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Reinvenção da roda

Você torcedor tricolor sabia que seu time não vence uma final de Campeonato Carioca diante do Flamengo há 83 anos?

E você, alvinegro? Sabia que o Botafogo só derrotou o Vasco numa única final de Campeonato Carioca no século XX, em 1997?

Aquele Fla-Flu de 1963, válido pela última rodada, com 177.020 pagantes, não foi uma decisão, compreendem flamenguistas?

O Vasco x Flamengo, que deu ao clube o Super Super Campeonato Carioca em 1958 também não foi uma decisão, viu vascaínos?

Quando o Palmeiras conquistou o Campeonato Paulista no ano do sesquicentenário da Independência (1972), empatando contra o São Paulo, que precisava da vitória para conquistar o título, na última rodada da competição, aquilo não era uma decisão.

O contrário havia se dado no ano anterior. O São Paulo precisava do empate e venceu por 1 x 0, contra o mesmo Palmeiras, que dependia da vitória para conquistar o título. Também não se tratava de uma decisão aquele jogo.

Já o Santos, que atuou na última rodada do Campeonato Paulista de 1984, jogando pelo empate contra o Corinthians, que só levaria a taça vencendo o jogo, conquistou o título, derrotando o rival por 1 x 0, mas isso não se tratou de uma decisão, embora São Paulo inteira entendesse o contrário.

O Fla-Flu da Lagoa, em 1941, disputado cheio de mística, que deu o campeonato ao Fluminense, os títulos do Botafogo em 1948 e 1957 contra Vasco (3 x 1) e Fluminense (6 x 2), a primeira final de Campeonato Carioca da história do Maracanã, valendo o título de 1950 e vencida pelo Vasco, nada disso foi decisão.

Até América e Bangu não venceram numa decisão contra Fluminense e Flamengo respectivamente, porque a partida final entre as duas equipes, que valia o título, não seria, imaginem, uma decisão.

Pobre Botafogo. As inolvidáveis finais contra Flamengo (1962), Bangu (1967) e Vasco (1968) não foram decisões de Campeonato Estadual coisíssima nenhuma, embora houvesse na última rodada duas equipes disputando o título diretamente.

O polêmico título do Fluminense em 1971, diante do Botafogo (que virou livro), também não se trata de uma decisão, o Fla-Flu que decidiu o Campeonato Carioca de 1972, o Vasco x Flamengo que levou o rubro-negro ao título de 1974, o Bi e o Tri do Fluminense, em 1984 e 1985 (contra Flamengo e Bangu), além do gol de barriga do atacante Renato Gaúcho também não foram decisões, assim também como os gols de Marquinho e Tita, que em 1982 e 1987 deram o título na partida final ao Vasco, diante do Flamengo, não eram decisões.

Até mesmo a Copa do Mundo de 1950, definida entre Brasil e Uruguai na última rodada, não se tratou de uma decisão de título mundial. É necessário avisar isso aos uruguaios, que desconheciam o fato até hoje.

Nenhum exemplo dado acima, pois, na cabeça das Organizações Globo e/ou de seus luminares lunáticos, pode ser caracterizada como uma decisão, conforme matérias surgidas nas últimas semanas, veiculadas por seus meios de comunicação e porta vozes.

Ora, se numa disputa com 20 clubes ou três chega-se à última rodada com apenas duas equipes aptas a conquistar o título, sendo garantido a quaisquer das duas vencê-lo com uma vitória naquela partida (dependendo até muitas vezes do saldo de gols) é óbvio e inequívoco que ela é exatamente a decisão do campeonato, torneio, copa, turno…

Se o regulamento da competição permite a disputa direta pelo título, por duas equipes, após fases, turnos anteriores à final terem sido jogados, há decisão. Assim como num triangular final se a última rodada leva a uma embate de dois dos seus protagonistas, idem. Como pode ocorrer isso também na disputa de um quadrangular, pentagonal, hexagonal, octogonal. É o óbvio ululante.

Vamos registrar para o público leitor, a fim de que ele fique bem informado, quais foram as decisões de Campeonatos Cariocas em toda a história.

1921 – Flamengo 2 x 1 América – Partida única decisiva entre os dois clubes, que terminaram empatados em número de pontos no campeonato.
1924 – Vasco 1 x 0 Bonsucesso (Federação Metropolitana de Desportos Terrestres) – Última partida, decisiva para ambos, do triangular final do campeonato.
1929 – Vasco 5 x 0 América – Última partida melhor de três decisiva entre os dois clubes.
1936 – Vasco 2 x 1 Madureira (Federação Metropolitana de Desportos) – Última partida da melhor de três decisiva entre os dois clubes.
1936 – Fluminense 1 x 1 Flamengo (Liga Carioca de Futebol) – Última partida da melhor de três decisiva entre os dois clubes
1941 – Fluminense 2 x 2 Flamengo – Última partida, decisiva para ambos, na última rodada do campeonato.
1944 – Flamengo 1 x 0 Vasco – Última partida, decisiva para ambos, na última rodada do campeonato.
1946 – Fluminense 1 x 0 Botafogo – Última partida, decisiva, do quadrangular de desempate do campeonato (tratado à época como Supercampeonato).
1948 – Botafogo 3 x 1 Vasco – Última partida, decisiva para ambos, na última rodada do campeonato.
1950 – Vasco 2 x 1 América – Última partida, decisiva para ambos, na última rodada do campeonato.
1951 – Fluminense 2 x 0 Bangu – Segunda partida da melhor de três decisiva entre os dois clubes.
1955 – Flamengo 4 x 1 América – Última partida da melhor de três decisiva entre os dois clubes.
1957 – Botafogo 6 x 2 Fluminense – Última partida, decisiva para ambos, na última rodada do campeonato.
1958 – Vasco 1 x 1 Flamengo – Última partida, decisiva, do segundo triangular final do campeonato (tratado à época como Super Super Campeonato).
1960 – América 2 x 1 Fluminense – Última partida, decisiva para ambos, na última rodada do campeonato.
1962 – Botafogo 3 x 0 Flamengo – Última partida, decisiva para ambos, na última rodada do campeonato.
1963 – Flamengo 0 x 0 Fluminense – Última partida, decisiva para ambos, na última rodada do campeonato.
1964 – Fluminense 3 x 1 Bangu – Segunda partida da melhor de três decisiva entre os dois clubes.
1966 – Bangu 3 x 0 Flamengo – Última partida, decisiva para ambos, na última rodada do campeonato.
1967 – Botafogo 2 x 1 Bangu – Última partida, decisiva para ambos, na última rodada do campeonato.
1968 – Botafogo 4 x 0 Vasco – Última partida, decisiva para ambos, na última rodada do campeonato.
1971 – Fluminense 1 x 0 Botafogo – Última partida, decisiva para ambos, na última rodada do campeonato.
1972 – Flamengo 2 x 1 Fluminense – Última partida, decisiva para ambos, do triangular final do campeonato.
1973 – Fluminense 4 x 2 Flamengo – Primeiro jogo decisivo entre o Fluminense, campeão de um turno e de seu grupo no 3º turno e o Flamengo, campeão de apenas um turno.
1974 – Flamengo 0 x 0 Vasco – Última partida, decisiva para ambos, do triangular final do campeonato.
1975 – Fluminense 0 x 1 Botafogo – Última partida, decisiva para ambos, do triangular final do campeonato.*
*O Botafogo precisaria vencer por três gols de diferença para conquistar o título.
1976 – Fluminense 1 x 0 Vasco – Partida extra decisiva, após empate em pontos das duas equipes no quadrangular final do campeonato.
1980 – Fluminense 1 x 0 Vasco – Partida extra decisiva entre os campeões dos dois turnos.
1981 – Flamengo 2 x 1 Vasco – Última partida da melhor de três decisiva entre os dois clubes.
1982 – Vasco 1 x 0 Flamengo – Última partida, decisiva para ambos, do triangular final do campeonato.
1984 – Fluminense 1 x 0 Flamengo – Última partida, decisiva para ambos, do triangular final do campeonato.
1985 – Fluminense 2 x 1 Bangu – Última partida, decisiva para ambos, do triangular final do campeonato.
1986 – Flamengo 2 x 0 Vasco – Última partida da melhor de três decisiva entre os dois clubes.
1987 – Vasco 1 x 0 Flamengo – Última partida, decisiva para ambos, do triangular final do campeonato.
1988 – Vasco 1 x 0 Flamengo – Segunda partida da melhor de três decisiva entre os dois clubes.
1989 – Botafogo 1 x 0 Flamengo – Segunda partida da melhor de três decisiva entre os dois clubes.
1990 – Botafogo 1 x 0 Vasco – Última partida, decisiva para ambos, do triangular final do campeonato.
1991 – Flamengo 4 x 2 Fluminense – Segunda partida da melhor de três decisiva entre os dois clubes.
1993 – Vasco 0 x 0 Fluminense – Última partida da melhor de três decisiva entre os dois clubes.
1994 – Vasco 2 x 0 Fluminense – Última partida, decisiva para ambos, do quadrangular final do campeonato.
1995 – Fluminense 3 x 2 Flamengo – Última partida, decisiva para ambos, do octogonal final do campeonato.
1997 – Botafogo 1 x 0 Vasco – Segunda partida da melhor de três decisiva entre os dois clubes.
1999 – Flamengo 1 x 0 Vasco – Segunda partida decisiva entre os campeões de turno do Campeonato Carioca.
2000 – Flamengo 2 x 1 Vasco – Segunda partida decisiva entre os campeões de turno do Campeonato Carioca.
2001 – Flamengo 3 x 1 Vasco – Segunda partida decisiva entre os campeões de turno do Campeonato Carioca.
2002 – Fluminense 3 x 1 Americano – Segundo partida decisiva entre os dois vencedores dos quadrangulares finais em seus respectivos grupos.
2003 – Vasco 2 x 1 Fluminense – Segunda partida decisiva entre os vencedores das duas semifinais do Campeonato Carioca.
2004 – Flamengo 3 x 1 Vasco – Segunda partida decisiva entre os campeões de turno do Campeonato Carioca.
2005 – Fluminense 3 x 1 Volta Redonda – Segunda partida decisiva entre os campeões de turno do Campeonato Carioca.
2006 – Botafogo 3 x 1 Madureira – Segunda partida decisiva entre os campeões de turno do Campeonato Carioca.
2007 – Flamengo (4) 2 x 2 (2) Botafogo – Segunda partida decisiva entre os campeões de turno do Campeonato Carioca.
2008 – Flamengo 3 x 1 Botafogo – Segunda partida decisiva entre os campeões de turno do Campeonato Carioca.
2009 – Flamengo (4) 2 x 2 (2) Botafogo – Segunda partida decisiva entre os campeões de turno do Campeonato Carioca.
2012 – Fluminense 1 x 0 Botafogo – Segunda partida decisiva entre os campeões de turno do Campeonato Carioca.
2014 – Flamengo 1 x 1 Vasco – Segunda partida decisiva entre os vencedores das duas semifinais do Campeonato Carioca.
2015 – Vasco 2 x 1 Botafogo – Segunda partida decisiva entre os vencedores das duas semifinais do Campeonato Carioca.
2016 – Vasco 1 x 1 Botafogo – Segunda partida decisiva entre os vencedores das duas semifinais do Campeonato Carioca.
2017 – Flamengo 2 x 1 Fluminense – Segunda partida decisiva entre os vencedores das duas semifinais do Campeonato Carioca.
2018 – Botafogo (4) 1 x 0 (3) Vasco – Segunda partida decisiva entre os vencedores das duas semifinais do Campeonato Carioca.

Casaca!

95 anos da “Resposta Histórica”

O ano de 1924 seria de grande importância para a história vascaína e o futebol nacional, dada a atitude do clube diante do preconceito da elite contra os seus atletas.

Em fevereiro, após muitos entreveros com a LMDT por não terem a maioria qualitativa desejada e ainda por quererem adotar critérios em defesa da pequena elite formada por América, Botafogo, Flamengo e Fluminense, surge entre esses clubes a ideia de sair daquela entidade para fundar a AMEA (Associação Metropolitana dos Esportes Athleticos).

Inicialmente, o Vasco se associaria à nova entidade, mas ao sair o estatuto dela o clube percebe não ser bem-vindo àquela pequena oligarquia formada também pelo Bangu , além dos quatro grandes. O parágrafo único do artigo 5º já trazia um problema ao clube, pois nele era dito claramente que a praça de esportes do clube filiado à Liga não poderia ser arrendada de qualquer outra associação desportiva, vinculada ou não à AMEA. Deveria partir o Vasco para a compra do estádio da Rua Moraes e Silva, alugado até o ano de 1927, ou de algum outro que desejasse e pô-lo em condições de absorver sua torcida a mais popular do Rio de Janeiro à época.

Independentemente disso , no próprio documento formal que regeria a Liga havia uma clara tentativa de impossibilitar atletas menos abastados de participar dela, bem como era imposta uma responsabilização dos dirigentes por tais presenças em seus respectivos times. A questão mais uma vez era atingir os analfabetos, obrigados a passar por novos constrangimentos, e implicitamente impedir esmagadora maioria dos negros de atuar, pois era bastante reduzido na capital federal o número de atletas dessa cor alfabetizados.

Diante do impasse, o Vasco teria que fazer uma escolha. A opção se deu a favor dos seus jogadores e contrária à permanência da AMEA, que considerava os atletas vascaínos – embora campeões e superiores tanto física quanto tecnicamente, desde o ano anterior, aos adversários – inaptos a figurar naquela presunçosa oligarquia. Diante disso a mais famosa resposta dada pelo clube aos intolerantes e intoleráveis foi assinada pelo presidente vascaíno José Augusto Prestes, circulando para além da Liga e sendo, desde então, um marco na história do time, posto como um troféu emblemático (em meio à sala hoje repleta deles), pois retrato de defesa da igualdade social no esporte e do não preconceito. Ei-la:

Rio de Janeiro, 7 de Abril de 1924.

Officio No 261

Exmo. Snr. Dr. Arnaldo Guinle,

  1. D. Presidente da Associação Metropolitana de Esportes Athleticos.

As resoluções divulgadas hoje pela Imprensa, tomadas em reunião de hontem pelos altos poderes da Associação a que V. Exa. tão dignamente preside, collocam o Club de Regatas Vasco da Gama numa tal situação de inferioridade, que absolutamente não pode ser justificada, nem pelas defficiencias do nosso campo, nem pela simplicidade da nossa séde, nem pela condição modesta de grande numero dos nossos associados.

Os previlegios concedidos aos cinco clubs fundadores da A.M.E.A., e a forma porque será exercido o direito de discussão a voto, e feitas as futuras classificações, obrigam-nos a lavrar o nosso protesto contra as citadas resoluções.

Quanto á condição de eliminarmos doze dos nossos jogadores das nossas equipes, resolveu por unanimidade a Directoria do C.R. Vasco da Gama não a dever acceitar, por não se conformar com o processo porque foi feita a investigação das posições sociaes desses nossos consocios, investigação levada a um tribunal onde não tiveram nem representação nem defesa.

Estamos certos que V. Exa. será o primeiro a reconhecer que seria um acto pouco digno da nossa parte, sacrificar ao desejo de fazer parte da A.M.E.A., alguns dos que luctaram para que tivessemos entre outras victorias, a do Campeonato de Foot-Ball da Cidade do Rio de Janeiro de 1923.

São esses doze jogadores, jovens, quasi todos brasileiros, no começo de sua carreira, e o acto publico que os pode macular, nunca será praticado com a solidariedade dos que dirigem a casa que os acolheu, nem sob o pavilhão que elles com tanta galhardia cobriram de glorias.

Nestes termos, sentimos ter que comunicar a V. Exa. que desistimos de fazer parte da A.M.E.A.

Queira V. Exa. acceitar os protestos da maior consideração estima de quem tem a honra de subscrever

De V. Exa. Atto   Vnr., Obrigado. 

(a) José Augusto Prestes

Presidente

Fonte: “Todos contra ele” (Autor: Sérgio Frias)


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Breve resumo da participação de Eurico Miranda no clube e no futebol brasileiro de 1986 a 2019

Um breve resumo da participação de Eurico Miranda, eterno presidente do CR Vasco da Gama, no clube e no futebol brasileiro de 1986 até 2019:

1986 a 2019 – Conselheiro do Club de Regatas Vasco da Gama.
1986 a 2000 – Vice Presidente de Futebol do Club de Regatas Vasco da Gama.
1988 – Recebeu o título de Benemérito do Club de Regatas Vasco da Gama.
1989 – Ocupou o cargo de Diretor de Futebol da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).
1990 – Recebeu o título de Grande Benemérito do Club de Regatas Vasco da Gama.
1992 a 2000 – Segundo Vice-Presidente Administrativo do Club de Regatas Vasco da Gama.
2000 – Eleito através de sua chapa presidente do Club de Regatas Vasco da Gama.
2001 a 2003 – Presidente Administrativo do Club de Regatas Vasco da Gama.
2003 – Eleito através de sua chapa presidente do Club de Regatas Vasco da Gama.
2004 a 2006 – Presidente Administrativo do Club de Regatas Vasco da Gama.
2006 – Eleito através de sua chapa presidente do Club de Regatas Vasco da Gama.
2007 até o golpe político em junho de 2008 – Presidente Administrativo do Club de Regatas Vasco da Gama.
2010 – Eleito Presidente do Conselho de Beneméritos do Club de Regatas Vasco da Gama.
2013 – Reeleito Presidente do Conselho de Beneméritos do Club de Regatas Vasco da Gama, sem oposição.
2014 – Eleito através de sua chapa presidente do Club de Regatas Vasco da Gama.
2015 a 2017 – Presidente Administrativo do Club de Regatas Vasco da Gama.
2018 – Eleito Presidente do Conselho de Beneméritos do Club de Regatas Vasco da Gama.

Eurico Miranda – Títulos no Futebol Profissional:

1986 – Campeão da Taça GB
1986 – Campeão do Torneio de Juiz de Fora – Minas Gerais
1987 – Bicampeão da Taça GB
1987 – Bicampeão do Torneio de Juiz de Fora – Minas Gerais
1987 – Campeão da Taça TAP – EUA
1987 – Campeão da Copa de Ouro – EUA
1987 – Campeão Carioca
1987 – Campeão do Troféu Ramon de Carranza – Espanha
1988 – Campeão da Taça Rio
1988 – Campeão do 3º Turno
1988 – Bicampeão Carioca
1988 – Bicampeão do Troféu Ramon de Carranza – Espanha
1989 – Campeão do Torneio de Metz – França
1989 – Tricampeão do Troféu Ramon de Carranza- Espanha
1989 – Campeão Brasileiro
1990 – Campeão da Taça GB (INVICTO)
1990 – Campeão do Troféu Adolpho Block – Rio de Janeiro
1991 – Campeão do Torneio da Amizade – Gabão
1992 – Campeão da Copa Rio (INVICTO)
1992 – Campeão da Taça GB (INVICTO)
1992 – Campeão da Taça RIO (INVICTO)
1992 – Campeão Carioca (INVICTO)
1993 – Bicampeão da Taça Rio
1993 – Bicampeão Carioca
1993 – Campeão do Torneio João Havelange – RIo/SP
1993 – Campeão do Troféu Ciutat – Espanha
1993 – Campeão do Troféu Cidade de Zaragoza – Espanha
1993 – Bicampeão da Copa Rio
1994 – Campeão da Taça GB (INVICTO)
1994 – Tricampeão Carioca
1995 – Campeão do Torneio Palma de Mallorca – Espanha
1997 – Campeão do 3º Turno
1997 – Campeão Brasileiro
1997 – Torféu Bortolloti – Itália
1998 – Campeão da Taça GB
1998 – Campeão da Taça Rio
1998 – Campeão Carioca
1998 – Campeão da Taça Libertadores
1999 – Campeão do Torneio Rio-SP
1999 – Campeão da Taça Rio (INVICTO)
2000 – Campeão da Taça GB (INVICTO)
2000 – Campeão da Copa Mercosul
2000 – Campeão Brasileiro
2001 – Campeão da Taça Rio (INVICTO)
2003 – Campeão da Taça GB
2003 – Campeão da Taça Rio (INVICTO)
2003 – Campeão Carioca
2004 – Campeão da Taça Rio
2015 – Campeão Carioca
2016 – Campeão da Taça GB (INVICTO)
2016 – Bicampeão Carioca (INVICTO)
2017 – Campeão da Taça Rio (INVICTO)

TOTAL: 52 Taças (38 oficiais)

PS: Em 1996, após intenso trabalho de Eurico Miranda e de seu filho, o hoje professor doutor em História, Mario Angelo Brandão de Oliveira Miranda, o título Sul-Americano Invicto de 1948 foi oficializado pela Conmebol e posto com status de Libertadores.

Em 2001, na última vez que o Vasco atuou em Concepción, vitória por 3 a 1

Hoje o Vasco fará sua estreia na Taça Libertadores 2018 em partida contra a equipe chilena do Universidad de Concepción. Mas não será a primeira vez que o Gigante da Colina atuará no Estádio Municipal de Concepción, também conhecido como “Estádio Collao”.

No dia 09 de maio de 2001, a equipe cruzmaltina entrou em campo para enfrentar o grande rival do atual adversário, o time do Deportes Concepción, em jogo válido pelas oitavas de final da maior competição sul-americana.

O Vasco vinha de uma campanha 100%, com 6 vitórias na fase de grupo, e buscava manter esse aproveitamento. Com Romário, Juninho Paulista, Euller, Pedrinho, Viola, Helton entre outros, não foi difícil conquistar tal objetivo: vitória cruzmaltina por 3 a 1 diante de mais de 30 mil chilenos.

Assim descreveu o jogo o “Jornal do Brasil” do dia seguinte:

Jornal do Brasil (10/05/2001)

“O Vasco manteve seus 100% de aproveitamento na Libertadores da América e a invencibilidade de 17 jogos na temporada. Mas a vitória por 3 a 1 sobre o frágil Deportes Concepción, de virada, ontem à noite no Chile, não foi tão fácil quanto se esperava. A disposição do penúltimo colocado no Campeonato Chileno por pouco não complicou a vida vascaína. Muito superior tecnicamente, entretanto, o time de Joel Santana soube explorar os contra-ataques e chegar à vitória com dois gols de Juninho Paulista e um de Romário – que pediu para ser substituído no fim, mas não preocupa. Com a vitória, o Vasco pode perder por até um gol de diferença no jogo de volta, na próxima quarta-feira, que estará classificado para as quartas-de-final da Libertadores. A partida está marcada para São Januário, mas a diretoria do Concepción tenta mudar para o Maracanã, alegando que o estádio do Vasco não tem capacidade para 30 mil pessoas, como exige a Confederação Sul-Americana de futebol.

Empurrado por sua torcida, o Concepción partiu sem medo pra cima do Vasco. E logo aos  oito minutos, ajudado por uma falha de Helton, a equipe chilena abriu o marcador, com gol do atacante Verdugo: 1 a 0. A festa, no entanto, durou pouco. A frágil defesa do Concepción devolveu a gentileza de Helton, aos 19 minutos, e assistiu  ao pequenino Juninho Paulista subir sozinho na área para marcar, de cabeça, o gol de empate.

Os chilenos não se intimidaram. Mantiveram-se no ataque e, principalmente no início do segundo tempo, pressionaram o Vasco em seu campo de defesa. mas depois de pelo menos três oportunidades desperdiçadas, o Concepción foi castigado: aos 20 minutos, Pedrinho recebeu livre na área, chutou cruzado e a bola sobrou para Romário, sempre bem colocado, virar o placar: Vasco 2 a 1 e quarto gol do baixinho na competição – os artilheiros são González, do Guarani e Giovanni do Cruzeiro, com seis gols.

No fim do jogo, na base da vontade, o Concepción ainda buscou o empate. Mas a pressão abriu espaços na defesa e , já nos acréscimos, Juninho Paulista aumentou para 3 a 1″ (Jornal do Brasil – 10/05/2001)

Esperamos que a escrita seja mantida e o Vasco obtenha hoje um grande resultado, começando assim a trajetória que pode nos trazer o tricampeonato da Libertadores.

Casaca!

Clique aqui e assista este jogo na íntegra

 

 

Há 67 anos, Vasco se sagrava o 1º Campeão Carioca do Maracanã

A história do Maracanã é bem conhecida pela maioria dos brasileiros. O Brasil teve o privilégio de sediar a primeira Copa do Mundo do pós-guerra e o ponto alto dessa organização foi a construção de um estádio novo, gigantesco, pois o Pacaembu e o estádio de São Januário já não acomodavam a massa cada vez maior de apaixonados pelo futebol.

O Maracanã foi inaugurado em 16 de junho de 1950, com capacidade para 200 mil espectadores. Foi palco de cinco dos seis jogos da Seleção Brasileira na Copa do Mundo, incluindo a final do dia 16 de julho. Precisando apenas do empate, o Brasil perdeu por 2 a 1 para o Uruguai e terminou como vice-campeão, gerando uma onda de frustração por todo o país.

Passado o choque inicial, era chegada a hora de utilizar o Maracanã para o Campeonato Carioca. O Vasco era o atual campeão da competição e, ainda por cima, invicto. O Expresso da Vitória esteve no auge de sua forma em 1949 e havia conquistado 18 vitórias e 84 gols em 20 jogos, numa campanha que até hoje detém o recorde de ter sido a melhor de toda a história do profissionalismo carioca.

Mas em 1950 os jogadores vascaínos estavam abatidos. Também, pudera: nada menos do que oito jogadores (Barbosa, Augusto, Danilo, Eli, Ademir, Chico, Maneca e Alfredo II) e mais o treinador (Flávio Costa) haviam tomado parte na delegação brasileira derrotada em casa pelo Uruguai na Copa do Mundo.

Grande parte da imprensa, que já naquela época não gostava muito do Vasco, aproveitou para explorar ao máximo o trauma da perda da Copa a fim de prejudicar a equipe cruzmaltima. E quase conseguiu seu objetivo. O Vasco realmente teve um começo irregular e, só no primeiro turno, sofreu 3 derrotas (América, Fluminense e Botafogo), fato raro para um time reconhecidamente superior a todos os outros.

À medida que a tristeza pela perda da Copa foi passando, o Vasco foi ganhando mais e mais confiança e voltou a ser o velho “Expresso” de outros tempos, goleando, no segundo turno, o Flamengo por 4 a 1 (e mantendo um tabu de 6 anos sem derrotas para o rival) e o Fluminense por 4 a 0.

Só que, mesmo tendo vencido todos os jogos do segundo turno, o Vasco só conseguiu alcançar a liderança na penúltima rodada, após derrotar o Botafogo por 2 a 0. O Vasco ficou então um ponto à frente do América: 32 a 31. E, como a tabela marcava para a última rodada o jogo Vasco x América, uma vitória rubra poderia pôr a perder a brilhante recuperação da equipe vascaína.

E foi nesta situação que pisaram o gramado do Maracanã no dia 28 de janeiro de 1951 (por causa da Copa do Mundo, o Campeonato Carioca começou atrasado e só pôde ser concluído no ano seguinte) C.R. Vasco da Gama e América F.C.: ao América, só a vitória interessava para que conquistasse o seu sétimo título carioca; e o Vasco, com um simples empate conquistaria o nono título carioca de sua história, o quarto em seis anos.

Mais de 100 mil pessoas foram ao Maracanã (na época, chamado apenas de “Estádio Municipal”) naquele domingo, para acompanhar esta verdadeira decisão. O América tinha um ataque perigoso, conhecido como “tico-tico no fubá”. Outro ingrediente da decisão era um confronto entre dois irmãos: Eli do Amparo, do Vasco, e Osni do Amparo, do América.

O Vasco começou melhor e saiu na frente logo aos 4 minutos, com um gol de Ademir Menezes. O América empatou aos 40 minutos, por intermédio de Maneco. O primeiro tempo terminou com um empate em 1 a 1.

Foi no vestiário do Vasco, durante o intervalo, que ocorreu o fato que decidiu o campeonato. Ipojucan, atacante do Vasco, não se sabe por que motivo, estava reclamando de falta de ar e não queria de maneira alguma voltar para a etapa final. O técnico Flávio Costa, que conhecia muito bem seus jogadores, achou que o vascaíno estava fazendo corpo mole e mandou-o de volta a campo debaixo de tapas.

Anos depois, Flávio Costa explicou em uma entrevista como tudo aconteceu: “Eu levantei o Ipojucan no peito e dei-lhe duas bofetadas. Mas não foram bofetadas de agressão, não. Foram terapêuticas. E ele se apavorou e saiu correndo. Eu atrás dele: “Você vai entrar de qualquer maneira!”.”

A tática do comandante do Expresso da Vitória funcionou parcialmente. Se, por um lado, Ipojucan não jogou nada no segundo tempo, limitando-se a fazer número na ponta-direita, por outro lado foi dele o passe que resultou no gol da vitória do Vasco, de Ademir Menezes, aos 29 minutos.

Ainda aconteceu, no campo, uma briga que resultou com a expulsão de dois jogadores de cada time pelo árbitro Carlos de Oliveira Monteiro (conhecido como “Tijolo”), aos 43 minutos: Eli, Laerte (Vasco), Osmar e Godofredo (América).

A torcida do Vasco, no entanto, pouco ligou para a briga, pois já estava comemorando o título e homenageando Ademir Menezes (artilheiro do Carioca com 25 gols) com uma paródia de uma música do Carnaval de 1951:

“Oi zum-zum-zum zum-zum-zum-zum/ Vasco dois a um/ Ademir pegou a bola/ e desapareceu/ foi mais um campeonato/ que o Vasco venceu…”

Domingo, 28/1/1951
VASCO DA GAMA 2 X 1 AMÉRICA
Local: Maracanã (RJ)
Árbitro: Carlos Monteiro
Renda: Cr$ 1.577.0144,00
Público: 104.067
Gols: Ademir 4′, Manec0 40′, Ademir 74′
Expulsões: Godofredo, Laerte, Osmar e Eli
VASCO: Barbosa; Augusto e Laerte; Eli, Danilo e Jorge; Alfredo, Ademir, Ipojucan, Maneca e Dejair. Técnico: Flávio Costa
AMÉRICA: Osni; Joel e Osmar; Rubens, Osvaldinho e Godofredo; Natalino, Maneco, Dimas, Ranulfo e Jorginho. Técnico:Délio Neves

Jornal dos Sports (29/01/1951)
Jornal dos Sports (29/01/1951)
Jornal dos Sports (29/01/1951)
A Noite (29/01/1951)

Campanha vascaína no Campeonato Carioca de 1950:

20/08/1950- São Januário- Vasco 6 x 0 São Cristóvão- Maneca (2), Ipojucan (2), Ademir e Lima
27/08/1950- Maracanã- Vasco 3 x 2 Bangu- Ademir (2) e Tesourinha
03/09/1950- São Januário- Vasco 2 x 3 América- Maneca e Ademir
10/09/1950- Leônidas da Silva- Vasco 4 x 0 Bonsucesso- Ademir (3) e Maneca
17/09/1950- Rua Bariri- Vasco 3 x 1 Olaria- Ipojucan (2) e Lima
24/09/1950- Maracanã- Vasco 2 x 1 Flamengo- Ademir e Alfredo II
01/10/1950- Maracanã- Vasco 1 x 2 Fluminense- Ipojucan
08/10/1950- Maracanã- Vasco 0 x 1 Botafogo
15/10/1950- São Januário- Vasco 9 x 1 Madureira- Dejair (4), Ademir (2), Álvaro (2) e Maneca
22/10/1950- São Januário- Vasco 7 x 0 Canto do Rio- Ademir (2), Dejair (2), Jansen, Maneca e Tesourinha
29/10/1950- Figueira de Melo- Vasco 5 x 1 São Cristóvão- Dejair (3), Ademir e Tesourinha
05/11/1950- Conselheiro Galvão- Vasco 3 x 2 Madureira- Ademir (2) e Dejair
19/11/1950- São Januário- Vasco 4 x 0 Olaria- Ademir (3) e Alfredo II
26/11/1950- Maracanã- Vasco 4 x 1 Flamengo- Ipojucan (3) e Alfredo II
10/12/1950- São Januário Vasco 7 x 2 Bonsucesso- Ademir (3), Dejair (3) e Maneca
17/12/1950- Caio Martins- Vasco 4 x 2 Canto do Rio- Maneca (4)
31/12/1950- Maracanã- Vasco 2 x 1 Bangu- Ipojuca e Maneca
06/01/1951- Maracanã- Vasco 4 x 0 Fluminense- Ipojucan (3) e Ademir
14/01/1951- Maracanã- Vasco 2 x 0 Botafogo- Maneca e Ademir
28/01/1951- Maracanã- Vasco 2 x 1 América- Ademir (2)

Fonte: NetVasco (Texto) Blog do Marcão (Ficha Técnica) Jornal dos Sports e A Noite (Imagens)

Há 24 anos, Dener dava show em amistoso contra o Newell´s de Maradona

No dia 26 de janeiro de 1994, o Vasco fazia o segundo amistoso seguido contra a equipe argentina do Newell´s Old Boys, que na época tinha Maradona como seu principal jogador. Porém a presença do craque argentino foi ofuscada por uma jovem promessa recém chegada a São Januário: Dener.

O jogador, que vinha emprestado pela Portuguesa de Desportos, fazia apenas suas segunda partida com a camisa cruzmaltina, mas já ganhava a admiração dos torcedores vascaínos. E não só destes, pois, neste dia, foi efusivamente aplaudido pela torcida adversária devido ao golaço que marcou, dando uma ginga de corpo no goleiro e por uma bela jogada de linha de fundo em que driblou três adversários e quase marcou um golaço (veja aqui).

Apesar dos dois empates (1×1 na primeira partida e 2×2 nesta segunda) o Vasco ficou com o troféu “Copa Diário La Capital”, pela condição de visitante.

Jornal dos Sports (27/01/1994)

 

Quem disse essa frase?

Para a surpresa de muitos, a frase foi dita ao “Jornal do Brasil” há cerca de 23 anos, mais precisamente a 11 de novembro de 1994, pelo ex-presidente Antônio Soares Calçada, mesmo após ter a chapa capitaneada por ele e Eurico Miranda vencido o primeiro turno das eleições em São Januário.

Casaca!

Basquete: Há 41 anos, Vasco quebrava jejum de 6 temporadas e conquistava o título estadual

No dia 22 de janeiro de 1977, a equipe de basquete do Vasco derrotava o Municipal por 83 a 78 e acabava com um jejum incômodo de 6 anos. O último título havia sido em 1969, e após 4 vice-campeonatos (1971/72/74/75), o cruzmaltino levantava o troféu de campeão estadual de 1976.

O grande nome do jogo foi Boleta, que marcou 26 pontos, dos 83 conquistados pelo Gigante da Colina.

“Depois de uma campanha das mais difíceis, e de uma partida final que empolgou o enorme público que compareceu ao Maracanãzinho, na grande festa de encerramento do Campeonato Estadual de Basquete, categoria principal, o Vasco viu premiados todos os seus esforços com a conquista do título da temporada.” (Jornal dos Sports – 23/01/1977)

Jornal do Brasil (23/01/1976)

A tentativa do treinador do Municipal, Waldir Bocardo, em anular a velocidade e o esquema tático do Vasco colocando Maguila em permanente vigília a Luisinho, permitiu que Boleta jogasse mais solto e se tornasse a peça principal da vitória do Vasco e da conquista do titulo de campeão carioca de basquete adulto de 1976, sexta-feira no Maracanãzinho.

Boleta foi o jogador mais regular nas três vitórias finais do Vasco. Contra o Flamengo ele fez 24 pontos dos 91, contra o Mackenzie 22 dos 74, e contra o Municipal, 26 dos 83. Esta regularidade foi vista pelo treinador da Seleção Brasileira, Ari Vidal, que o elogiou muito — junto com Luisinho e Sérgio Macarrão, este do Flamengo — e pode lhe dar uma oportunidade.

Esforço

Ao Municipal coube apenas o esforço desesperado de acompanhar o marcador de perto, na tentativa de ganhar a partida por mais de 11 pontos para ser o campeão. E conseguiu manter a esperança até o fim do primeiro tempo. perdendo por 48 a 39. Outra tentativa de Bocardo foi reagir à velocidade com a velocidade de Lello. Também não deu certo.

O Vasco, muito mais tranquilo e podendo perder até por quatro pontos, foi-se impondo, com Márveo desarmando quase todas jogadas de Zezé, e colocou 11 pontos de vantagem. O próprio Zezé reagiu — Sapatão não existiu tecnicamente – e à media distancia conseguiu empatar o jogo nas 12 minutos do segundo tempo, em 55 pontos. Mas logo Luisinho se soltou de Maguila e levou seu time a frente.

O treinador do Vasco, José Pereira, lançou Luis Brasilia e desordenou mais ainda a defensiva do Municipal, porque o jogador armava pelos dois lados da quadra e entrava no garrafão com muita velocidade, concluindo todas as jogadas em pontos. O Municipal se desesperou, e Marcão, que substituiu Fioravante, só olhou o jogo, sem participar dele. O Vasco venceu por 83 a 78.” (Jornal do Brasil – 23/01/1977)

Jornal dos Sports – 23/01/1977
Jornal dos Sports – 23/01/1977
Jornal dos Sports – 23/01/1977

No ano da conquista da Libertadores, Vasco estreava no Carioca com vitória sobre o Bangu

Há 20 anos o Vasco estreava no campeonato estadual com um vitória sobre o Bangu em São Januário, no dia da entrega das faixas do tri-campeonato brasileiro.

O autor do gol foi o “Pantera” Donizete, que fazia sua primeira partida oficial com a camisa cruzmaltina. O Gigante da Colina se sagraria campeão carioca exatamente contra o mesmo adversário, também com uma vitória por 1×0.

Neste mesmo ano, o Vasco também conquistaria a Taça Libertadores da América, o seu Bi-Campeonato Sul-Americano.

Que as coincidências e os títulos se repitam.

A Marca do Pantera

Donizete faz o gol da vitória sobre o Bangu em sua estréia no Vasco

Foi um domingo de campeão – mais pela festa da entrega das faixas de campeão brasileiro, é verdade, do que pelo futebol. Um domingo de encontros e reencontros, com direito a um intenso foguetório e samba-enredo (o Vasco, que comemora este ano seu primeiro centenário, será homenageado pela Escola de Samba Unidos da Tijuca).

Nas arquibancadas, sociais e no campo de São Januário – é isso mesmo, dentro do campo -, pouco mais de três mil torcedores ainda eufóricos reencontraram o campeão brasileiro, o time de Edmundo, que estreou na Itália (“jogou apenas três minutos”, lamentava a torcida, repetindo frase que as emissoras de rádio espalhavam).

Esses mesmos torcedores encontraram um novo ídolo, Donizete, autor do gol que deu a primeira vitória ao Vasco no primeiro jogo do ano do centenário, contra um apenas esforçado Bangu, em partida antecipada da segunda fase do Campeonato Estadual.

A torcida, embalada pela bateria da Unidos da Tijuca, comemorou muito o gol de Donizete, que concluiu boa jogada começada por Mauricinho e trabalhada por Pedrinho, coincidentemente os destaques do Vasco, ao lado de Luisinho (um chute forte, da entrada da área, no canto esquerdo do goleiro do Bangu, Alex, que jogou mais ontem do que em todo o tempo em que esteve no Fluminense, seu ex-clube).

O Vasco teve ainda mais duas ou três chances reais de fazer gol no primeiro tempo, todas circunscritas aos quinze primeiros minutos de jogo, quando o time todo corria, ganhava as divididas e conseguia chegar à linha de fundo. Começou bem o segundo tempo, parou e só foi ressurgir já no final, quando Sorato acertou a trave, numa cobrança de falta. Foi uma vitória mais do que merecida, mas…

Ficou claro que o ritmo do time andou atravessando. “Só deu para iniciar a preparação”, justificou-se o técnico Antônio Lopes, que não foi muito fundo na avaliação da falta que o contundido Juninho e o afastado Ramon fizeram à equipe.

A defesa, com o estreante Vítor, não teve muito trabalho e mostrou que está afinada. Destaque para Mauro Galvão, sempre sóbrio e absolutamente eficiente. É bem verdade que o Bangu pouco andou na área do Vasco no primeiro tempo, embora tenha arriscado alguma coisa na segunda fase, mas muito timidamente.

O meio-campo, sem três titulares (Nasa, Juninho e Ramon), foi muito mais luta do que criação. E aí apareceu Luisinho, responsável pela maior parte dos desarmes e pelos melhores lançamentos. Mauricinho, embora deslocado, procurou fechar os avanços do bom lateral Flavinho. Pedrinho esteve bem, especialmente nos chutes de fora da área: bateu duas faltas com muito perigo.

O ataque sentiu claramente falta de preparo físico – Luizão só falava no mormaço – e de entrosamento. Mas deu para antever alguma coisa. Donizete conseguiu criar algumas jogadas muito boas, em arrancadas e dribles largos. Luizão arriscou alguns dribles de quem sabe jogar. Mas, na hora de decidir, faltou a explosão. Valeu como aperitivo num ano em que o Vasco vai disputar todas as copas e campeonatos que existem por aqui. Quarta-feira tem mais, contra o Palmeiras, o adversário das finais do ano passado.

Fonte: Jornal do Brasil

Tribuna da Imprensa (18/01/1998)

FICHA TÉCNICA
18/01/1998 – VASCO 1 x 0 BANGU

Competição: Campeonato Carioca
Local: São Januário
Público: 3.307 pagantes
Árbitro: Jorge Travassos, auxiliado por Élsson Passos e Manuel do Couto Pires

Vasco: Carlos Germano (Márcio), Vítor, Odvan, Mauro Galvão e Felipe; Luisinho (Fabrício), Nélson, Pedrinho e Mauricinho; Donizete e Luizão (Sorato)
Técnico: Antônio Lopes

Bangu: Alex, Marcelo Cardoso, Paulo Campos, Naílton e Flavinho; André Biquinho, Humberto, Marcão e Edílson (Renatinho); Marcelo Cruz (Paulo Andrade) e Bianor (Wellington)
Técnico: Alfredo Sampaio

Gol: Donizete (1 min. do 1º tempo)

Cartões amarelos: Luisinho, Odvan e Nélson (Vasco); Paulo Campos, Naílton e Marcão (Bangu)