Coluna do Torcedor
0

As mídias e as tentativas de distorção histórica

Por: Marcelo Mosqueira Taveiros

Ano após ano, até completar, neste ano de dois mil e COVID, meio século de vida, observei absolutamente estarrecido as distorções de uma imprensa (hoje mídias), nem sempre comprometidas em informar, de forma acadêmica, certos fatos, como de fato se deram.

A inserção do negro no futebol é um tema, dentre tantos outros, que apenas aqueles que possuem a audácia de se aprofundar, conseguem discernir, enxergar, a escuridão imposta por certos interesses comerciais.

Comemorar o fato de que o Club de Regatas Vasco da Gama, talvez seja o único Club de futebol no mundo, que comprova a ousadia de não se coadunar com uma visão elitista, preconceituosa, (quer em termos de sociais ou de raça) não significa, eternamente condenar, os demais, aos holofotes da vergonha.

Não. Isso inclusive, é uma forma irresponsável de se tratar a história. É necessário sempre contextualizar o momento, e a visão de mundo de determinado tempo.

Entristeço-me apenas, quando deliberadamente, repetidas “reportagens” distorcem, o que de fato tornou o Club de Regatas Vasco da Gama, pioneiro.

Pouco importa saber (e esta discussão parece nunca ter fim), qual foi o primeiro clube de futebol a utilizar um atleta negro. No Rio de Janeiro, como que para diminuir o feito do Vasco da Gama, atribui-se ao Bangu tal honraria e é ai que só quem se aprofunda, só quem não se contenta com o que interesses comerciais pretendem, é capaz de compreender, sem condenar ou julgar, o tamanho do passo dado pelo nosso Gigante Club.

O que “ofendeu” os dirigentes dos Clubes do Rio de Janeiro, no longínquo ano de 1923, foi o título conquistado por um Club recém saído da segunda divisão.

Possuir este mesmo Club, negros e analfabetos em seu elenco, dava a tal ousadia o caráter de inaceitável.

Comemorar, etimologicamente falando, significa lembrarmos juntos. Aos amantes da História e a verdade dos fatos, que condenam os vascaínos como chatos por tamanho orgulho, é necessário insistir, ano após ano, que Bangu, Botafogo, Flamengo e Fluminense, “aceitariam” a presença do Vasco da Gama nos campos, desde que, doze jogadores fossem excluídos de seu elenco.

Nosso posicionamento quanto a esta determinação, damos o nome de Resposta Histórica.

(…) “São esse doze jogadores jovens, quase todos brasileiros, no começo de suas carreiras, e o ato público que os pode macular nunca será praticado com a solidariedade dos que dirigem a casa dos que os acolheram, nem sob o pavilhão que eles, com tanta galhardia, cobriram de glórias”. (…)

O que interesses comerciais e midiáticos tentam distorcer, precisa ser refutado, sem ofensas, desaforos (tão próprio e característico dos que são insensatos).

Mais do que necessário, é dever dos historiadores, preservar, elucidar, dar verdadeira luz… que jamais podemos permitir, ser apagada.

Por: Marcelo Mosqueira Taveiros
Rio de Janeiro, 20 de novembro de 2020.

“Ao Vasco tudo” ?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *