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Há 15 anos, o Vasco conquistava o tetracampeonato brasileiro

Neste 18 de janeiro a torcida Vascaína celebra os 15 anos do inesquecível tetracampeonato brasileiro, conquistado no Maracanã com uma vitória por 3 a 1 sobre o São Caetano.

Contra tudo e contra todos !

Ficha do jogo:
Quinta-feira, 18 de janeiro de 2001
Vasco 3×1 São Caetano (SP)
Campeonato Brasileiro/2000 – Final
Local: Maracanã
Hora: 16 horas
Público: aprox. 60.000 presentes.
Árbitro: Márcio Rezende de Freitas
Gols: Juninho Pernambucano 28/1ºT (VAS), Adãozinho 36/1ºT (SCA), Jorginho Paulista 39/1ºT (VAS); Romário 7/2ºT (VAS).
Vasco: Hélton, Clébson, Odvan, Júnior Baiano, Jorginho Paulista; Nasa, Jorginho (Henrique), Juninho Pernambucano (Paulo Miranda), Juninho Paulista (Pedrinho); Euller e Romário.
Técnico: Joel Santana.
São Caetano: Silvio Luiz, Japinha (Gilmar), Daniel, Serginho, César; Claudecir, Adãozinho, Esquerdinha (Zinho), Aílton (Leto); Wagner e Adhemar.
Técnico: Jair Picerni.

Todos os gols da conquista:

Campanha:
32 jogos; 15 vitórias; 9 empates; 8 derrotas; 54 gols a favor; 49 gols contra; saldo +5

Artilheiros:
Elenco:

 

Créditos:

Pesquisa, Tabelas e Fichas: Alexandre Mesquita
Fotos: Reprodução Internet
Vídeos: Youtube

Vasco foi campeão da Copa São Paulo em 1992; relembre a conquista

Título vascaíno foi destacado no Jornal O Globo do dia 26 de janeiro de 1992
O Vasco da Gama inicia em 03 de janeiro, contra o Guaicurus (MS), sua participação em mais uma edição da Copa São Paulo, a competição sub-20 mais tradicional do país. Com uma equipe reformulada, contando em sua maioria com jogadores do sub-17 campeão estadual após 15 anos, o cruzmaltino tentará surpreender e chegar ao lugar mais alto do pódio pela segunda vez no importante torneio nacional.

A primeira e única conquista vascaína foi obtida na temporada de 1992. Na oportunidade, o sub-20 era dirigido por Gaúcho e contava no elenco com atletas nascidos em 71, 72, 73 e 74. Por ter feito um espetacular ano de 1991, que foi coroado pelos títulos do Campeonato Carioca, da Taça Belo Horizonte e da Taça Carlinhos Maracanã, o Vasco embarcou para São Paulo acreditando que poderia fazer história.

Na primeira fase, o Almirante duelou com São Paulo, Bahia, Nacional (SP), Portuguesa (SP) e Atlético (MG). Apesar de ter sido superado pelo tricolor baiano, os vascaínos não se abateram e fecharam o grupo na segunda colocação. Foram duas vitórias, dois empates e uma derrota. O Gigante da Colina só não terminou na primeira colocação da chave por ter somado um ponto a menos que o São Paulo.


Valdir Bigode foi o artilheiro da Copa São Paulo de 1992- Foto: Sérgio Berezovsky
Com a classificação, o Vasco passou a ser o único representante carioca vivo na disputa do título. Campeão da Copinha diversas vezes entre as décadas de 70 e 80, o Fluminense caiu na fase de grupos. Botafogo e Flamengo não participaram dessa edição. O cruzmaltino enfrentou a Ponte Preta nas quartas de final e não tomou conhecimento da equipe de Campinas. Vitória por 3 a 1 e vaga na semifinal garantida.

O rival não possuía tanta tradição como os adversários anteriores, porém vinha fazendo uma campanha espetacular. Após superar Corinthians e Fluminense na fase de grupos, o Santa Tereza (MG) eliminou nada mais, nada menos que o Santos nas quartas de final. A equipe mineira, todavia, não teve forças para superar o time liderado pelo matador Valdir Bigode. O triunfo do clube de São Januário foi pelo placar de 2 a 0.

A tão esperada finalíssima aconteceu em 25 de janeiro, data do aniversário da cidade de São Paulo, no Pacaembu. Apesar de duelar contra o São Paulo e sua grande torcida na capital paulista, o Vasco não se intimidou e saiu na frente com Valdir Bigode. Andrei empatou para o tricolor no segundo tempo e levou o jogo para a prorrogação. O empate persistiu e o título acabou sendo decidido nos pênaltis. Melhor para o Gigante, mais competente nas cobranças: 5 a 3.

Além de ter levado o clube de São Januário a inédita conquista, a equipe campeã da Copa São Paulo cedeu inúmeros jogadores para a equipe de profissionais. Nomes como Caetano, Pimentel, Tinho, Alex Pinho, Leandro Ávila e Valdir Bigode participaram de títulos importantes,  em especial do Tricampeonato Estadual (1992, 1993 e 1994), o único da história do clube até o presente momento.

Escalação do Vasco: Caetano; Pimentel, Alex Pinho, Tinho e Josenilson (Fábio); Viana, Leandro Ávila, Vítor e Denilson (Pedro Renato); Valdir Bigode e Hernande. Treinador: Gaúcho.


Vídeo: Reprodução Youtube

Fonte: Site do CR Vasco da Gama | Texto: Carlos Gregório Júnior

15 Anos da Virada do Século

Em homenagem aos 15 da virada do século, iremos reproduzir aqui um texto escrito dois dias após a conquista, mas que continua muito atual, principalmente em se tratando da nossa eterna luta contra aqueles que detestam ver um Vasco forte e campeão.

A verdade é infantil

Num botequim de esquina tijucana, em plena madrugada, um menino de não mais do que três anos acenava duas bandeirolas cruzmaltinas com um sorriso no rosto, olhando para mim. Do outro lado do boteco, uma menina, que não aparentava ter mais de 5 anos, vestia uma camisa vascaína que lhe caía até os pés, compondo um cenário ao mesmo tempo terno e cômico. E eu ali, com um chopp na mão, cantando Casaca e vendo a verdade saracotear por ali, dando berros para os que deixaram de acreditar ou para aqueles que nunca entenderam o significado da grandeza do Vasco.

Aquelas crianças e outras tantas não sabem, não compreendem e, provavelmente, acham muito chato o papo de liminares, recursos, manobras políticas, críticas da imprensa e outras picuinhas menores. Elas apenas sorriem com um gol de Romário, cantarolam musiquinhas, esperneiam com gols dos adversários, adoram jogar papel picado na cabeça de adultos sérios e têm como passatempo predileto tremular bandeiras. Gostam de futebol da forma mais pura. Uma forma que desconhece desmandos, falcatruas, silêncios seculares tipográficos e só entende o gol. Nada mais do que o gol.

A verdade é infantil. Está lá, estatelada para quem quiser olhar. Uma verdade que desbota as tintas de tantos que pintaram o quadro final da trupe vascaína. Tantos pintaram e continuarão pintando, pois não sabem o que é a felicidade infantil de ver um Juninho Paulista correndo a 100 km por hora, extravasando, gritando palavrões, para comemorar um gol. Não sabem o que é a alegria de um menino como Jorginho Paulista comemorando no gramado do Parque Antarctica. Desconhecem os figurantes Gato, Severino, Santana e artesãos dos bastidores que dão suor pelo clube há dezenas de anos. São tolos em pensar que o Vasco se refestela em vilanias, é o mais odiado pelas torcidas adversárias e outras bobagens do mesmo quilate. As crianças podem responder o quanto vale uma defesa de Hélton, uma magia de um Juninho, dois Juninhos, um toque errado genial de Romário e um bom sorriso do velho Mauro Galvão. Descobrirão uma fenomenal fonte de verdade. Se as crianças aí estão não há com o que se preocupar, elas mostrarão no futuro a grandeza desse clube tão apedrejado e escorraçado.

As pedras foram jogadas e tal como craques, os jogadores fizeram embaixadinha com elas, viraram um jogo rodrigueano e compensaram dores por tanto tempo acumuladas. Os vascaínos choravam perdas duras, inestimáveis e só um feito como o de 20 de dezembro de 2000 faz deitar em berço esplêndido todo um arsenal de depressões, culpas, angústias e neuroses acariciadas por todo um ano. Uma virada de amor, como diz o cântico, que aplaca todas as feridas de uma só vez e acalma corações baleados que manquitolavam por aí sem rumo. Uma vitória como nunca houve, nunca ouvi, nunca vi.

Rafael Moreira Fabro ( 22/12/2000 )

Assista o jogo na íntegra no link abaixo:

https://youtu.be/ibRlEXv0ODM

Outra coisa

Cansamos de expôr no Casaca! as consequências do posicionamento do Vasco na era MUV/Amarelo Banana.

A cada derrota sofrida mais um alerta retratado em números era publicado. Mas não adiantava. O discurso servil, humildezinho, era o mesmo. Calados e arqueados os dirigentes e seus interlocutores da mídia situacionista da época reverberavam a estupidez em nome de uma nova ordem, que só beneficiava o adversário.

Tratado o Flamengo como parceiro por algum tempo, com muito respeitinho por anos e havendo ainda um certo incômodo em enfrentá-lo nos bastidores, restou aos “dirigentes” do Vasco tentarem incutir na cabeça dos atletas e da torcida que o clássico de maior rivalidade da história do futebol brasileiro era algo comum.

O Casaca! brigou quanto a isso, alertou, cobrou, criticou, questionou e o resultado do conceito imbecil de “jogo qualquer”, trouxe como resultado três vitórias e 10 derrotas em seis anos e meio quase.

Voltando o Vasco a ser Vasco novamente, o clássico passou a ser encarado da forma devida. Sem medo, sem temor, com coragem. Com isso, independentemente do achismo da imprensa e dos consultores esportivos de ocasião, as vitórias voltaram a acontecer.

O Flamengo é a antítese do Vasco e como tal é e permanecerá sendo o grande rival a ser vencido, derrotado e calado, pois tem tudo a seu favor, a começar pela parte imunda da mídia que põe seu mais queridinho acima do bem e do mal.

Que fique a lição para o futuro do Vasco.

Casaca!

Mais uma mentira histórica exposta na mídia

Em matéria veiculada por ESPN.com.br e reverberada pelo site Netvasco uma mentira histórica foi passada ao público leitor.

A matéria diz em determinado ponto:

“Mas o regulamento exigia um estádio, coisa que Eurico Miranda, atual presidente do clube, cansa de reclamar na atualidade. E sem poder mandar seus jogos no campo da Rua Morais e Silva, o Cruz-Maltino recorreu ao já gigante Fluminense, que podia ceder o estádio ao clube de regatas. Importante lembrar que alguns anos antes, o Flamengo, clube formado pela dissidência de jogadores tricolores também recebeu o apoio do Flu e atuou nas Laranjeiras”.

A verdadeira história é a seguinte:

Em fevereiro de 1923 o Vasco solicitou atuar no campo do Fluminense, optando por este em detrimento de seu campo na Rua Moraes e Silva, embora pudesse atuar nele, e o motivo foi de ordem financeira, uma vez que com o estádio lotado na Rua Moares e Silva o clube faturaria apenas 4 contos de réis, a princípio, podendo, com reformas, chegar a 10 contos de réis, enquanto que atuando no campo do Fluminense, praticando os mesmos preços, poderia alcançar os 30 contos de réis com o estádio apanhando um bom público.

O tricolor das Laranjeiras, que ALUGAVA não emprestava seu estádio, por um valor caríssimo, diga-se de passagem, sorria de orelha a orelha com a escolha do Vasco, assim como a Federação Metropolitana de Desportos Terrestres (FMDT), que mordia parte da renda. Já os dirigentes cruzmaltinos aceitavam pagar o alto valor de aluguel confiando no fato de que sua torcida – que comprovaria naquele ano e nos subsequentes daquela década ser a maior e mais popular da cidade – encheria o estádio na maioria dos jogos, fazendo valer à pena arcar com o referido custo cobrado pelo adversário.

De fato, em 1923 a melhor média de renda e público entre os clubes que disputaram o Campeonato Carioca foi a do Vasco, o Campeão Carioca daquele ano, surpreendendo as elites futebolísticas da cidade.

Aqui a verdade prevalece!

Casaca!

Memória curta

Em programa veiculado pela Rádio Globo, ocorrido segunda-feira à noite, próximo ao fim de um dos debates houve uma prova total de desconhecimento por parte do apresentador Eraldo Leite e um lapso (mais um?) de memória do reizinho Juninho. Eraldo cita o rebaixamento do time em 2008, pondo a culpa dele em Eurico Miranda, pergunta quando Dinamite assumiu o clube, sem relembrar a posição na qual se encontrava o Vasco, e Juninho diz “agosto ou setembro”.

Como a maioria dos vascaínos sabe, Dinamite “assumiu” em 01/07/2008 e o Vasco estava na ocasião em nono lugar na tabela, com salários em dia e já tendo enfrentado cinco dos 12 maiores clubes brasileiros: Botafogo (com 10 reservas), Cruzeiro, Grêmio, Internacional e Palmeiras. Somara em oito rodadas onze pontos, mas duas após Dinamite assumir já subira para sétimo sétimo, e somente na última rodada do turno foi para a zona de rebaixamento.

Após a saída de três titulares e a contratação de nove outros atletas, mais duas trocas de técnico, o Vasco no returno desabou de vez. Para se ter uma ideia, caso somasse os mesmos 11 pontos do turno nas oito primeiras rodadas do returno não cairia, caso não perdesse pela primeira vez na história para Figueirense e Náutico em casa não cairia. Bastava um empate contra ambos para evitar a queda.

Note-se ainda que o discurso da gestão antes de sua ascensão ao poder, ainda em junho como oposição, era de que quanto mais cedo assumissem seria melhor para levar o time à Libertadores, porém uma vez dentro do clube, Dinamite chamou nas entrelinhas o time de medíocre, após o Vasco anunciar, com 10 dias de gestão, que o clube não tinha condição de trazer bons jogadores, antes de começar a desenfreada contratação de nove outros atletas (quatro zagueiros, um lateral, um volante, um meia e dois atacantes).

O problema na mídia convencional de hoje é achar que desinforma sem contestação.

Casaca!

Há 21 anos o Brasil perdia precocemente um de seus maiores dribladores: Dener

Rápido, ágil, impetuoso, arisco, abusado.

Dener foi contratado pelo Vasco no início de 1994 para desequilibrar. E, de fato, desequilibrava. Era uma atração à parte.

Outras contratações mereceram destaque naquele começo de temporada: o retorno de Luizinho, emprestado ao futebol espanhol no segundo semestre do ano anterior, e a chegada do xerife Ricardo Rocha, zagueiro de seleção, logo posto como capitão do time.

O Vasco, treinado por Jair Pereira, tinha ainda Carlos Germano, Pimentel, Torres, Jorge Luiz, Cássio, Leandro Ávila, França, Yan, William, Valdir, Jardel, e brigava pelo inédito tricampeonato.

Com Dener no time a equipe cruzmaltina jamais perdeu. Foi campeão invicto da Taça Guanabara e venceu todos os grandes clubes da cidade nos confrontos diretos.

O falecimento precoce, ocorrido em acidente de carro numa terça-feira, quando o atleta voltava de uma viagem feita a São Paulo no banco do carona, estarreceu o clube, desde sua diretoria, passando pela comissão técnica e torcedores. Perdia o Brasil um craque já reconhecido em todo o país e próximo de brilhar no exterior, perdia o Vasco sua maior atração para a conquista do tricampeonato inédito.

A dor da perda foi superada aos poucos pelo time, que se consagraria tricampeão carioca 26 dias depois (dando o vice de bandeja para o Flamengo), com dois gols de Jardel (substituto do próprio Dener) na partida final contra o Fluminense, vencida por 2 x 0.

Terminado aquele jogo a torcida vascaína entre mil cânticos entoados não esqueceu daquele que se tornou tradicional para reverenciar o atleta desde janeiro: Olê, olê, olê, olê, Dêner, Dêner!

Ficou para a nação cruzmaltina a saudade deste atleta, que jamais perdeu uma partida vestindo a camisa do Vasco, em 17 disputadas, contabilizando 10 vitórias e 7 empates, com 5 gols marcados.

Clássicos disputados por Dener:
Vasco 3 x 1 Flamengo
Vasco 2 x 0 Botafogo
Vasco 0 x 0 Fluminense
Vasco 4 x 1 Fluminense
Vasco 1 x 0 Botafogo
Vasco 1 x 1 Fluminense

Gols marcados por Dener pelo Vasco:
Newell`s Old Boys-ARG 2 x 2 Vasco (Amistoso) – 1 gol
Vasco 2 x 0 Volta Redonda (Campeonato Carioca) – 1 gol
Vasco 1 x 0 Bangu (Campeonato Carioca) – 1 gol
ABC-RN 0 x 2 Vasco (Copa do Brasil) – 1 gol
Vasco 2 x 1 Olaria (Campeonato Carioca) – 1 gol

Casaca!