Eduardo Maganha
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A desculpa esfarrapada do cartão de crédito de terceiros

Trecho da resposta de Alexandre Campello ao Presidente do Conselho de Beneméritos do Vasco sobre “Encaminhamento do pedido de adoção de providências – Proposta de admissão de novos sócios”:

“Ao proceder a análise das adesões, esta Diretoria Administrativa deparou-se com outra prática igualmente controversa e eivada de suspeição. Há uma quantidade significativa de casos em que a taxa de adesão e a primeira mensalidade foram pagas no cartão de crédito de terceiros, muitas das vezes dos próprios proponentes. Não estamos nos referindo, ressalte-se, a menores de idade, o que, por razões óbvias, tornaria o procedimento absolutamente natural.”

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Meu melhor amigo da época do colégio é vascaíno fanático. No futebol do recreio da década de 80, éramos Geovani & Romário. Na sala de aula, zelávamos para que o quadro negro sempre tivesse rabiscos de giz: FJV e a cruz de malta.

Ele casou na sede náutica do Vasco e batizou o filho na capela dentro de São Januário. Não tem um dia que nossos WhatsApp não troquem notícias de exaltação ao Vasco e memes de zoação contra o Flamengo.

O meu amigo sempre foi ressabiado em se associar ao Vasco porque não acreditava que o clube faria bom uso do dinheiro. Em Julho 2019, finalmente convenci meu amigo a virar sócio do Vasco, 15 anos depois de mim. Os argumentos foram esses. A cada 1.000 novos sócios, o Vasco arrecadaria aproximadamente R$ 2 milhões até o final da gestão do Campello, e que isso ajudava a pagar a folha salarial dos funcionários mais humildes, que estão adoecendo e sobrevivendo com constantes salários atrasados. Além disso, era preciso entrar de sócio para poder participar da eleição dos conselheiros em 2020 e até mesmo se candidatar como conselheiro em 2026. Meu amigo topou.

Ele também mora e trabalha em Niterói. Passou no meu prédio e deixou toda a parte burocrática relacionada à associação ao Vasco. Levei isso em São Januário, mas a Secretaria não aceitava o pagamento em dinheiro. Como não foi dada outra alternativa, tive que utilizar o meu cartão de crédito pra pagar e ser reembolsado. Qual é o problema disso?

Ora, se fosse problema usar o cartão de crédito do proponente para pagar o que precisava ser pago do proposto que reside fora da cidade do Rio de Janeiro, a própria Secretaria do Vasco não aceitaria. Você determinou para não aceitar, Campello? Não, né? Então não invente que isso é um problema para aprovar a ficha do meu amigo.

Já estamos no mês de Outubro e o meu amigo ainda está com o status PROPOSTA SOB ANÁLISE. Ele já pagou 100% da taxa de adesão e 2 mensalidades. O portal de sócios impede que ele pague a próxima mensalidade de sócio geral.

Campello está deixando meu amigo mais revoltado com ele. Segue impedido de comprar o ingresso com 50% de desconto de sócio e impedido de levar o filho de 3 anos aos domingos na sede do Calabouço para neutralizar a pressão rubro-negra dos coleguinhas do jardim de infância.

Meu amigo não recebeu qualquer contato telefônico do Vasco para apuração dos detalhes da sua ficha. Vascaíno de raiz, com documentação de identidade anexada, com residência comprovada, servidor público, tudo pago ao Vasco, o que falta para ser aprovado como novo sócio do clube?

Vamos falar a verdade, Campello? Parece que a ficha só não foi aprovada ainda porque contém a minha assinatura como proponente. O real problema é que Campello sabe que o sócio proponente Eduardo Maganha é oposição a ele? O preconceito do Campello com os novos sócios é por causa dos proponentes oposicionistas?

A mais pura verdade é que, de forma arbitrária e ditatorial, Campello está contando um papo furado qualquer para justificar a não aprovação de novos sócios que teme votar contra ele no ano que vem. E para isso, transforma vascaínos de raiz em pessoas suspeitas, quase criminosas, e ainda expõe esse absurdo publicamente.

Não faça isso não, Campello! Isso é vergonhoso! Isso é asqueroso!

Deixe os novos sócios entrarem!

Saudações Vascaínas,
Eduardo Maganha

2 comentários sobre “A desculpa esfarrapada do cartão de crédito de terceiros

  1. Como vascaino, gostaria muito que os grupos se unissem em torno de processo eleitoral pacífico, desde agora com a análise dos ingressos de novos sócios. Indicaria o Grande Benemérito Luis Manuel Fernandes para liderar e conduzir esse processo. Precisamos melhorar a imagem do Vasco, não só junto ao judiciário mas tb junto à sociedade.

  2. Sou Sócio Geral, desde maio de 2009 e estou impedido de emitir o boleto para pagamento, desde maio deste ano, quando o “site” foi modificado com a inclusão da adesão de “sócio torcedor”. É assim que essa administração procede com quem já pagou DEZ ANOS de contribuição mensal.

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