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Verdade seja dita

 

Por Peter Arez

 

O #ForaEurico virou moda!

Tem gente que levanta a bunda da cadeira, vai pro estádio, grita #ForaEurico e nem sabe porquê!

Grita porque o amigo do lado tá gritando, grita pra ver se consegue agradar a mulher bonita que tá perto e tentar alguma coisa com ela, grita porque é a moda do momento e a pessoa não quer ficar pra trás! Pode confirmar: de cada 10 pessoas que são contra o Eurico, no mínimo 8 não sabem explicar porquê!

As páginas do Vasco, até as páginas de humor e de zoeira, lançam a hashtag #ForaEurico no intuito de ganhar curtidas! Criam eventos dos mais pitorescos pra ganhar seguidores! Não vejo outro motivo, a não ser esse!

O #ForaEurico virou moda!

Experimenta chegar perto de 10 cabeças e dizer que gosta do Eurico e apoia a atual gestão do Vasco. Veja o que vai acontecer com você! No mínimo, vão te olhar torto, te rotular de euriquete, dizer que você é flamenguista… Isso se não chegarem ao ponto de te ameaçar de morte e, porque não, concretizar a ameaça e te matar!

Mas, se você chegar nessas mesmas 10 cabeças e dizer #ForaEurico, o mundo se abre pra você! Você fica bem no meio dos amigos, as “minas mais gostosas” vão te olhar diferente e você vai conseguir ficar com elas, você estará dentro do grupo!

O #ForaEurico virou moda! E quem discordar, é bovino!

Saudações Vascaínas! /+/

Pergunta ao Grupo Globo (Extra, GloboEsporte, etc)*

 

Caros editores, vocês acham mesmo que em pleno ano 2017, com fotos e vídeos circulando aos montes em WhatsApp, Facebook, Twitter, Youtube e o escambau de mídias sociais, os torcedores e sócios do Vasco vão acreditar que na Convenção de Lançamento da Chapa do Eurico havia “mais de 300 pessoas”, segundo o Extra, ou “cerca de 500 pessoas”, segundo o GloboEsporte?

Em que parte do Jurássico vocês estão vivendo? Vocês acham mesmo que não serão bombardeados por não levar a informação correta ao leitor? Vocês acham mesmo que diante dos lançamentos anteriores de chapas adversárias do Eurico não reunirem 200 pessoas todas elas somadas, a única notícia possível hoje não seria que milhares de pessoas compareceram à convenção do Eurico? Com direito a fotos em destaque mostrando o salão tomado por 450 pessoas sentadas, mais de 1.000 em pé se revezando do lado de dentro e incontáveis que ficaram na rua do lado de fora ou foram embora por não conseguir entrar?

O fato jornalístico era esse, Globo. Qualquer leitor leigo em jornalismo sabe isso. Vocês exageraram na dose de dissimulação na cobertura do Vasco mais uma vez!

Eduardo Maganha

O que a Globo diz


Extra Online


GloboEsporte.com

O que todos os presentes viram


Salão completamente lotado


Lado de fora (durante a convenção)

Ouça na íntegra a participação do presidente Eurico Miranda no programa “Vasco Gigante”

 

Foi ao ar na última terça-feira o primeiro programa “Vasco Gigante”, na Rádio Metropolitana AM do Rio de Janeiro, 1090 KHz.

O programa será transmitido toda terça-feira das 20 as 22h.

Nesta primeira edição, com apresentação do vice-presidente de marketing Marco Antônio Monteiro, o entrevistado foi o Presidente Eurico Miranda. 

O programa também contou com a participação do assessor especial da presidência Ricardo Vasconcelos e Henrique Serra, diretor de marketing. 

Ouça a íntegra no link abaixo:

https://casaca.com.br/site/wp-content/uploads/2017/09/programa-vasco-gigante-05-09-17-online-audio-converter.com_.mp3?_=1

 

CASACA!

Blog do DETRAN ou Fofocas Veiculares

 

O Blog Extracampo da jornalista Marluci Martins e publicado no forro de gaiola chamado “Extra”, veiculou nesta quinta-feira uma matéria sobre multas aplicadas no veículo de Luis Fabiano por excesso de velocidade. Quem sabe, tentando deixar subentendido, que este tenha sido o culpado pelo acidente em que o atleta do Vasco se envolveu há dois dias. Anteriormente fez uma “belíssima” matéria investigativa sobre multas do ônibus do clube. 

O tal blog parece que se tornou uma espécie de veículo não-oficial do DETRAN na cobertura “esportiva” do Vasco. 

Enquanto isso o Flamengo, que tem 3 dirigentes investigados na Lava-Jato, que é favorecido irregularmente pelo uso do recurso eletrônico e que tem sua torcida promovendo atos violentos em estádios e ginásios sem punição, permanece blindado pela imprensa, que se mantém silente sobre estes e outros assuntos muito mais relevantes.

Entram no modo “mute”, como fizeram em 2013, quando o rubro-negro foi salvo do rebaixamento pela suspeita escalação do jogador Everton, da Portuguesa.

A pupila de Renato Mauricio Prado segue o mesmo caminho decadente que fez com que seu mestre e inspirador decidisse se aposentar após levar um esporro de Galvão Bueno ao vivo na TV.

Naquela ocasião, o rubro-negro jornalista (nesta ordem) quis fazer gracinhas expondo uma conversa particular em off com o narrador da TV Globo.

Fez aquilo que é popularmente conhecido como “fofoca”.

Talvez seja este o caminho escolhido pela jornalista: ter um blog de fofocas.

Leo Dias que se cuide.

Casaca!

O árbitro oficialesco e o narrador sincero

 

Em 2016, Flamengo e Fluminense se enfrentavam pela 30ª rodada do campeonato brasileiro. Aos 39 do 2º tempo, o zagueiro Henrique faz de cabeça aquele que seria o gol de empate. O bandeira marca impedimento. O árbitro Sandro Meira Ricci chama a responsabilidade pra si e valida o gol. A TV reprisa o lance 5 vezes de 3 ângulos diferentes. Narrador e comentarista do Premiere batem o martelo: gol irregular. A informação chega no banco do Flamengo. Reservas, titulares e comissão técnica partem pra cima do juiz. Ele recebe diversas informações pelo ponto eletrônico e de agentes externos. Um verdadeiro colegiado foi criado para analisar o lance. Oito minutos depois, Sandro Meira Ricci anula o gol.

https://youtu.be/2rDbobalTCA

2017, sexta rodada do campeonato brasileiro, Avai 1×1 Flamengo.  Aos 34 minutos do 2º tempo, pênalti para o time catarinense assinalado pelo árbitro. Novamente replays exaustivos são exibidos de todos os ângulos possíveis e imagináveis. O comentarista de arbitragem Paulo Cesar Oliveira da TV Globo, diz que não houve a infração.

Cabe interpretação. Uns podem achar que sim (como o juiz da partida achou) e outros não.

Nova reunião de um colegiado especial apenas para analisar o lance. Dois minutos se passam. Eis que, num ataque de sinceridade, o narrador Luis Roberto, após ver o árbitro se dirigir ao auxiliar, solta a seguinte frase:

“Ih, vai consultar a gente de novo! Vai consultar a gente de novo!”

https://youtu.be/AHCOiDd2alo

Resultado: o árbitro oficial, auxiliado pelo árbitro oficialesco, anula a marcação da penalidade.

Alguém pode perguntar: “O que o Vasco tem com isso?”.

Apesar da resposta ser óbvia, pois tratam-se de adversários diretos numa competição extremamente equilibrada, iremos expor porque isso tem a ver com o Vasco e é simples:

Também queremos replays exaustivos nos lances polêmicos. Também queremos que as arbitragens consultem o vídeo e após uma reunião do colegiado de homens de amarelo (e que amarelam), decida-se pela anulação de pênaltis mal marcados (dos seis contra nós, pelo menos dois não foram e 1 cabe interpretação), pela retificação dos não marcados (já foram três, sendo um contra o Palmeiras, um contra o Fluminense e outro contra o Corinthians) e que gols oriundos de jogadas de impedimento sejam anulados (no gol do Bahia contra o Vasco, Allione, que participou ativamente da jogada, estava impedido).

Mas é claro: tudo isso só terá validade, se for referendado pelos árbitros oficialescos. E pra isso, é preciso ser amigo do Rei. Ou da Rainha. A tal Vênus Platinada.

Em um país em que “excesso de provas” de um crime se transforma em prova de inocência, pode se esperar de tudo.

E o futebol nada mais é do que um reflexo da bagunça institucionalizada.

Rodrigo Alonso

Fogo Amigo

 

Todos nós já sabemos de cor e salteado a forma como o Vasco é tratado pela mídia.

Sabemos que a perseguição ao clube por parte da imprensa é antiga, desde o tempo de Ary Barroso e Armando Nogueira, passando por Renato Maurício Prado, Juca Kfouri, Márcio Guedes e afins.

Dito isso, nenhuma novidade que essa gente, antes mesmo do campeonato começar, tenha nos colocado como favoritos ao Z4, junto a Avaí, Atlético-GO e outros clubes de menor expressão. Não nos surpreende a tentativa quase diária de colocar o Vasco em um patamar abaixo. Tudo parte do roteiro histórico.

O que não deveria fazer parte deste tal roteiro, é um site dito “vascaíno” , no dia de uma vitória com direito a casa cheia e festa da torcida, colocar seguidamente matérias com títulos que fariam inveja a ESPN, Fox Sports e Globo Esporte.

As 21:15, o site NetVasco publicou a seguinte matéria, com título e conteúdo textual produzidos por eles mesmos:

Vasco terminará rodada fora da zona do rebaixamento

http://www.netvasco.com.br/n/193794/vasco-terminara-rodada-fora-da-zona-do-rebaixamento

Ora, por que ao invés deste título, o referido site não usou o seguinte: “Vasco termina rodada a 1 ponto do G6” ? Por que a abordagem tem que ser negativa ? 

Pois bem: às 22:16, ou seja, 61 minutos após, publicam outra matéria com o mesmo teor e abordagem negativa, usando como fonte o twitter do “famoso quem” Jorge Luiz Rodrigues:

Vasco deixa a zona do rebaixamento do Brasileiro da Série A após 36 rodadas

http://www.netvasco.com.br/n/193799/vasco-deixa-a-zona-do-rebaixamento-do-brasileiro-da-serie-a-apos-36-rodadas

Em ambas matérias, a reação do nosso torcedor foi obviamente de repúdio e revolta:

 

 

O Casaca!, em reunião aberta recente, convocou os sócios e torcedores do Vasco a apoiarem e brigarem pelo clube, tanto dentro dos estádios, marcando presença maciça (como aconteceu hoje em SJ) como nas mídias sociais, defendendo a instituição dos ataques recorrentes dessa gente. Sabemos que isso não é fácil.  Ficarão rodada após rodada tentando colar no Vasco a imagem de uma equipe que irá brigar, única e exclusivamente, para não cair.

Mas quando vemos que o site que é referência em se tratando de notícias sobre o cruzmaltino, que é o mais visitado, e portanto de grande influência na postura e opinião da nossa torcida, que lucra com a imagem do clube com dezenas de propagandas, presta esse desserviço a instituição, vemos que a luta será árdua, pois além de enfrentarmos os inimigos históricos, teremos também que enfrentar o fogo amigo.

Esse tipo de atitude me deixa a seguinte certeza: de que o “contra tudo e contra todos”, um dos nosso lemas históricos, tenha que incluir também no rol de adversários, aqueles que deveriam nos apoiar e defender. 

Rodrigo Alonso

Nota Oficial – Contas de 2016

Nota Oficial

RECEITAS DO VASCO CRESCEM, DÍVIDAS DIMINUEM MAS AINDA PRESSIONAM BALANÇO DO CLUBE

Pelo segundo ano consecutivo, as receitas do Vasco cresceram e o balanço do clube mostra que o trabalho para a diminuição da dívida ainda exige um grande esforço para alcançar um equilíbrio necessário.

Alguns pontos merecem ser destacados:

1 – As receitas chegaram a 213 milhões de reais em 2016 contra 189 milhões de reais em 2015 e 129 milhões de reais em 2014.

2 – O superavit do exercício alcançou 11,9 milhões de reais, o que contribuiu novamente para a melhora do patrimônio líquido do clube.

3 – Os direitos de transmissão de TV chegaram a 165 milhões de reais em 2016 contra 104 milhões de reais em 2015. Vale ressaltar que foram lançados exclusivamente recursos que entraram no caixa do clube e não pagamentos futuros por contratos já assinados.

4 – O passivo do Vasco também voltou a diminuir fechando no ano passado em 559 milhões de reais contra 579 milhões de reais em 2015 e 688 milhões de reais em 2014, último ano da administração anterior.

5 – O patrimônio líquido também melhorou ficando negativo em 289 milhões de reais em 2016 contra um negativo de 301 milhões de reais em 2015 e 366 milhões de reais em 2014.

Em resumo, em meio a um quadro de crise econômica no Brasil, a administração do Vasco conseguiu em 2016 combinar o aumento de receita com a redução da dívida. Mesmo assim, o quadro social deve saber que a situação ainda exige sacrifícios para devolver ao clube a tranquilidade de planejamento.

O clube recebido no fim de 2014 estava a beira da insolvência e, hoje, pode apresentar um resultado que mostra efetivamente um processo de recuperação que ainda terá etapas pela frente.

Eurico Miranda
Presidente

Fonte: Site oficial do Vasco

Reverência a São Januário

Nasci em resposta à elite preconceituosa. Sou, portanto, símbolo da demonstração de força da luta contra o preconceito. Aliás, os que me desafiaram, não tiveram a capacidade, nesses 90 anos, de ousar em algo como eu.

Nasci como o maior das Américas. Fui o primeiro a sediar jogos noturnos no novo continente. Sediei final de Libertadores, aquela que o Gigante venceu em seu centenário, feito exclusivo de um clube Brasileiro. Mas não sou só futebol.

Fui atletismo, natação e tenho um lugar reservado à fé, além da educação e responsabilidade social, cuja natureza do meu Gigante vem dos primórdios. Aliás, sediei memoráveis discursos presidenciais, como, por exemplo, os de Getúlio Vargas, JK, Eurico Gaspar Dutra e Jango.

Falando em Getúlio, como não destacar a promulgação de minha Tribuna de Honra da CLT e a instituição da Justiça do Trabalho aos trabalhadores do Brasil, independentemente da sua preferência clubística. Servi, também, como concentração às forças armadas em difíceis momentos da história. Minha história, aliás, é diretamente entrelaçada com a do Brasil.

Mas não sou só esporte e história. Sou, também, cultura. Sediei, inclusive, desfiles de escola de samba. Minha arquitetura, revolucionária para época em que nasci, é tombada pela magnitude que representa à história e cultura brasileira. Sou, segundo a BBC Londres, a 7a maravilha em termos de Estádio. Sou indubitavelmente um monumento histórico-cultural Brasileiro. E, no auge dos meus 90 anos, completados hoje, sou, sem duvidas, motivo de orgulho.

Muito Prazer, sou o Estádio Vasco da Gama, mais conhecido como São Januário e agradeço por me reverenciarem!

90 Anos – A Alma de São Januário

Estádios com belas histórias há por aí aos montes. Denominados de Monumentais, Gigantes, Olímpicos, Centenários ou terminados em aumentativos grandiloqüentes, eles procuram simbolizar a imponência de um determinado clube ou de uma cidade. Só que não há nome grandioso nem lendas bem contadas lá dos confins do mundo que se comparem ao que o vascaíno sente diante da sua casa consolidada no subúrbio carioca, feito medalha no peito da cidade.

O Estádio Vasco da Gama começou sua caminhada ganhando um nome adotivo, o honroso “São Januário”, santa denominação para a paixão vascaína. Templo, Catedral, Arena, Campo de Batalha, Prado, metáforas todos já ouviram e repetiram. O espaço em que a bola se relaciona com a humanidade ganha palavras mil que tentam decifrar o que se passa ali. Contudo, a Colina Sagrada ultrapassa, para nós vascaínos, as imagens mais usadas para caracterizar uma praça esportiva. Casa, lar, ancoradouro e porto seguro seriam apostas mais próximas do estilo navegante e desbravador do Almirante. Porém, palavra nenhuma no mundo conseguiria se aproximar da essência que corre por aquelas arquibancadas.

Como conseguir dimensionar o quilate de São Januário, um lugar em que cada centímetro da imensa arquitetura carrega um pouco dos vascaínos do Brasil e do mundo que um dia ali pisaram ou quiseram estar em fantasia? Quantos vivos e mortos passaram por São Januário? Não é de se banalizar ter uma casa que viu passar milhões e milhões de vascaínos diferentes em tempos tão opostos. O mesmo espaço, a mesma terra, a mesma geografia vendo a humanidade crescer e crescer. Um bebê nascido em 21/04/1927 hoje pode ter chegado aos 90 anos, mas beira a nossa corriqueira mortalidade. O estádio que ali sempre esteve segue impávido em direção às lonjuras do tempo, até o instante em que todos os vascaínos hoje vivos já não mais estejam. Os vascaínos passaram, passam e passarão pelas pedras de São Januário. O nosso estádio está em cada um de nós e para sempre estará.

Seria “eterno”, então, a palavra mágica para compreender a essência daquele chão?

Dou uma pausa na tentativa de compreender com vãs palavras o nosso estádio nonagenário e me lembro agora de um episódio curioso. Outro dia, numa esquina tijucana, passei por um sujeito vendendo laranjas. Nada mais banal não fosse o cheiro característico que pôs minha memória olfativa a funcionar, me levando a décadas atrás numa fração de segundo. Para minha surpresa, me vi diante dos portões de São Januário lá no início dos anos 80. As frutas descascadas estavam lá com seus vendedores de canivetes em punho. A nitidez da recordação era impressionante. Trazia consigo, de roldão, imagens aos montes do que era para um guri o estádio cruzmaltino. Saudadeei a Capela de Nossa Senhora das Vitórias apontada pelo pai. A sala de troféus vazia, vazia, apenas com um espelho a tornar infinito o panteão de conquistas vascaínas. A pista negra de atletismo em volta do campo. O placar trocado manualmente por um garoto lá longe. As camisas vascaínas de algodão ali tão perto, ao alcance da mão. A dona Dulce Rosalina sentada perto de mim. “Olha o Pai Santana ali ó!”. Em segundos, tinha um São Janu todo pra mim evocado por laranjas.

Todos fomos crianças um dia em São Januário. Como esquecer aquela infância de olhos escancarados para desbravar os segredos da nossa segunda casa? Quantas pequenas coisas descobrimos. O gosto do cafezinho tomado pelo tio angustiado com o resultado do jogo. Ficar olhando lá pra cima e tentar ver os locutores de rádio e televisão nas cabines. Xingar o juiz com palavrões muito maduros para um moleque de sete anos. Vibrar com um gol decisivo. Abraçar aquele grandão desconhecido e ser levantado nos ombros como um troféu. Chegar em casa e imitar as jogadas em peladas intermináveis. Perguntar pro pai sobre o jogo do domingo seguinte. Sonhar com voos sobre as arquibancadas vazias.

A límpida e cristalina verdade é que só os pequeninos cruzmaltinos entendem realmente o lar vascaíno, pois o captam com o encantamento do primeiro olhar. Compreender a história, a arquitetura, os fatos políticos que marcaram o estádio, recordar os grandes jogos, saber quais foram os craques nascidos naquele berço é mais que importante. Entretanto, a alma de São Januário vaga nos desvãos, nos corredores desconhecidos. É o inexplicável que o Homem cisma em tentar entender. A alma de São Januário brincará com cada um que tentar investigar, pesquisar, escarafunchar seus alicerces de tantas epopéias. Nenhuma lógica racional conseguirá um dia dar conta inteiramente do que é tamanha edificação. Para tanto só voltando a ser menino, mesmo que em puro devaneio, entrando no gramado sacrossanto de mãos dadas com craques de camisas vascaínas.

Para todo o sempre, respira em São Januário a alma cruzmaltina de milhões e milhões. E basta ser criança para entender a eternidade.

Rafael Fabro

Vale ou não vale?

Nas últimas horas, com incentivo de grande parte da mídia, torcedores entraram num debate se o Vasco x Flamengo, semifinal da Taça Rio, valia ou não.

Debate fora de questão se tivermos um mínimo de conhecimento:

1 – Erro do regulamente à parte (os campeões de turno deveriam ter vantagem nas semifinais do estadual), Vasco e Flamengo decidiam uma vaga para disputar a final da Taça Rio, que dá um prêmio de 1 milhão de reais (150 mil pela semi e mais 850 mil pelo título)

2 – Um Vasco e Flamengo envolve torcedores de todo o País. A Globo optou pelo Pay Per View porque quer mais vendas do pacote futebol, importante receita para os clubes (só o Vasco receberá este ano pouco mais de 35 milhões de reais de PPV).

3 – O vencedor (no caso o Vasco com o empate) garante vaga na final no próximo domingo, que terá transmissão da TV Globo para o Rio e mais 14 ou 15 estados. Isso significa retorno ao patrocinador do clube na medição que é feita pelo Ibope-Repucom. Quanto mais retorno o clube dá mais pode cobrar no ano seguinte. O Vasco está entre os 5 de maior visibilidade. Os jogos na TV aberta também são importantes.

4 – Os jogos do campeonato carioca em TV aberta são vistos em mais estados brasileiros, o que garante visibilidade aos clubes do Rio.

5 – Vasco e Flamengo têm uma rivalidade centenária, que vem do remo, passa pelo crescimento do Vasco na década de 20 e muito mais. Essa rivalidade se espalha pelo Nordeste, Norte, Distrito Federal, Espírito Santo e Santa Catarina, principalmente.

6 – Tirando os meninos brancos de classe média que comentam atualmente na televisão, o povão quer muito brincar com o adversário no bar, na padaria, no trabalho. É a essência do futebol. Isso vale para os dois lados.

7 – Um time tem uma folha salarial no futebol de 4 milhões/mês. O outro de 12 milhões/mês. E o que gasta menos só perdeu 1 jogo dos últimos 12 eliminando o rival em 4 competições desde 2015. Essa é a magia do futebol. Há fases assim, o que não significa que durem para sempre.

8 – Por último, contra o Vasco (e Eurico em particular) prevalece o jornalismo de guerra. O clube recupera patrimônio, paga dívidas, está em dia com impostos e salários, mas tudo é retratado como ruim. Não pode investir hoje no futebol o que gostaria, mas vai aumentar um pouco a cada ano.

Em resumo Vasco e Flamengo sempre vale. O resto é bola de gude no carpete.

Marco Antônio de Amorim Monteiro
Grande Benemérito
Vice-Presidente de Marketing do Club de Regatas Vasco da Gama