Certa vez o Vasco foi lanterna do Campeonato Brasileiro (1969), mas nove meses depois foi Campeão Carioca por antecipação, saindo da fila de 11 anos sem conquistar o título.
Certa vez o Vasco bateu seu recorde negativo de derrotas seguidas (1971), mas classificou-se no Campeonato Brasileiro para a fase semifinal de grupos.
Certa vez o Vasco foi eliminado pelo Operário-MT (1976), mas atuou como um leão diante do Fluminense na decisão do Campeonato Carioca e voltou à competição nacional, ganhando a repescagem em seu grupo.
Certa vez o Vasco ficou de fora da classificação para o Campeonato Brasileiro, por ter sido 7º no Campeonato Carioca, em dois turnos (1983), mas, convidado pela CBF, conforme previa o regulamento, chegou à final do Campeonato Brasileiro meses depois.
Certa vez o Vasco teve que brigar por seus direitos para não ser rebaixado na canetada, diante da péssima campanha feita na 1ª fase do Capeonato Brasileiro (1986), mas se classificou para os play-offs após a disputa da 2ª fase.
Certa vez o Vasco foi eliminado pelo Vitória-BA na Copa do Brasil (1989), mas, meses depois, foi Campeão Brasileiro.
Certa vez o Vasco foi eliminado pelo CSA-AL na Copa do Brasil (1992), mas, meses depois, foi Campeão Carioca Invicto.
Certa vez o Vasco estava obrigado a jogar cinco partidas em dez dias (2000), mas o clube conseguiu esparsar os jogos, contrariando os interesse da Rede Globo.
Certa vez o Vasco foi para o intervalo numa decisão em que atuava fora de casa, perdendo por 3 x 0 (2000), mas virou para 4 x 3, feito jamais igualado na história do futebol mundial em decisões até 2025.
Certa vez houve um incidente com queda do alambrado de São Januário (2000), com edição de imagens que desfigurava o ocorrido, por parte da Rede Globo e tentativa de interdição de São Januário, mas o Vasco jogou lá em 2001 pela Libertadores, Copa Mercosul, Campeonato Brasileiro, Torneio Rio-São Paulo e Campeonato Carioca, o clube emprestou (em seus termos) o próprio estádio para a final da Copa do Brasil de 2005 (Fluminense x Paulista-SP) e 23 anos depois a Globo admitiu o que tinha feito quanto à edição das imagens contra Eurico Miranda.
Certa vez o Vasco sofreu um torniquete financeiro da Globo por 18 meses (2001/2002), mas resistiu e ao não dar aval para a emissora renovar o contrato de TV com os clubes sem pagar o Vasco, ocasionou a que as partes novamente negociassem, mantendo-se o Vasco no grupo principal, entre os recebedores das cotas de TV.
Certa vez o Vasco foi eliminado pelo XV de Campo Bom-RS na Copa do Brasil (2004), mas quatro dias depois conquistou a Taça Rio (1º lugar), derrotando o Fluminense de Ramon Menezes, Roger, Romário e Edmundo na decisão.
Certa vez o Vasco foi eliminado da Copa do Brasil para o Baraúnas-RN (2005), goleado pelo Athletico-PR no Brasileiro, mas meses depois classificou-se para a Copa Sul-Americana (tal qual o clube paranaense, derrotando-o como era normal em São Januário no returno) e teve o artilheiro do Campeonato Brasileiro, no caso Romário, com 39 anos de idade à época.
Certa vez o dirigente do Flamengo, Kleber Leite, de olho num possível empréstimo de São Januário para o rubro-negro, em face dos Jogos Pan-Americanos do Rio que estavam por vir (2007) teceu elogios ao Vasco, afirmando até que era inconstitucional o próprio Vasco não poder atuar em seu estádio, mas o presidente Eurico Miranda disse simplesmente que era problema dos outros não terem campo pra jogar.
Certa vez o Vasco foi eliminado da Copa do Brasil pelo Gama-DF, mas ficou metade do Campeonato Brasileiro na zona da Libertadores e foi fundamental para o rebaixamento do Corinthians no fim do ano, derrotando-o no Pacaembu.
Certa vez o Vasco foi assumido (2014) com uma receita de 129 milhões ano e 688 milhões de dívida (posta nesse valor sem carregar tintas quanto às reservas para contingências, a fim de não causar prejuízos ao Vasco na busca por sua recuperação junto ao mercado e parceiros) e a diminuiu no fim do triênio, segundo balanço feito pela gestão sucessora e em valor maior ainda após decisão do Conselho Deliberativo sobre o mesmo tema, mais próximo ao fim de 2018.
Certa vez o Vasco foi assumido (2015), contando oito jogos sem vencer o Flamengo, mas pôs o adversário nove sem ganhar, eliminando-o de três competições consecutivas no confronto direto e sendo campeão de duas delas.
Certa vez o Vasco caiu de divisão, roubado em 14 pontos (2015), mas em sequência ficou sete meses sem perder uma partida e sagrou-se Campeão Carioca Invicto pela 6ª vez.
Certa vez outro hoje ex-presidente do Flamengo pediu para Eurico Miranda que emprestasse São Januário ao rubro-negro (2016), mas o presidente do Vasco disse não.
Certa vez o Vasco, tal qual em 1989, foi eliminado pelo Vitória-BA na Copa do Brasil (2017), mas chegou à Libertadores.
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Por outro lado,
Certa vez o MUV entrou no Vasco, cheio de promessas, com o clube em 9º lugar no Campeonato Brasileiro (2008) e finalizou a competição em 18º, rebaixado.
Certa vez o Vasco caiu pela primeira vez de divisão no Campeonato Brasileiro (2008), fazendo 30 pontos nos últimos 30 jogos, e comemorou de forma efusiva o “título” de Campeão da Série B no ano seguinte, igualando-se ao Campo Grande em conquistas daquela competição.
Certa vez, com o Vasco na 2ª divisão (2009), a AAV (Associação dos Amigos do Vasco), uma criação excêntrica de apoiadores do MUV, resolveu ter num show do humorista Chico Anysio, chamado “Vasco na segunda” um caminho para supostamente pagar dívidas do clube (numa propaganda política disfarçada em coitadismo para justificar a própria queda do Vasco ocorrida pouco antes) e a ideia partiu de um rubro-negro, dono do Centro Cultural Veneza, diretor financeiro do Flamengo à época, e que sugeriu num clima de humor o nome “Vasco na segunda” para o show.
Certa vez o Vasco apresentou um balanço, carregando tintas nas reservas para contingências (2009), com o objetivo de pôr a dívida do clube como a maior do Brasil (apresentou quase 110 milhões de reservas para contingências contra, por exemplo, 7,6 milhões do Flamengo, que tinha mais de 200 ações trabalhistas que o Vasco, contra si) e ao fim do período daquela gestão triplicou a dívida real que o clube tinha e dobrou aquela que pôs na canetada.
Certa vez o Vasco caiu de 1º para 5º nas cotas de TV (2011), com aceite seu porque receberia mais, e abriu o espaço para seu principal rival ganhar praticamente o dobro daquilo que passaria a perceber, criando uma futura PG em favor do rival por conta disso.
Certa vez o Vasco conquistou a Copa do Brasil (2011) e a gestão reeleita, também por isso, não tinha como pagar os atletas (contratou sabendo disso), perdendo-os depois (vários deles, a partir do fim do ano seguinte) e constituindo dívidas com boa parte dos principais daquele elenco, além de comprar Eder Luis e não pagar ao Benfica-POR, posteriormente emprestá-lo ao mundo árabe, novamente não pagar, e deixar o problema para a gestão seguinte resolver, ocasião na qual (em 2016), o clube teve que arrumar 12 milhões de reais em 48 horas, a partir de ordem da FIFA, para satisfazer o débito.
Certa vez o Fluminense quis ficar com o lado direito do Maracanã para sua torcida, em detrimento do Vasco (2013) e apesar disso só ser possível caso o Vasco concordasse, seu representante o fez.
Certa vez o Vasco caiu de divisão pela segunda vez (2013) e o que se tentou foi uma antecipação da eleição do ano seguinte para que o MUV se mantivesse no poder, com outro rosto conveniente.
Certa vez o Vasco foi eliminado pelo ABC-RN (2014) e tomou de 5 x 0 do Avaí na Série B.
Certa vez o Vasco foi deixado na Taça Libertadores (2017) e ficou por um gol para não cair no Brasileiro (2018).
Certa vez houve uma denúncia no Vasco de desvio de rendas de jogos do clube, oriunda de dentro do próprio clube (2018) e diante do grande mantra do MUV sobre a famosa renda levada por Eurico Miranda para casa (como era hábito dos dirigentes dos grandes clubes fazerem para que o clube não tivesse que pagar carro-forte, segundo matéria do Jornal do Brasil evidenciando isso na época) e o roubo dela, transformado em piada num ano de eleição (1997), esperava-se a abertura de um inquérito para se apurar os fatos, mas o grupo à época dito “amarelo”, pertencente ao Conselho Deliberativo (do qual fazia parte Carlos Osório na ocasião, poucos anos depois vinculado a outro grupo), que se dissera traído pelo presidente do clube (que era de sua chapa e se disse, ele sim, traído pelo mesmo grupo) ajudou para que não houvesse a investigação, votando contra ela, numa demonstração de pouco se importar com esse tipo de assunto, só servindo para discurso e contação de anedotas alhures.
Certa vez o Vasco caiu de divisão pela quarta vez (2021) e comemorou o “título” da Taça Rio, que deu o 5º lugar ao clube no Campeonato Carioca.
Certa vez o Vasco emprestou São Januário para o Fluminense (2021) e permitiu que as bandeirinhas do Vasco fossem trocadas pelas do adversário, que tomara emprestado o estádio para um jogo seu.
Certa vez o Vasco foi mantido na segunda divisão (2021) e meses depois eliminado na Copa do Brasil pelo Juazeirense-BA.
Certa vez o futebol do Vasco foi vendido (2022) e meses depois eliminado pelo ABC-RN na Copa do Brasil.
Certa vez o Vasco teve negociado seu futebol (2022), dizendo-se com uma dívida de 735 milhões e no ano seguinte discursou sobre um valor a mais (200 milhões), chamado de dívida oculta, que oportunizaria à SAF ficar com mais 20% das ações pertencentes ao Club de Regatas Vasco da Gama, diluindo-as.
Certa vez o Vasco sofreu sua maior goleada na história para o time da Gávea (2024) e a responsabilidade pela vinda do treinador, que simbolizou o desastre, não foi atribuída ao responsável por autorizar a contratação, mesmo com o Vasco voltando a gerir seu futebol uma semana antes da conclusão do negócio.
Certa vez o Vasco teve de receita 473 milhões e apresentou dívida de 1,4 bilhão (2024), dizendo-se falido quanto à SAF, e entrou em concordata meses depois.
Certa vez o presidente do Vasco declarou que queria o Vasco atuando contra o Flamengo no Campeonato Brasileiro em São Januário (2025) e no primeiro não se calou, mantendo-se silente apesar de advogados vascaínos, desvinculados da gestão, terem conseguido uma liminar que oportunizava ao Vasco continuar brigando por seus direitos. Após órgaõs de mídia reverberarem que aquilo seria uma estratégia para um bom acordo com Flamengo e Fluminense, mudando inclusive, possivelmente, termos contratuais, os dois clubes da zona sul emitiram notas refutando, enquanto o Vasco manteve-se silente.
Certa vez o Vasco se tornou o primeiro clube brasileiro a perder de 4 para uma equipe venezuelana em competiçãoes da Conmebol (2025) e o discurso vigente é de que a solução seria entregar o clube para terceiros, em nome do “fim da política”.
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Até quando o torcedor vascaíno será enganado por MUV e cores, esperando que a grande mídia vá dizer para ele a óbvia diferença institucional do clube com eles e sem eles? São 13 anos e 10 meses dos últimos 17 no Vasco. O torcedor do Vasco foi conduzido como massa de manobra, serviu de joguete dos discursos arrumadinhos, levado ao desespero para justificar venda, concordata, revenda e se encher de receios quanto a possíveis brigas a serem compradas pelo clube, que facilitaram exatamente o aceite à inação das gestões desse período, muitas vezes após discursos que sugeririam o contrário, protagonizados por ela própria.
São quatro rebaixamentos, 1,2 bilhão de dívidas feitas no período, freguesia para o Botafogo, 05 vitórias e 27 derrotas para o Flamengo (zero a 10 em Campeonatos Brasileiros), de 3º no ranking da CBF, em 2008, para 15º hoje, venda do futebol do clube, concordata, nenhum Campeonato Carioca ganho em 14 edições, recorde de tempo na história do Vasco sem taças conquistadas (1º lugar), tentativas de melar eleições na Justiça, que perderam ou estavam perdendo quatro vezes no século (2003, 2006, 2017, 2020).
Por que imaginam os vascaínos que os protagonistas e apoiadores desses 13 anos e 10 meses de gestão querem ver o clube revendido, entregue a terceiros (os que assim pensam)? Não é, nunca foi, nem nunca será pelo Vasco. O grande problema da esmagadora maioria dessa gente é o Vasco ter jeito sem eles. Preferem que acabe, que vá para a Série D ou Z, até porque se fosse por algo lógico seguiriam a lógica de 2/3 dos grandes clubes brasileiros, que nem SAF viraram, após quase quatro anos da lei existir, lembrando que a do Vasco foi a primeira a entrar em concordata.
A narrativa permanecerá sendo a deles, afinal são 14 anos (quase) em 17, discursando e normalmente com apoio midiático, quando o contraponto é o lado inverso do deles. Esse próprio texto será prova disso. Leiam os comentários, observem as justificativas para tentar induzi-los, percebam como se tenta construir narrativas para se afastar dos números, dos comparativos, da discrepância de dois modelos antagônicos de gestão (não é de estilo e sim de gestão). O enfrentamento externo, contra o enfrentamento interno. A exigência de respeito ao clube, desgastando-se se necessário for, contra o recolhimento, aguardando uma boa hora para falar e ter confetes jogados para ou por si próprios, o hábito de superar todos do Rio no confronto, contra a freguesia para 2/3 deles, o número de títulos Brasileiros, Sul-Americanos e de Libertadores obtidos pelos adversários num tipo de modelo e o mesmo item no outro modelo, 19 x 16 contra o Flamengo neste século (9 x 5 em Campeonatos Brasileiros) num modelo e 5 x 27 (0 x 10 em Campeonatos Brasileiros) no outro. Quaisquer argumentos usados, surrados para tentar fazer igualar ou serem parecidas gestões do MUV e cores com quaisquer outras, nos últimos 55 anos do Vasco, é mera fantasia, cinismo, sofisma.
Sérgio Frias
Fontes de Pesquisa: Netvasco, “O Globo”, “Jornal dos Sports”, “Jornal do Brasil”