos de 2015 e 2016 da TV, pois tudo já havia sido antecipado ou estava comprometido por dívidas deixadas pela gestão anterior. O valor das cotas de TV dos dois anos girava em torno de 130 milhões. Caso a situação fosse rigorosamente igual a deixada pelo próprio Eurico em 2008, o Vasco teria tido disponíveis ao longo de 2015 e 2016, cerca de 80 milhões de reais. Se todo esse valor fosse absorvido pelo futebol, a folha salarial do clube poderia aumentar em cerca de 3 milhões de reais entre salários e encargos. Quantos atletas de maior quilate poderíamos ter no elenco desde o ano passado?

Do plantel cruzmaltino, Campeão da Copa do Brasil e Vice-Campeão Brasileiro em 2011, por conta do apito inimigo, havia simplesmente nove atletas os quais o Vasco ainda deve e ficou para Eurico pagar a conta. Fernando Prass, Fágner, Dedé, Rômulo, Fellipe Bastos, Felipe, Juninho (muitos salários mínimos), Diego Souza e Éder Luís. Fora isso, comissões a serem pagas a empresários, procuradores, intermediadores de vários atletas também não foram feitas, o que levou o Vasco hoje a ter de ainda se virar para honrar tais compromissos. Só o procurador de Juninho, José Fuentes, cobra mais de 600 mil reais na Justiça por comissionamento referente a contratos celebrados pelo atleta com o Vasco, entre os anos de 2011 e 2013.

É recorrente o torcedor lembrar daquele time e dizer que o Eurico não montou outro igual, desde 2003 (o de 2002 com Helton, Leonardo Moura, Géder, João Carlos, Alex Oliveira; Donizete, Jamir, Léo Lima, Felipe; Euller, Romário era um time melhor que o de 2011 indiscutivelmente em cinco posições e com Felipe nove anos mais novo, embora nada tenha ganho naquela temporada, até o fim do primeiro semestre, quando se desfez).

De fato, enquanto ele, Eurico, equacionava o clube, por opção, entre 2004 e junho de 2008, mantendo o Vasco na disputa por títulos estaduais, nacionais e até mesmo com uma boa participação numa competição internacional – 2004 (Campeão da Taça Rio e finalista do Estadual), 2006 (finalista da Copa do Brasil e melhor do Rio de Janeiro no Campeonato Brasileiro), 2007 (19 rodadas na zona da Libertadores e sexto colocado na Copa Sul-Americana), 2008 (Semifinalista da Copa do Brasil, com derrota nos pênaltis para aquele queria o campeão daquela edição) – mas com sérias limitações orçamentárias, a gestão seguinte o fizera cair em 2008 – após pegá-lo em nono, com salários em dia, 108 rodadas sem frequentar a zona de rebaixamento no Campeonato Brasileiro e já tendo figurado na zona da Libertadores numa delas naquele mesmo ano – e danara a gastar desmedidamente entre 2009 e 2011 para conseguir enfim montar um time competitivo e comprometer o Vasco financeiramente menos de um ano depois disso, já completamente destroçado institucionalmente.

Eurico Miranda não assumiu o Vasco em dezembro de 2014 com queixas, mas sim com muito trabalho. Prometeu reestruturar o clube e está fazendo isso; disse que o Vasco nunca cairia de divisão com ele à frente, mas também afirmaria por certo que jamais o clube seria garfado numa competição em 14 pontos (trata-se, de um recorde, de fato); proporcionou mais dois títulos estaduais para a torcida vascaína (agora são 16 no currículo entre os oficiais, desde Estaduais), que no século, até 2014, havia visto o Vasco ganhar apenas um; obteve um feito que ficará registrado na história do clube em sua gestão (maior sequência de jogos oficiais invictos de todos os tempos); fez ressurgir das cinzas o Basquete adulto; manteve em todos os meses de sua gestão, mesmo numa situação catastrófica encontrada, salários em dia; reforçará o Vasco para a temporada de 2017, investindo mais no futebol, mas também ciente do compromisso institucional firmado por ele, como diretriz de governança.

Aos do contra, especulem, esperneiem, distorçam, mintam.

Aos desinformados, informem-se melhor.

Aos vascaínos de raiz, sabedores da situação encontrada ao final de 2014, tenham certeza que no Vasco trabalha-se todos os dias para reverter o quadro – algo já feito em parte – com o objetivo de ver o clube mais forte, mais independente, mais sólido financeiramente, mais vitorioso e mais vezes campeão.

Casaca!

Todo mundo tenta, mas só o Vasco Hexagera

  • Foi desde o início uma prova do tamanho que é o Vasco.

Nas primeiras duas rodadas, com a imprensa praticamente toda contra o estadual, denegrindo-o e tentando desvalorizá-lo, a torcida do Vasco compareceu de forma exemplar nos jogos contra o Madureira, na estreia, e diante do América, em Edson Passos, quatro dias depois. Sete gols marcados e dois sofridos demonstravam que o início era alvissareiro.

No quarto compromisso, o improvável: jogaríamos contra o Flamengo em São Januário, após 11 anos, com choro escandaloso da direção rubro-negra sobre o evento, quebra de banheiro por parte de sua torcida e grande pressão contra a partida em nosso estádio, como tradicionalmente ocorre com os sem campo. Além da manutenção do jogo lá, uma vitória de uma forma que jamais havíamos conquistado contra o clube da Gávea. Com o gol decisivo marcado nos acréscimos. Pedrinho, Cocada,  Roberto, Abel, Paulo Cesar Puruca, Silva, Pascoal fizeram gols decisivos nos cinco minutos finais do clássico, mas ninguém havia registrado o que fez Rafael Vaz. Parecia um predestinado.

A primeira fase do campeonato chegava próxima do fim e outro clássico em São Januário seria disputado: diante do Botafogo. Saímos na frente com Riascos, que seria decisivo em outros confrontos de expressão mais adiante, Nenê acertou a trave em belíssimo lance, mas logo depois uma falta do meio da rua cobrada com um tiro fortíssimo pelo zagueiro Emerson surpreenderia Martin Silva e a muitos vascaínos presentes em São Januário. O 1 x 1 pareceu injusto pela produção do Vasco, após a marcação do primeiro gol, mas futebol é bola na rede…

Após o final da fase inicial, na qual o Vasco ficou apenas atrás do já surpreendente Botafogo, partimos para a disputa da Taça Guanabara. O jejum de 13 anos sem conquistá-la foi se vislumbrando próximo de ser quebrado diante dos resultados obtidos nas três primeiras rodadas. Na estreia um 2 x 0 convincente contra o Bangu, contando o Vasco com bela atuação do até ali apagado Jorge Henrique. Em Cariacica uma festa vascaína do início ao fim da estadia do Vasco no Espírito Santo. A vitória por apenas 1 x 0 pareceu pouco, diante de várias chances desperdiçadas pela equipe. Já contra o Botafogo, mesmo sem jogar bem, o Vasco contou com a genialidade de Nenê, o garçom da hora, e o oportunismo de Thales, o artilheiro do jogo, que marcou o gol único da vitória vascaína.

Na quarta rodada o Vasco vai para Brasília (mais uma vez ovacionado por sua torcida desde a chegada no aeroporto), mas em campo mostra mais defeitos que virtudes. Riascos salva o time de uma derrota e mantém o tabu recente diante do rival. Placar final: 1 x 1.

Veio então um pequeno período de apreensão. Se na primeira fase vencemos os eliminados Tigres e Bonsucesso, atuando com pressão intensa sobre os adversários (derrotados por 2 x 0 e 3 x 1 respectivamente), o jogo contra o Volta Redonda esteve aquém da expectativa. Foi o ressurgimento de Thales na equipe com um gol inicialmente construído e posteriormente arrematado (o segundo do Vasco), mas a equipe (embora vencesse por 2 x 0) não atuara bem. Na Taça Guanabara o enredo da primeira etapa foi pior ainda. O Vasco até saiu na frente, embora não realizasse uma grande partida, teve tudo para ampliar, mas o incrível aconteceu: Nenê perdeu um pênalti. E pior: o Voltaço empatou, fechando o placar. Decepção geral.

Jogo seguinte vitória inconvincente diante do lanterna da Taça Guanabara, Madureira. Se antes muitos torcedores pensavam numa goleada, a magra vitória por 1 x 0 foi mais uma frustração.

Chegava então a hora da verdade. O Vasco atuaria na última rodada da Taça Guanabara precisando de uma vitória sobre o Fluminense. O adversário jogava pelo empate e vinha bem, invicto naquele octogonal e sem perder ponto para as chamadas equipes pequenas.

O suposto favoritismo tricolor não inibiu torcedores vascaínos em Manaus de se mostrarem presentes e confiantes no time desde a chegada à capital do Amazonas. No jogo, certo equilíbrio no primeiro tempo e um Vasco mais ágil na segunda etapa. A vitória veio com mais um gol de Riascos e o título da Taça Guanabara conquistado novamente, 13 anos depois.

O Vasco pegaria então o Flamengo na semifinal. Jogo único, vantagem do empate e o clube não exerceu seu mando de campo como muitos torcedores sonhavam. A partida foi tirada de São Januário para o mesmo local da peleja diante do Fluminense. Estádio lotado, com um contingente maior de flamenguistas e uma bandeira fincada no meio de campo após a entrada sem escrúpulos do time rubro-negro no gramado, largando crianças torcedoras do clube pelo caminho.

Nas quatro linhas, superioridade traduzida em gols, numa fácil vitória por 2 x 0, que no final do espetáculo pareceu pouco diante da apresentação vascaína no clássico.

Veio então o Botafogo na decisão. Ninguém teria vantagem alguma nos dois confrontos decisivos, mas o Vasco no primeiro deles construiu um handicap para a finalíssima. Venceu o glorioso por 1 x 0 e ficou a um empate do título.

E, finalmente, a 08 de maio, após estar atrás no marcador, numa falha de Rafael Vaz, o predestinado zagueiro fez o gol de empate. Ele substituiu Luan no intervalo, assim como saíra do banco para dar a vitória ao Vasco no jogo contra o Flamengo em São Januário na primeira fase.

Entre o gol de empate do Vasco e o fim da peleja se passaram 40 minutos e neste período a experiência do time cruzmaltino, aliado à inexperiência alvinegra, que rodava a bola, mas não conseguia desenvolver muitas jogadas de perigo (duas ou três no máximo) levou o escore a não mais se alterar. Chegávamos então ao nosso vigésimo quarto título carioca e ao sexto invicto, igualando a campanha do primeiro título invicto do Expresso da Vitória, em 1945: 13 vitórias e 5 empates.

Outros tentam, mas só mesmo o Vasco é hexacampeão estadual invicto. De forma justa, merecida, quebrando paradigmas (como o da alta faixa etária do time) e fazendo história mais uma vez com o ministro da defesa Martin Silva, o veloz Mádson, o desenvolto Luan, o xerife Rodrigo, o eficiente Julio Cesar, o lutador Marcelo Matos, o passador Julio dos Santos, o hábil Andrezinho, a referência Nenê, o tático Jorge Henrique, o imprevisível Riascos, o matador Thales, o lutador Éder Luís, os garotos Jordi, Henrique, Mateus Vital, Caio Monteiro, Matheus Indio e Evander, o despojado Pikachu, o valente Jomar e, finalmente, o predestinado Rafael Vaz, entre outros, bicampeões comandados pelos hoje mais vascaínos que nunca, Zinho e Jorginho.

Foi na técnica, foi na raça, na catimba, no oportunismo, na categoria, na disciplina, no improviso, no sangue, no coração. O Vasco venceu cinco clássicos em oito disputados. Da Taça Guanabara em diante tomou apenas três gols em 10 jogos. Mantém-se invicto, desde 08 de novembro do ano passado, portanto há seis meses e dois dias, chega a 25 jogos sem perder, podendo bater marcas e recordes históricos.

Finalmente uma menção à torcida vascaína. Após o gol sofrido diante do Botafogo anteontem, ela não se calou, não se entregou. As viradas ocorrem muitas vezes com este apoio oriundo das arquibancadas e o dado aos atletas em campo no domingo foi exemplar, embora a apreensão dos 20 minutos finais tenha deixado o estádio mais próximo do silêncio que do grito. Mas aí o resultado já era do Vasco.

Que as comemorações continuem, pois a supremacia vascaína incontestável este ano já entrou para a história do clube.

Quanto aos incomodados da turma do contra… Eurico neles!

Sérgio Frias